24/12/2025, 14:27
Autor: Laura Mendes

Em um mundo onde a urgência das mudanças climáticas exige ações concretas, a União Europeia (UE) apresenta um avanço notável em seu consumo de energia renovável, no entanto, ainda enfrenta desafios significativos. De acordo com os dados mais recentes, em 2024, 25,2% do consumo final bruto de energia da UE foi gerado a partir de fontes renováveis, marcando uma ligeira elevação de 0,7 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. Apesar do progresso, essa porcentagem permanece 17,3 pontos percentuais abaixo da meta estabelecida para 2030, que é de 42,5%. Para alcançar esse ambicioso objetivo, a UE precisará aumentar sua capacidade de energia renovável em média em 2,9 pontos percentuais a cada ano a partir de 2025.
A parcela de energia renovável varia consideravelmente entre os países membros. A Suécia, conhecida por suas políticas ambientais progressistas, exibe um desempenho exemplar, com 62,8% de seu consumo total de energia proveniente de fontes renováveis como biomassa sólida, energia eólica e hidrelétricas. A Finlandia se destaca em seguida, com 52,1% da mesma proveniência, enquanto a Dinamarca alcançou 46,8%. Esses números ressaltam como países nórdicos estão liderando a transição para um sistema energético mais sustentável.
Por outro lado, os países que apresentam as menores contribuições de energias renováveis são a Bélgica, com 14,3%; Luxemburgo, com 14,7%; e Irlanda, com 16,1%. Este contraste traz à tona a disparidade nas abordagens energéticas entre os estados membros da UE e a necessidade urgente de que os países que estão atrás desenvolvam suas iniciativas em sustentabilidade.
Além das fontes renováveis tradicionais como a solar e a hidrelétrica, a energia eólica tem ganhado importância significativa nos últimos anos. Por exemplo, na Alemanha, a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis atingiu uma marca impressionante de 62,7% em 2024, acompanhada de um recorde na produção de energia solar, que chegou a 72,2 terawatts-hora. Este crescimento aponta para um futuro promissor para a energia solar na região, que se torna cada vez mais uma opção viável e competitiva no mercado energético.
Entretanto, a discussão sobre o papel das energias nuclear nas estatísticas de energia continua a ser um ponto polêmico. Muitos especialistas argumentam que, para uma análise mais completa, a energia nuclear também deve ser incluída nas estatísticas, já que, contando com suas contribuições, a participação total de energias renováveis na matriz energética da UE ultrapassaria 70%. Isso levanta a questão sobre como categorizar a energia e os critérios usados na forma de contabilizar a contribuição de diferentes fontes energéticas.
Além de discutir a geração de eletricidade, muitos comentadores também enfatizam a importância de considerar o calor e os combustíveis, como os usados no transporte, um setor que ainda depende fortemente de combustíveis fósseis. Dados indicam que a participação da eletricidade renovável na UE em 2024 está ligeiramente abaixo de 50%, sugerindo que há um longo caminho a percorrer até que as metas de descarbonização sejam atingidas.
Um ponto que merece atenção é o aspecto econômico da transição energética. Um questionamento recorrente é se o custo da energia renovável, após os ajustes necessários, oferece uma vantagem competitiva ou não. A dinâmica de preços das energias renováveis e a capacidade de cada país de importar ou produzir suas próprias soluções energéticas se tornaram tópicos centrais nas discussões sobre políticas energéticas.
Por fim, a meta de 42,5% até 2030 não deve ser apenas um alvo a ser batido, mas um catalisador para a inovação, colaboração e comprometimento na esfera da energia sustentável. As iniciativas em curso revelam a criatividade das nações em busca de um futuro mais sustentável, mas também enfatizam a responsabilidade coletiva de acelerar essa transição diante da grave crise ambiental global que se apresenta.
Fontes: Agência Europeia do Ambiente, Euractive, Eurostat
Resumo
A União Europeia (UE) alcançou um consumo de 25,2% de energia renovável em 2024, um aumento de 0,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, mas ainda está 17,3 pontos percentuais abaixo da meta de 42,5% para 2030. Para atingir esse objetivo, a UE precisará aumentar sua capacidade de energia renovável em média 2,9 pontos percentuais anualmente a partir de 2025. Países nórdicos, como Suécia, Finlândia e Dinamarca, lideram a transição energética, com percentuais de 62,8%, 52,1% e 46,8%, respectivamente. Em contraste, Bélgica, Luxemburgo e Irlanda estão entre os que menos utilizam energias renováveis. A energia eólica e solar estão em ascensão, especialmente na Alemanha, onde a geração de energia renovável atingiu 62,7%. A inclusão da energia nuclear nas estatísticas energéticas é um tema controverso, pois poderia elevar a participação total de energias renováveis na matriz da UE para mais de 70%. A transição energética também levanta questões sobre custos e competitividade, destacando a necessidade de inovação e colaboração para um futuro sustentável.
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