18/12/2025, 11:41
Autor: Laura Mendes

Recentemente, diversas escolas em várias regiões têm adotado políticas de proibição do uso de celulares durante o horário escolar, uma ação que, segundo educadores, tem mostrado resultados inovadores na interação entre alunos. Desde a implementação de um bloqueio de celulares do começo ao fim do dia, muitos adolescentes estão redescobrindo os prazeres simples de conversar com os colegas e participar de atividades lúdicas, como jogos de cartas. Essas mudanças não apenas desafiam a observação comum de que tecnologia é sempre uma aliada na educação, mas também ressaltam a importância das interações sociais face a face no desenvolvimento dos jovens.
Em muitas escolas, essa proibição provocou uma notável transformação no cotidiano dos estudantes. Nos intervalos e momentos livres entre as aulas, em vez de se isolarem em seus celulares, os alunos agora se reúnem para jogar jogos de cartas tradicionais como pôquer e cribbage. Essa nova dinâmica tem sido celebrada por professores que notam um aumento não apenas na socialização, mas também em habilidades críticas como trabalho em equipe e raciocínio estratégico. O uso de jogos de mesa e cartas ressurgiu no ambiente escolar, fazendo com que crianças que, de outra forma, estariam absortas em telas agora aprendam a trabalhar juntas e aproveitar a companhia uns dos outros.
Diversas opiniões têm surgido sobre a mudança. Alguns pais e educadores expressam preocupação de que, conforme os estudantes redescobrem jogos de cartas, a possibilidade de adoção de hábitos de jogo, especialmente em um período em que muitos jovens têm incorporado apostas em suas vidas sociais, possa tornar-se um novo desafio. Comentários em várias comunidades escolares indicam que alguns estudantes já estão tendo dificuldades em lidar com vícios relacionados a jogos, tomando emprestadas as noções de risco e recompensa que jogos como pôquer oferecem. Enquanto isso, outros são defensores ardentes da proibição do celular, afirmando que a imersão em atividades lúdicas estimula um desenvolvimento mais saudável e equilibrado.
A interação em ambientes escolares, resgatada por meio desses jogos, vai além do entretenimento. Para alguns alunos, essa mudança se apresenta como um alívio psicológico. Em tempos de constante conexão digital, onde as redes sociais frequentemente dominam as interações sociais, essa mudança pode atuar como uma pausa necessária. Ao voltar a compartilhar risadas e histórias por meio de jogos e conversas diretas, eles também se distanciam das medidas de comparação que as mídias sociais frequentemente estabelecem.
Histórias semelhantes estão sendo relatadas em várias partes do país. Em algumas escolas do interior, por exemplo, os alunos foram vistos entretidos em grupos jogando Euchre e Egyptian Ratscrew, jogos que, embora possam parecer datados, estão se mostrando eficazes na recriação de um senso de comunidade. Esse renascimento das interações presenciais é visto como um movimento de resistência contra as distrações digitais que dominam a vida moderna.
No entanto, nem todos os alunos estão tão entusiasmados com a ideia de voltar aos jogos. Alguns expressaram suas frustrações, argumentando que o apelo dos celulares não deve ser subestimado e que a proibição poderia levar a uma cultura que não só ignora a tecnologia em prol de jogos mediantes, mas também impede a exploração de aplicações digitais que podem enriquecer a aprendizagem. A busca por um meio-termo que permita a integração positiva da tecnologia sem desvalorizar as interações humanas é um assunto em discussão nas reuniões de pais e mestres.
Os educadores, por sua vez, têm tentado equilibrar essas divergências criando espaços que encorajem o diálogo e o respeito pelas escolhas dos alunos. Algumas experiências em salas de aula estão incentivando a utilização moderada e reflexiva da tecnologia, conectando aspectos lúdicos dos jogos tradicionais às aprendizagens que podem ser obtidas com o uso responsável da tecnologia no ambiente escolar.
Conforme os alunos continuam a explorar novas formas de interação social sem a dependência da tecnologia, o impacto da proibição dos celulares nas escolas está levando a discussões valiosas sobre como preparar as futuras gerações para um mundo em que as habilidades sociais e a capacidade de se conectar de maneira significativa uns com os outros são tão vitais quanto as habilidades digitais. Neste quadro crescente de comparação entre o que tradicionalmente foi considerado aprendizado e interação social, a educação está diante de um desafio que poderá moldar não apenas a cultura escolar, mas a sociedade de maneira mais ampla.
A experiência tem revelado que, mesmo em meio a uma geração que é frequentemente considerada "nativa digital", as relações humanas e a interação social ainda têm um valor inestimável. Os jovens estão se adaptando, descobrindo recursos dentro de si que vão além das telas e mostrando que momentos de desconexão podem ser tão valiosos quanto a conectividade que seu cotidiano moderno exige, criando um legado de experiências essenciais que podem durar toda uma vida.
Fontes: Folha de São Paulo, BBC News, The Guardian
Resumo
Diversas escolas têm implementado a proibição do uso de celulares durante o horário escolar, resultando em uma transformação significativa na interação entre os alunos. Com esse bloqueio, muitos adolescentes redescobriram a socialização por meio de atividades lúdicas, como jogos de cartas, em vez de se isolarem em seus dispositivos. Educadores notaram um aumento nas habilidades sociais e no trabalho em equipe, com jogos de mesa ressurgindo no ambiente escolar. No entanto, surgem preocupações sobre a possibilidade de hábitos de jogo problemáticos, especialmente em um contexto onde apostas têm se tornado comuns entre os jovens. Enquanto alguns defendem a proibição como um estímulo a um desenvolvimento mais saudável, outros argumentam que a tecnologia não deve ser ignorada. Educadores tentam encontrar um equilíbrio, promovendo um uso moderado da tecnologia que complemente as interações humanas. Essa experiência levanta discussões sobre a importância das habilidades sociais em um mundo cada vez mais digital, destacando que momentos de desconexão podem ser tão valiosos quanto a conectividade.
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