Islândia estabelece cotas e taxas para regulamentar turismo excessivo

A Islândia implementa novas medidas rigorosas para regulamentar o turismo, incluindo cotas e taxas ecológicas, a fim de preservar sua natureza única frente ao aumento do fluxo de visitantes.

Pular para o resumo

29/12/2025, 00:10

Autor: Laura Mendes

Uma paisagem icônica da Islândia com montanhas majestosas, cachoeiras e uma multidão de turistas, ilustrando o impacto do excesso de visitantes sobre a natureza. Painéis informativos sobre turismo sustentável e taxas ecológicas estão visíveis ao fundo.

A Islândia, conhecida por suas paisagens deslumbrantes e beleza natural incomparável, anunciará a partir deste mês novas medidas para regulamentar o turismo em seu território. O governo islandês, preocupado com os impactos do excesso de visitação e os desafios impostos pelo turismo não sustentável, decidiu estabelecer cotas rígidas para a entrada de turistas, além de implementar multas e taxas direcionadas à conservação ambiental. A iniciativa almeja não apenas proteger os ecossistemas locais, mas também promover práticas de turismo sustentável.

Historicamente, a Islândia tem recebido mais de dois milhões de visitantes anualmente, um número que supera em cinco vezes a sua população. Essa situação gerou preocupações entre responsáveis e ambientalistas, que apontam que o fluxo excessivo de turistas pode sobrecarregar a infraestrutura do país e prejudicar suas belezas naturais. A medida vem na esteira de um movimento global que busca combater o que tem sido chamado de "overtourism", uma realidade que afeta igualmente outras nações, como Tailândia, Filipinas e Japão, onde as autoridades têm agido para mitigar os impactos negativos do turismo descontrolado.

Os turistas são atraídos para a Islândia em busca de suas cachoeiras impressionantes, gêiseres, glaciares e paisagens vulcânicas, mas a percepção de que a experiência do visitante não está sendo respeitada tem gerado controvérsias. Com a crescente superlotação, entraves como gestão de resíduos e desgaste de áreas públicas se tornam mais evidentes. Os esforços do governo islandês são vistos como parte de uma estratégia para equilibrar os direitos dos viajantes e as necessidades de preservação dos espaços naturais.

A imposição de cotas rígidas para visitantes chega ao mesmo tempo em que o país também busca desenvolver um turismo de alta qualidade. Com a introdução de taxas ecológicas, a intenção é canalizar recursos financeiros para programas de preservação ambiental e melhoria da infraestrutura, garantindo que a beleza natural da Islândia permaneça para as futuras gerações. Embora a medida seja vista de maneira positiva por muitos ambientalistas, crítica sobre o ponto de que o turismo é uma das principais fontes de receita do país persistem.

Além das cotas, especialistas sugerem que o acesso a certas áreas turísticas deverá ser controlado, a exemplo do que já ocorre em locais como o Parc Güell em Barcelona, onde visitantes são admitidos em grupos controlados para evitar superlotação. Essa prática, embora restritiva, deve proporcionar uma experiência mais enriquecedora e responsável para quem escolhe visitar.

Entretanto, a implementação de tais políticas não está isenta de questionamentos. Críticos alertam que ações similares já foram tentadas noutros países sem sucesso, afirmando que tais restrições podem gerar mais problemas a longo prazo, como a diminuição do número de turistas e a subsequente queda na economia local. A interdependência entre economia e turismo é um tema sensível, levando gestores e políticos a refletir sobre as melhores práticas para garantir um futuro sustentável. Além disso, o impacto das decisões governamentais na vida cotidiana dos islandeses deveria ser prioritário na formulação de qualquer política.

No entanto, a atual situação sugere que é fundamental encontrar um equilíbrio entre o número de visitantes e a capacidade de acolhê-los adequadamente. A Islândia, com sua rica cultura e patrimônio natural, deve assegurar que o turismo não destrua as belezas que atraem tantos visitantes. Assim como em muitos outros destinos populares, a Islândia vê-se na necessidade de enfrentar a questão do excesso de turismo, examinando seus efeitos na comunidade, cultura e ambiente. Com isso, os líderes islandeses buscam não só preservar seu legado natural, mas também influenciar outros a adotarem posturas semelhantes, já que a luta contra o turismo desmedido também é uma luta pela saúde das futuras gerações.

À medida que a Islândia avança em suas reformas e implementa as novas diretrizes, convém observar a evolução das práticas de turismo sustentável em outras partes do mundo e a interação entre economia e ecologia nesses contextos. Enquanto as conversas sobre o futuro do turismo na Islândia continuam a se desenrolar, uma coisa se torna cada vez mais clara: a cultura do turismo precisa ser repensada e reformulada.

Fontes: BBC, National Geographic, The Guardian

Detalhes

Islândia

A Islândia é uma nação insular localizada no Atlântico Norte, conhecida por suas paisagens naturais impressionantes, que incluem vulcões, gêiseres, cachoeiras e glaciares. Com uma população de cerca de 370 mil habitantes, o país tem se tornado um destino turístico popular, atraindo milhões de visitantes anualmente. A economia islandesa é fortemente dependente do turismo, que representa uma significativa fonte de receita. Contudo, a crescente pressão do turismo tem levado o governo a implementar medidas para garantir a sustentabilidade ambiental e a preservação de seus recursos naturais.

Resumo

A Islândia anunciou novas medidas para regulamentar o turismo, estabelecendo cotas rígidas para a entrada de turistas e implementando multas voltadas à conservação ambiental. O governo busca mitigar os impactos do turismo excessivo, que tem gerado preocupações entre ambientalistas e responsáveis, dado que o número de visitantes supera em cinco vezes a população local. As iniciativas visam proteger os ecossistemas e promover práticas de turismo sustentável, refletindo um movimento global contra o "overtourism". Embora as medidas sejam bem recebidas por ambientalistas, há críticas sobre o impacto econômico do turismo na receita do país. Especialistas sugerem que o acesso a áreas turísticas seja controlado, como em outros locais populares. No entanto, há questionamentos sobre a eficácia dessas políticas, com alertas de que restrições podem resultar em problemas a longo prazo, como a diminuição do número de turistas. A Islândia busca um equilíbrio entre receber visitantes e preservar suas belezas naturais, enquanto observa as práticas de turismo sustentável em outras partes do mundo.

Notícias relacionadas

Uma foto vibrante de uma rua urbana arborizada em São Paulo, com árvores frondosas proporcionando sombra em um dia ensolarado. No fundo, nota-se o contraste com edifícios altos e fiação aérea exposta. Algumas pessoas caminham sob as árvores, enquanto crianças brincam na calçada, ressaltando a importância da arborização para a vida urbana.
Meio Ambiente
Arborização Urbana em São Paulo se torna tema de debate importante
A discussão sobre a arborização urbana em São Paulo ganha destaque, com defensores enfatizando os benefícios e os desafios associados à implementação.
29/12/2025, 01:09
Uma imagem impactante de um quebra-gelo canadense navegando através de águas abertas, cercado por massas de gelo derretido, sob um céu escuro e nublado. O cenário ilustra a gravidade das mudanças climáticas, com elementos que destacam a beleza e a fragilidade do ambiente ártico em transformação.
Meio Ambiente
Quebra-gelo canadense navega em área de gelo marinho derretido
Um quebra-gelo canadense recentemente conseguiu acessar uma das últimas áreas de gelo do mundo, evidenciando os efeitos alarmantes das mudanças climáticas.
29/12/2025, 00:19
Uma imagem mostrando canos de água em uma casa com um fluxo de água ralo, cercados por um fundo que retrata um clima seco e quente, com um céu ensolarado e poças de água ou lama em torno, simbolizando o desperdício e a crise hídrica. Pode incluir elementos visuais como uma fatura de água com valores altos colocada em cima de uma pia e uma torneira pingando.
Meio Ambiente
Sabesp apela por uso consciente de água durante alta demanda
Com recordes de consumo devido ao calor, Sabesp pede colaboração da população para evitar desperdícios e garantir abastecimento nas regiões afetadas.
27/12/2025, 10:35
Uma paisagem verdejante com turbinas eólicas girando ao vento, campos de painéis solares refletindo a luz do sol e uma represa fornecendo energia hidrelétrica. No céu, nuvens brancas e um sol radiante. Ao fundo, é possível observar uma cidade moderna simbolizando o crescimento sustentável.
Meio Ambiente
UE registra 25,2% de energia proveniente de fontes renováveis em 2024
A União Europeia alcança 25,2% de seu consumo de energia proveniente de fontes renováveis em 2024, mas ainda distante da meta de 2030.
24/12/2025, 14:27
Uma praia serena com caranguejos-ferradura caminhando entre as ondas, enquanto pássaros migratórios voam no céu, simbolizando a interconexão entre as espécies. Em primeiro plano, um caranguejo-ferradura em destaque com seu sangue azul brilhante visível, representando sua importância ecológica e científica. A cena transmite um senso de preservação e harmonia com a natureza.
Meio Ambiente
Hochul proíbe a pesca de caranguejos-ferradura até 2029
A governadora de Nova York, Kathy Hochul, assinou uma lei que proíbe a captura de caranguejos-ferradura até 2029, visando a preservação dessa espécie vital para o ecossistema.
21/12/2025, 11:59
Uma imagem impactante da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, retratada como um edifício em ruínas, ao lado de uma manifestação pacífica de jovens segurando cartazes sobre mudanças climáticas. Ao fundo, um céu nublado e poluído, simbolizando a crise ambiental. O contraste entre a ruína da agência e a esperança dos manifestantes ilustra a luta pela preservação do meio ambiente.
Meio Ambiente
EPA remove informações sobre combustíveis fósseis e mudanças climáticas
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA enfrenta críticas severas após a remoção de informações sobre combustíveis fósseis e suas relações com a mudança climática, gerando preocupação entre especialistas e ativistas.
17/12/2025, 17:45
logo
Avenida Paulista, 214, 9º andar - São Paulo, SP, 13251-055, Brasil
contato@jornalo.com.br
+55 (11) 3167-9746
© 2025 Jornalo. Todos os direitos reservados.
Todas as ilustrações presentes no site foram criadas a partir de Inteligência Artificial