Zezé di Camargo recebe cachê milionário por show em cidade pequena

O show de Zezé di Camargo em Teresina de Goiás destaca gastos públicos elevados em eventos, levantando questões sobre uso de verbas municipais.

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16/12/2025, 19:33

Autor: Laura Mendes

Uma cena vibrante de um show em uma pequena cidade, com uma multidão animada dançando sob luzes coloridas, enquanto banners e cartazes do evento em destaque exibem o nome de Zezé di Camargo. Ao fundo, uma pequena praça da cidade recheada de barracas de comidas típicas, ressaltando o contraste entre o evento festivo e o tamanho modesto da cidade.

Nos últimos dias, uma série de discussões sobre a contratação do cantor Zezé di Camargo para um show em Teresina de Goiás, uma cidade com apenas 2.701 habitantes, trouxe à tona questões críticas sobre o uso de verbas públicas para eventos artísticos. A prefeitura local gastou R$ 380 mil para a realização do evento, o que resulta em aproximadamente R$ 141 por habitante — um valor que suscita reflexões sobre a real eficácia de tais investimentos em áreas que enfrentam desafios econômicos. A prática de contratar artistas renomados para shows em cidades pequenas não é novidade, mas a magnitude dos gastos traz à discussão a responsabilidade dos gestores públicos.

A situação observada em Teresina de Goiás não é um caso isolado. Em várias partes do Brasil, o uso dos recursos públicos para contratar grandes nomes da música tem gerado polêmica. A contratação de artistas como Zezé di Camargo levanta questionamentos sobre a transparência nas licitações e o potencial desvio de verbas. Críticas apontam que, muitas vezes, esses contratos vêm acompanhados de indícios de corrupção, onde um percentual dos cachês acaba indo para os bolsos de políticos locais envolvidos na negociação.

Diversas vozes levantam a hipótese de que o sistema de contratação para shows de grandes artistas poderia ser empregado como um meio de lavagem de dinheiro. "Tinha que ter uma investigação forte em cima disso", menciona um comentário de internauta que sugere o lançamento de operações específicas para desmantelar possíveis esquemas fraudulentos. Esse desejo por investigação indica um clamor social por maior fiscalização e uma revisão dos processos de contratação que envolvem quantias exorbitantes em municípios pequenos.

Além disso, a prática de utilizar verbas para um show parece não mensurar adequadamente os benefícios diretos para a comunidade. A realidade é que muitos moradores das pequenas cidades não se sentem representados por tais eventos, que frequentemente não correspondem aos gostos locais e têm seu impacto econômico contestado. "Se você fosse morador de Teresina de Goiás, preferia R$ 141 na mão ou show 'de graça' de um artista que pode nem ser seu estilo musical?" questiona um dos comentários, refletindo um sentimento que cresce entre os cidadãos que desejam que o dinheiro público seja utilizado de forma mais consciente.

Outro aspecto a ser considerado é o impacto que esses shows geram sobre a economia local. Especialistas em economia cultural afirmam que, embora eventos desse tipo possam gerar movimento em termos de vendas e turismo, os custos envolvidos, como segurança e logística, muitas vezes superam os benefícios diretos do evento. Além disso, o comércio informal, presente na maioria das pequenas cidades, não é calculado nos impactos econômicos mais amplos, o que agrava a situação. É um ciclo que levanta o dilema: será que a cidade realmente está "ganhando" com esses shows, ou apenas empurrando responsabilidades financeiras, esperando um retorno que não se concretiza?

Em relação à Lei Rouanet, um mecanismo brasileiro que permite financiamento de eventos culturais, muitos argumentam que deveria haver maior controle sobre como esses recursos são aplicados. A diferença entre shows financiados por leis de incentivo e contratados diretamente pela prefeitura não deveria, teoricamente, ser tão marcante, mas a percepção popular é amplamente vinculada a um sentimento de que o investimento em cultura deve ser mais bem direcionado.

Os comentários também refletem uma inquietação em relação ao funcionamento da política local e à falta de responsabilidade. Observadores e cidadãos comuns das redes sociais pedem por mais transparência e responsabilização dos prefeitos e vereadores que aprovaram tais gastos. É a população local quem, muitas vezes, sente o peso de atos que, teoricamente, deveriam ser voltados para o bem comum. O uso indevido de recursos públicos para eventos deste tipo aponta para uma necessidade de um movimento reformista que aumente o limite para a contratação de artistas sem licitação, buscando assim maior controle e a qualidade nas aplicações de verbas.

Em um ambiente onde a ética se vê desafiada e a necessidade de revisão de práticas administrativas impera, é essencial que a sociedade atente-se para as práticas de gestão pública e busque justiça na aplicação de seus recursos. Os dados do Censo de 2020 mostram um Brasil que ainda luta para equilibrar sua cultura com as necessidades básicas da população. O nghệio de eventos como o de Zezé di Camargo levanta seirol dos riscos que envolvem o desfrute de recursos públicos, revelando também uma voz comunitária que clama por mudanças significativas e responsáveis.

Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, G1

Detalhes

Zezé di Camargo

Zezé di Camargo é um renomado cantor e compositor brasileiro, conhecido por sua carreira ao lado de seu irmão Luciano na dupla Zezé di Camargo & Luciano. Nascido em 1962, em Pirenópolis, Goiás, ele se destacou na música sertaneja desde os anos 1990, com sucessos que se tornaram clássicos do gênero. Além da música, Zezé também é empresário e autor, tendo publicado um livro sobre sua vida e carreira. Sua trajetória é marcada por prêmios e reconhecimento, consolidando-se como uma das figuras mais influentes da música brasileira.

Resumo

Nos últimos dias, a contratação do cantor Zezé di Camargo para um show em Teresina de Goiás, uma cidade de apenas 2.701 habitantes, gerou debates sobre o uso de verbas públicas em eventos artísticos. A prefeitura gastou R$ 380 mil, ou R$ 141 por habitante, levantando questões sobre a eficácia desse investimento em um contexto econômico desafiador. Embora a prática de trazer artistas renomados para pequenas cidades não seja nova, os altos custos geram preocupações sobre corrupção e a transparência nas licitações. Críticas sugerem que o sistema de contratação pode ser usado para lavagem de dinheiro, e muitos moradores questionam se o retorno econômico justifica os gastos. Especialistas apontam que os custos operacionais frequentemente superam os benefícios diretos do evento. Além disso, a Lei Rouanet, que financia eventos culturais, deveria ter um controle mais rigoroso sobre a aplicação dos recursos. A população clama por maior responsabilidade dos gestores públicos e por uma revisão nas práticas de contratação, buscando uma gestão mais ética e eficiente dos recursos públicos.

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