Talibã veta pedidos de Trump sobre base de Bagram no Afeganistão

O Talibã reafirmou sua posição contra a recuperação da base aérea de Bagram, desafiando pedidos do ex-presidente Trump e complicando a política externa dos EUA.

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21/09/2025, 14:14

Autor: Ricardo Vasconcelos

Em uma sala de reunião no governo dos EUA, um grupo de oficiais discute um mapa do Afeganistão com a base aérea de Bagram em destaque. Ao fundo, retratos de ex-presidentes que lideraram a intervenção militar, como Trump e Biden, decoram a parede. A atmosfera é tensa, refletindo a complexidade da situação atual, enquanto alguns oficiais mostram expressões de preocupação e outros, um semblante de determinação.

Na última semana, o Talibã rejeitou os pedidos feitos pelo ex-presidente Donald Trump em relação à base aérea de Bagram, no Afeganistão, em uma ação que levanta questionamentos sobre a política externa dos Estados Unidos e o futuro da presença americana na região. Essa rejeição aconteceu em meio a uma série de declarações e análises que apontam para a complexidade da situação geopolítica no Oriente Médio, especialmente considerando os desdobramentos que se seguiram à retirada das tropas americanas do Afeganistão, um processo que foi iniciado durante a presidência de Trump e concluído sob a administração de Joe Biden.

A base aérea de Bagram, uma importante instalação militar americana desde o início da invasão do Afeganistão em 2001, tornou-se um símbolo dos esforços dos EUA no país. A proposta de Trump de reaver esta base - a qual ele mesmo decidiu fechar em 2020 - tem gerado muitos comentários e questões sobre a lógica da política externa americana. O ex-presidente, que já havia assinado um acordo para a retirada das tropas, agora sugere que os Estados Unidos deveriam reconsiderar essa decisão e realizar uma nova invasão, não se importando com os recursos financeiros ou o tempo que isso poderia envolver.

Os comentários em resposta a essa situação variam, alguns apontando que a ideia de uma nova invasão não apenas é impraticável, mas também mostra um nível de desconexão da realidade por parte do ex-presidente. A afirmação de que, após a retirada, as tropas americanas deveriam ser enviadas novamente alegando uma necessidade estratégica é vista como inconsistente por muitos analistas. Afinal, foi na era de Trump que os EUA se comprometeram a deixar o Afeganistão sob um acordo com os talibãs, e agora essa proposta de reocupação é interpretada por muitos como uma tentativa de apagar a história e reconsiderar decisões tomadas anteriormente.

Além disso, a necessidade de reabrir a base de Bagram suscitou discussões sobre o contexto econômico do Afeganistão, com observadores mencionando as ricas reservas de metais raros no país. O interesse internacional, especialmente da China, tem crescido nos últimos anos, levando a discussões sobre os motivos por trás da política externa americana. A mineradora e tecnológica gigante da China tem explorado essas fontes, o que transforma o Afeganistão em um canto intrigante da geopolítica moderna.

A rejeição do Talibã a uma reivindicação americana sobre Bagram não é algo que deve passar despercebido. Isso representa não apenas um desdém pelo passado dos EUA no Afeganistão, mas também uma clara demonstração do controle que o grupo agora tem sobre a região e o nível de estabilidade que os Estados Unidos ainda podem buscar no futuro. Os especialistas da área de relações internacionais sugerem que a posição do Talibã pode ser uma tentativa deliberada de passar uma mensagem forte, questionando a autoridade de um ex-presidente que, apesar de ter liderado a retirada, ainda assim não vê as consequências de suas decisões.

A realidade atual é que muitos estão céticos sobre o futuro das relações dos EUA com o Afeganistão. O potencial de uma nova ocupação militar não apenas levanta questões logísticas e financeiras, mas também ignora o sofrimento que essa guerra causou ao longo dos anos. O desgaste emocional e físico da população, que já enfrentou um longo histórico de conflitos, deve ser considerado em qualquer diálogo sobre a presença militar no país.

Com um tom sarcasticamente crítico, muitos observadores apontam que imagens de exércitos americanos de volta ao Afeganistão também evocam memórias de vidas perdidas e um desespero pelo avanço das forças americanas em um conflito que parece interminável. A ideia de que os Estados Unidos possam mais uma vez ser atraídos para uma guerra que muitos consideram fútil parece irônico à luz das recentes decisões políticas e do histórico de intervenções no país.

Em conclusão, a dinâmica atual da política externa dos EUA em relação ao Afeganistão e à proposta de Trump de reaver a base de Bagram é um campo no qual muitos interesses se cruzam. É uma questão complexa, onde o passado, presente e futuro se entrelaçam em umdebate que promete não se resolver facilmente, já que cada decisão tomada tem repercussões profundas não apenas para o Afeganistão, mas também para a imagem e as operações dos Estados Unidos no cenário global.

Fontes: Folha de São Paulo, BBC News, The New York Times

Detalhes

Donald Trump

Donald Trump é um empresário e político americano que serviu como o 45º presidente dos Estados Unidos de janeiro de 2017 a janeiro de 2021. Antes de sua carreira política, Trump era conhecido por seu trabalho no setor imobiliário e por ser uma figura proeminente na mídia. Sua presidência foi marcada por políticas controversas, incluindo a retirada das tropas dos EUA do Afeganistão e um enfoque em "America First", que priorizava os interesses americanos em questões internacionais.

Resumo

Na última semana, o Talibã rejeitou os pedidos do ex-presidente Donald Trump sobre a base aérea de Bagram, no Afeganistão, levantando questões sobre a política externa dos EUA e a presença americana na região. Essa rejeição ocorre após a retirada das tropas americanas, um processo iniciado durante a presidência de Trump e finalizado sob Joe Biden. A base de Bagram, símbolo dos esforços dos EUA desde 2001, se tornou foco de debate após Trump sugerir uma nova invasão, desconsiderando os recursos e o tempo envolvidos. Analistas criticam essa ideia, considerando-a desconectada da realidade, especialmente porque foi durante sua administração que os EUA concordaram em deixar o Afeganistão. A proposta de reabertura da base também trouxe à tona discussões sobre as reservas de metais raros no país e o crescente interesse da China. A rejeição do Talibã demonstra seu controle sobre a região e levanta ceticismo sobre o futuro das relações EUA-Afeganistão, além de relembrar o sofrimento causado pela guerra. A situação atual é complexa, refletindo um entrelaçamento de interesses que impacta tanto o Afeganistão quanto a imagem dos Estados Unidos no cenário global.

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