29/12/2025, 01:18
Autor: Laura Mendes

Em um esforço para resgatar e fomentar a expressão artística em meio à agitação das grandes cidades, São Paulo está se tornando o ponto de encontro de artistas e entusiastas do desenho urbano. O movimento, que une amantes do traço e da pintura, promove encontros regulares onde as pessoas podem praticar e desenvolver suas habilidades artísticas num ambiente comunitário e livre de julgamentos. Recentemente, um entusiasta compartilhou sua experiência após passar o ano de 2025 focado em registrar a cidade através de seus desenhos, destacando tanto os desafios quanto os prazeres de capturar a efervescência paulistana em papel.
Conforme ele explica, o desenho é uma forma de expressão que muitas vezes é abandonada por aqueles que não têm formação específica na área ou que não recebem incentivo adequado ao longo da vida. O artista argumenta que a prática do desenho, ao contrário do que muitos pensam, está ligada à habilidade de observação e à decomposição de formas, algo que deveria ser cultivado ao longo da vida. A consciência de que a arte é um processo contínuo de aprendizado e evolução é um princípio fundamental para quem deseja se aventurar no mundo do desenho. Para isso, o artista recomenda que ninguém se sinta desencorajado. "No começo de qualquer prática há dificuldade, mas a milésima tentativa será melhor que a primeira", diz.
Os encontros, promovidos pelo grupo Urban Sketchers São Paulo, reúnem pessoas de diferentes idades e habilidades que se encontram quinzenalmente nos pontos mais icônicos da cidade, capturando suas paisagens e a vida cotidiana. A metodologia aplicada durante as práticas é aberta e inclusiva, encorajando os participantes a desenharem de acordo com seu nível de conforto. Combinando teoria e prática, as reuniões possibilitam a troca de experiências e a imersão em técnicas que variam do uso de figuras geométricas aos detalhes mais complexos da anatomia e percepção de espaço, essenciais para a criação de desenhos realistas.
O grupo cresceu nos últimos anos e agora conta com mais de 60 núcleos espalhados por todo o Brasil, abrangendo a prática do desenho urbano de forma colaborativa. No estado de São Paulo, existem ainda outros 10 grupos regionais, incluindo Mogi das Cruzes, Campinas e Ribeirão Preto. De acordo com os participantes, essa estrutura de grupos é vital para o intercâmbio de experiências e a disseminação de técnicas, além de fortalecer a cultura do desenho em ambientes públicos.
O sucesso dos encontros é amplamente creditado ao ambiente acolhedor que oferecem. Os participantes têm a liberdade de experimentar e praticar sem a pressão de ter que ser "perfeito". Essa abordagem inclusiva dá espaço para a individualidade dos artistas e permite que cada um aperfeiçoe seu próprio estilo. Além do mais, promove a interação social e o engajamento com a cidade, transformando o ato de desenhar em uma experiência coletiva enriquecedora.
O artista que compartilha suas práticas, embora não tenha formação formal nessa área, é um exemplo do potencial que essas reuniões têm de inspirar e desenvolver talentos. Ele menciona que, mesmo tendo um background em arquitetura, sempre se sentiu atraído pelo desenho como uma forma de expressão pessoal e criativa. "Não faço com o intuito de venda, apenas quero expressar o que vejo e o que sinto", destaca ele, mostrando como o ato de desenhar pode também ser um reflexo da própria identidade.
Dentre os comentários recebidos, surgem pessoas compartilhando suasintuições e buscando recomendações para aprimorar suas habilidades. Um aprendiz, relatando suas dificuldades com desenho e observação, foi incentivado a continuar focando em formas geométricas e a adquirir confiança antes de se aventurar a desenhar figuras mais complexas como pessoas e animais. Isso mostra que, apesar das incertezas iniciais, a comunidade está sempre disposta a apoiar e oferecer conselhos práticos.
Os artistas destacam ainda a importância de se expor à arte e à estética de projetos contemporâneos e clássicos, além de acompanhar profissionais reconhecidos. A presença nas redes sociais também tem sido uma ferramenta valiosa para aqueles que desejam buscar referências e inspirações no dia a dia.
Assim, São Paulo, com sua rica diversidade cultural e urbana, proporciona um verdadeiro laboratório a céu aberto para artistas e cidadãos interessados, que se reúnem para praticar suas habilidades e trocar experiências. Através desses encontros, a cidade não apenas testemunha o talento de seus habitantes, mas também revive a essência do desenho como uma celebração da vida cotidiana e da estética que cada esquina da metrópole apresenta. O próximo encontro está agendado para o dia 11 de janeiro, onde os participantes são incentivados a trazer seus materiais e se juntar a essa vibrante rede de arte e amizade.
Fontes: O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil
Detalhes
O Urban Sketchers São Paulo é um grupo que reúne amantes do desenho urbano, promovendo encontros regulares onde artistas de diversas idades e habilidades podem praticar suas técnicas em locais icônicos da cidade. O grupo faz parte de uma rede global de Urban Sketchers, que visa documentar e compartilhar a vida urbana através da arte, incentivando a observação e a expressão criativa em um ambiente colaborativo e inclusivo.
Resumo
São Paulo está se tornando um centro de expressão artística, reunindo artistas e entusiastas do desenho urbano em encontros regulares. O movimento, promovido pelo grupo Urban Sketchers São Paulo, permite que pessoas de diferentes idades e habilidades pratiquem e desenvolvam suas habilidades artísticas em um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Um artista que participou do movimento compartilha sua experiência de registrar a cidade através de seus desenhos, enfatizando que o desenho é uma forma de expressão acessível a todos, independentemente da formação. Os encontros, que ocorrem quinzenalmente em locais icônicos da cidade, incentivam a troca de experiências e a prática de técnicas variadas. Com mais de 60 núcleos no Brasil, esses grupos fortalecem a cultura do desenho em ambientes públicos. O ambiente inclusivo e a liberdade de experimentar são destacados como fatores que contribuem para o sucesso do movimento, promovendo interação social e engajamento com a cidade. O próximo encontro está marcado para 11 de janeiro, convidando todos a participar dessa rede vibrante de arte e amizade.
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