16/12/2025, 21:53
Autor: Laura Mendes

A Geração Z, a mais nova onda de adultos jovens nos Estados Unidos, começa a expressar uma desconfiança crescente em relação ao futuro da Previdência Social no país, segundo novas pesquisas. Embora uma ampla gama de americanos ainda veja o programa com bons olhos, os jovens parecem menos otimistas em sua capacidade de oferecer segurança financeira no futuro. Um estudo recente realizado pelo Cato Institute junto com a YouGov revelou que 83% da população americana mantém uma visão positiva da Previdência Social, um programa que foi estabelecido durante a Grande Depressão em 1935, sob a liderança do presidente Franklin D. Roosevelt, com a intenção de proporcionar segurança financeira a trabalhadores aposentados e suas famílias.
Contudo, a perspectiva para a continuidade desse programa fundamental está se tornando cada vez mais inquietante. A administração da Previdência Social projetou que os fundos fiduciários do programa poderão ser esgotados até 2034, e, sem ação legislativa eficaz a partir do Congresso, os benefícios pagos dependerão apenas da receita atual do imposto sobre a folha de pagamento, resultando numa drástica redução de cerca de 21% nos benefícios. Essa realidade gera preocupação entre os jovens, que já têm suas dúvidas sobre a integridade e a eficácia do sistema, em um contexto de mudanças demográficas significativas.
Com a proporção de trabalhadores contribuindo em relação aos aposentados diminuindo drasticamente – de 46 trabalhadores por segurado quando o programa começou a menos de três para um atualmente e projeções de menos de dois para um na aposentadoria dos Millennials – as incertezas aumentam. Muitos jovens estão preocupados com a possibilidade de nunca conseguirem usufruir plenamente do benefício ao qual contribuem, levando a um sentimento de desespero em relação à própria estrutura da Previdência Social.
Ao longo dos comentários, muitos usuários compartilham de uma percepção crítica sobre como a política e os interesses econômicos moldaram a opinião pública acerca da Previdência. Há quem acredite que um movimento intencional para minar o programa está por trás dos esforços de conservadores corporativistas, que, por sua vez, têm investido milhões em campanhas para influenciar a opinião pública contra a sustentabilidade social da Previdência. A geração mais jovem, incluindo os Millennials, também expressa uma firme convicção de que não poderão contar com a Previdência quando alcançarem a idade de aposentadoria. Este ceticismo reflete uma preocupação ainda maior com a distribuição de recursos em um cenário onde muitos acreditam que suas contribuições estão sendo “roubadas” e não devolvidas como deveriam.
Adicionalmente, as conversas sobre alternativas de investimento pessoal em vez de confiar no modelo tradicional da Previdência Social estão ganhando popularidade. Jovens adultos, insatisfeitos com as incertezas do sistema, consideram que seus fundos pessoais poderiam ser geridos de maneira mais eficaz do que pelas estruturas governamentais existentes. Essa mudança de mentalidade sugere um desvio das expectativas tradicionais em relação ao planejamento financeiro para aposentadoria, refletindo um desejo de maior controle e responsabilidade financeira individual.
Ainda assim, mesmo com o otimismo geral sobre a popularidade do programa, o fato é que muitos não sabem se as promessas feitas serão cumpridas ao longo do tempo. O aumento antecipado dos custos da Previdência, projetado para aumentar de 5% do PIB atual para 6% em 50 anos, acentua ainda mais a percepção de que o modelo precisa ser revisado. Os dados mostram que, enquanto os lucros corporativos consomem 13% do PIB, o custo de manter a Previdência Social está se tornando um peso que tende a ser insustentável para as gerações mais jovens.
Portanto, a intersecção entre questões demográficas, políticas fiscais e a integridade dos programas de seguridade social geram um panorama complicado para o futuro da Previdência Social nos Estados Unidos. As vozes da Geração Z ecoam um sentimento de insegurança e a necessidade de uma reavaliação mais profunda das políticas sociais, se almejarem um futuro financeiro mais estável e seguro. As mudanças que estão sendo solicitadas por essas gerações, focadas no fortalecimento da Previdência em vez de sua desmantelação, podem definir a maneira como o sistema de seguridade social evolui nas próximas décadas. É um tema que certamente continuará a ser debatido e que se revelará crucial nas próximas eleições e nas discussões sobre políticas públicas nascido da necessidade de garantir um futuro mais promissor para todos os trabalhadores americanos.
Fontes: Newsweek, Cato Institute, Administração da Previdência Social, dados demográficos sobre aposentadoria
Detalhes
O Cato Institute é um think tank libertário americano fundado em 1977, que se dedica à pesquisa e defesa de políticas públicas que promovem a liberdade individual, o governo limitado e a paz. Com sede em Washington, D.C., a instituição é conhecida por suas análises e publicações sobre questões econômicas, sociais e políticas, influenciando o debate público e a formulação de políticas nos Estados Unidos.
Franklin D. Roosevelt foi o 32º presidente dos Estados Unidos, servindo de 1933 até sua morte em 1945. Ele é mais conhecido por liderar o país durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Roosevelt implementou uma série de reformas sociais e econômicas, conhecidas como o New Deal, que incluíram a criação da Previdência Social, um programa destinado a fornecer segurança financeira a aposentados e suas famílias.
Resumo
A Geração Z nos Estados Unidos demonstra crescente desconfiança em relação à Previdência Social, segundo pesquisa do Cato Institute e YouGov. Embora 83% da população americana tenha uma visão positiva do programa, os jovens estão preocupados com sua sustentabilidade, especialmente com a projeção de que os fundos fiduciários poderão se esgotar até 2034. A relação entre trabalhadores e aposentados caiu drasticamente, de 46 para menos de três, gerando incertezas sobre o futuro dos benefícios. Muitos jovens acreditam que não poderão contar com a Previdência quando se aposentarem, levando a um desejo por alternativas de investimento pessoal. Apesar do otimismo geral, a crescente pressão financeira sobre a Previdência, que deve aumentar de 5% para 6% do PIB nos próximos 50 anos, levanta questões sobre sua viabilidade. A Geração Z clama por uma reavaliação das políticas sociais, buscando fortalecer a Previdência em vez de desmantelá-la, um tema que será crucial nas próximas eleições e debates sobre políticas públicas.
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