16/12/2025, 19:36
Autor: Laura Mendes

No dia 21 de outubro de 2023, uma estátua monumental da Havan, avaliada em R$ 1 milhão e com impressionantes 24 metros de altura, desabou em frente a uma de suas lojas, gerando uma onda de críticas e discussões sobre o desperdício de recursos em investimentos considerados duvidosos. A situação não apenas levantou questões sobre a viabilidade e o retorno de tais gastos, mas também expôs a fragilidade de obras desse tipo, que muitas vezes se tornam símbolos de debates mais amplos sobre a responsabilidade social e econômica das empresas.
A Havan, rede popular de lojas de departamentos, tem sido alvo de críticas por suas práticas de marketing extravagantes. A estátua, que demonstrava um investimento significativo, foi vista por muitos como uma tentativa de ostentação, em meio a crescentes preocupações financeiras que afligem numerosas famílias brasileiras. A queda da obra ressaltou ainda mais as preocupações sobre a gestão de recursos em tempos de crise econômica e o peso que projetos glamorosos podem ter em uma sociedade que precisa urgentemente de investimentos mais sólidos e benéficos, como saúde e educação.
Nos comentários associados ao incidente, surgiram vozes variadas abordando o tema sob diferentes perspectivas. Alguns leitores expressaram indignação sobre a figura pública responsável pela loja, enquanto outros discutiram a natureza dos custos envolvidos na produção de obras de arte grandes e complexas como essa, destacando a mão de obra e a dedicação que tais criações exigem. Um comentarista mencionou que não é incomum que obras de grande escala tenham custos exorbitantes devido a diversos fatores, como o trabalho artesanal empregado em sua confecção, transporte e instalação, além da infraestrutura necessária para sustentá-las.
Entretanto, as vozes mais críticas enfatizaram o absurdo de investir R$ 1 milhão em uma estátua, especialmente considerando o estado atual da economia brasileira e a crescente desigualdade social. A insatisfação com a gestão financeira foi evidente, com muitos se perguntando como a Havan justificaria tal gasto enquanto muitos brasileiros enfrentam dificuldades financeiras. A frustração é amplificada pela cada vez mais visível desconexão entre os interesses empresariais visíveis ao público e as necessidades reais da população.
Adicionalmente, o número de lojas da Havan, que constantemente expande suas operações, foi levantado nos comentários. Para os críticos, isso representa uma visão redutiva e distorcida de como os recursos podem ser alocados. Em uma época em que as prioridades de investimento deveriam focar em infraestrutura social, educação e saúde, a ostentação de uma estátua de R$ 1 milhão é desproporcional e, para muitos, inaceitável.
Não é a primeira vez que a Havan se vê em meio a controvérsias relacionadas a gastos extravagantes ou ações publicitárias polêmicas. Em várias outras ocasiões, a loja foi criticada por sua postura em relação a questões sociais e políticas, com muitos usuários da internet apontando que tal investimento poderia ser destreinado para causas que realmente trazem benefícios à população. Essa desarticulação entre a imagem pública da marca e a realidade vivida por muitos brasileiros suscita perguntas sobre responsabilidade social e a ética nos negócios.
Com a possibilidade da estátua ser um forte símbolo de desperdício na arte contemporânea e da maneira como as empresas interagem com a sociedade, o evento pode se transformar em um catalisador para discussões mais profundas sobre o valor da arte em espaço público e o que realmente significa investir de forma significativa na cultura. O desafio para as empresas será repensar suas estratégias de marketing e investimento em arte, alinhando-as com as realidades sociais e econômicas que seus clientes enfrentam.
À medida que o debate continua, muitos se perguntam se essa será uma oportunidade para um movimento mais amplo em direção a práticas empresariais mais responsáveis, e como eventos como este podem inspirar mudanças tanto no olhar público sobre o que é considerado investimento em arte quanto na eficácia e a moralidade de tais ações em ambientes comunitários. A queda da estátua não apenas expõe um monumento físico, mas também um espaço maior de reflexão sobre os valores que as grandes empresas desejam transmitir e seu papel na sociedade atual.
Fontes: O Globo, Folha de São Paulo, UOL
Detalhes
A Havan é uma rede brasileira de lojas de departamentos, fundada em 1986, que se destaca por sua abordagem de marketing extravagante e por oferecer uma ampla variedade de produtos, desde vestuário até eletrônicos. Com um modelo de negócios focado na expansão, a Havan é conhecida por suas lojas grandes e pela presença de uma estátua da liberdade em suas filiais, que se tornou um símbolo da marca. A empresa frequentemente enfrenta críticas por suas práticas de investimento e por sua postura em relação a questões sociais e políticas.
Resumo
No dia 21 de outubro de 2023, uma estátua monumental da Havan, avaliada em R$ 1 milhão e com 24 metros de altura, desabou em frente a uma de suas lojas, gerando críticas sobre o desperdício de recursos em investimentos considerados duvidosos. A situação levantou questões sobre a viabilidade de tais gastos, especialmente em tempos de crise econômica, e expôs a fragilidade de obras que se tornam símbolos de debates sobre responsabilidade social. A Havan, conhecida por suas práticas de marketing extravagantes, foi criticada por investir em uma estátua em meio a crescentes preocupações financeiras da população. Comentários sobre o incidente refletiram indignação e discussões sobre os custos de obras de arte de grande escala, além da insatisfação com a gestão financeira da empresa. A expansão das lojas da Havan também foi mencionada, com críticos questionando a alocação de recursos em vez de investimentos em áreas sociais essenciais. O evento pode catalisar discussões sobre a ética nos negócios e a responsabilidade social das empresas, desafiando-as a repensar suas estratégias de marketing e investimentos em arte.
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