Coreia do Sul enfrenta crise de superbactérias com 45 mil infecções

A Coreia do Sul registra níveis recordes de infecções por superbactérias, com 45 mil casos, evidenciando o problema crescente da resistência a antibióticos no país.

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06/12/2025, 14:45

Autor: Laura Mendes

Uma imagem impactante de bacterias em um microscópio, com cores vibrantes e detalhes realistas das superfícies das células. Ao fundo, uma representação simbólica de antibióticos, como pílulas ou seringas, com uma aura de ameaça, refletindo a crescente preocupação com superbactérias e a resistência a medicamentos.

A Coreia do Sul se encontra em meio a uma intensa crise de saúde pública, com o número de infecções por superbactérias disparando para níveis alarmantes. Recentemente, o país registrou quase 45 mil infecções, um aumento significativo que levanta questões sobre o uso excessivo de antibióticos e a resistência bacteriana. Esse fenômeno, que ocorre quando bactérias se tornam imunes aos efeitos dos antibióticos, é uma preocupação crescente em várias partes do mundo, mas parece ter alcançado uma intensidade sem precedentes na Coreia do Sul.

Um estudo recente destacou que, embora a população coreana seja academicamente bem-sucedida, há uma crença enraizada de que os antibióticos podem tratar uma ampla gama de doenças, incluindo aquelas causadas por vírus, como resfriados. Esse hábito de buscar antibióticos para as doenças comuns causa um efeito cascata de resistência bacteriana, onde apenas as cepas mais resistentes sobrevivem e se proliferam. O impacto dessa resistência é particularmente sensível, considerando que a população coreana envelhece e, assim, se torna mais vulnerável a infecções severas.

A resistência a antibióticos não é um problema novo, e especialistas têm alertado sobre essa questão desde a década de 1990. O aumento no uso de antibióticos em tratamentos inadequados é frequentemente identificado como um dos principais motores para o surgimento de superbactérias. Além disso, no contexto global, a resistência a antibióticos representa uma ameaça significativa à saúde pública, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterando a necessidade urgente de uma abordagem coordenada para lidar com este cenário.

No entanto, a situação se agrava com a cultura local que prioriza tratamentos imediatos e a autoadministração de medicamentos. Como observado por profissionais de saúde, muitos coreanos recorrem a antibióticos para tratar resfriados comuns ou sintomas leves, resultando em um ciclo de uso inadequado. Esse padrão pode ser percebido em outros países asiáticos, onde a automedicação com antibióticos é uma prática comum, contribuindo assim para o aumento da resistência bacteriana.

Estudos recentes mostram que a grande maioria dos médicos na Coreia do Sul prescreve antibióticos para infecções virais, mesmo sem evidências científicas relevantes que apoiem essa prática. Médicos e pesquisadores apontam que, para reverter essa situação, é crucial uma educação pública mais robusta sobre o uso responsável de antibióticos, bem como um esforço conjunto para restringir a prescrição inadequada. A implementação de diretrizes rigorosas sobre como e quando os antibióticos devem ser administrados poderia ajudar a mitigar a proliferação dessas infecções.

Adicionalmente, o desvio na educação de saúde tem gerado um espaço fértil para a desinformação. Informações erradas sobre a eficácia dos antibióticos e sua utilização como soluções para qualquer sintoma leve têm impactado a saúde coletiva. Com a crescente preocupação com a saúde pública, espera-se que as autoridades de saúde na Coreia reforcem as campanhas educativas e promovam mudanças nas práticas médicas, assegurando que antibióticos sejam preservados para os casos em que são realmente necessários.

A comunidade científica também aponta que não apenas os médicos, mas a gestão de saúde pública precisa ser reavaliada, buscando implementar políticas de monitoramento e regulação do uso de antibióticos. Em muitos países, como o Canadá, a prescrição de antibióticos é feita somente após uma avaliação rigorosa por médicos, o que ajuda a evitar o uso indevido e a consequente resistência. É imperativo que a Coreia do Sul adote estratégias semelhantes.

Enquanto o cenário evolui, a possibilidade de um aumentoalarmante no número de infecções severas geradas por superbactérias continua a ser uma preocupação real. Se a atual tendência persistir, as consequências podem ser devastadoras, lembrando pandemias antigas causadas por bactérias, como a Peste Negra, que resultaram em inúmeras mortes antes da era dos antibióticos. A esperança está em uma combinação de responsabilidade na prescrição, educação adequada e uma abordagem cautelosa no uso crescente de antibióticos. A saúde pública depende da conscientização coletiva e de práticas adequadas que possam garantir que esses medicamentos, essenciais para a luta contra infecções, continuem a ser eficazes por muito tempo.

A sociedade e a comunidade médica têm a responsabilidade de agir diante desse estado crescente de alerta e agir de forma assertiva para proteger a saúde pública diante da inevitável resistência bacteriana, que pode definir as próximas décadas da medicina.

Fontes: Jornal Nacional, The Lancet, World Health Organization

Resumo

A Coreia do Sul enfrenta uma grave crise de saúde pública devido ao aumento alarmante de infecções por superbactérias, com quase 45 mil casos registrados recentemente. Esse fenômeno é atribuído ao uso excessivo de antibióticos, que se tornou comum entre a população, levando à resistência bacteriana. Muitas pessoas acreditam erroneamente que antibióticos podem tratar infecções virais, como resfriados, resultando em prescrições inadequadas por parte dos médicos. Especialistas alertam que a resistência a antibióticos é uma preocupação global e requer uma abordagem coordenada, enfatizando a necessidade de educação pública sobre o uso responsável desses medicamentos. A cultura local de buscar tratamentos imediatos e a automedicação agravam a situação, e é fundamental implementar diretrizes rigorosas para a prescrição de antibióticos. A comunidade médica e as autoridades de saúde devem trabalhar juntas para promover campanhas educativas e reavaliar a gestão do uso de antibióticos, a fim de evitar um aumento devastador de infecções severas no futuro.

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