Colômbia avança em inclusão escolar para estudantes com TDAH

A Colômbia enfrenta desafios, mas também progressos na inclusão de alunos com TDAH nas escolas, com suporte legal e conscientização crescente.

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21/12/2025, 11:56

Autor: Laura Mendes

Uma sala de aula iluminada com alunos em diversas atividades, incluindo um estudante se concentrando em um livro, enquanto outro recebe orientação de um professor. Ao fundo, um quadro negro com anotações sobre TDAH e inclusão escolar, representando a educação inclusiva na Colômbia.

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) tem ganhado crescente atenção em diversas partes do mundo, refletindo uma maior preocupação com as necessidades educacionais e psicológicas dos estudantes. Na Colômbia, o cenário apresenta nuances que variam entre estigmas culturais e os avanços legais que garantem apoio a indivíduos com TDAH. Embora os desafios ainda sejam significativos, recentementente surgiram notícias sobre como as escolas estão trabalhando para se adaptar a essas necessidades.

Um aspecto central da discussão é que ainda persiste um estigma relacionado ao TDAH na cultura colombiana. Muitas vezes, a dificuldade de aprendizado é percebida como mera falta de interesse ou preguiça, o que pode dificultar a busca por ajuda e o reconhecimento do problema. Este fenômeno é similar a experiências em outros locais, como o Brasil e os EUA, onde o reconhecimento e a resposta para questões de saúde mental ainda enfrentam resistência. Algumas das reações em comunidades e famílias, como mencionado por um comentarista, incluem a crença errônea de que as crianças que têm dificuldades estão apenas "não tentando o suficiente".

Entretanto, a questão do TDAH está sendo abordada através de legislações e iniciativas que buscam apoiar esses alunos no ambiente escolar. Recentemente, decisões judiciais como a Ley 2216 de 2022 e a Ley 1618 de 2013, assim como sentenças como a T-040 de 2025, estabelecem que as escolas têm a obrigação de acomodar alunos com esse transtorno, promovendo assim um ambiente mais inclusivo. Tais leis foram implementadas para assegurar que os estudantes não sejam excluídos por suas dificuldades, mas sim ofereçam ajustes que possibilitem uma educação mais equitativa.

Ainda assim, o verdadeiro impacto dessas legislações nas escolas varia consideravelmente. Enquanto algumas instituições, especialmente as de maior prestígio e recursos, têm implementado programas eficazes para apoiar alunos com TDAH, outras, particularmente as escolas públicas, enfrentam dificuldades em atender às exigências- enfrentando desde falta de recursos até a falta de treinamento adequado para seu corpo docente. O resultado é um quadro educacional heterogêneo onde a experiência de um aluno com TDAH pode variar drasticamente de acordo com a escola que frequenta.

Um outro ponto importante mencionado por aqueles que vivenciam diretamente a realidade do TDAH na Colômbia é que as condições de diagnóstico e a acessibilidade a serviços psicológicos também desempenham um papel fundamental. Muitos pais enfrentam desafios na busca de encaminhamentos para avaliação e apoio, especialmente se dependem de serviços públicos ou têm que lidar com o estigma. No entanto, experiências relatadas por indivíduos que procuraram ajuda demonstram que, apesar das barreiras enfrentadas, é perfeitamente viável buscar avaliação e intervenções adequadas, principalmente em grandes cidades.

Adicionalmente, existem preocupações de que o TDAH possa ser superdiagnosticado, um fenômeno também observado em outros países. Estudos têm questionado se a medicalização excessiva pode estar prejudicando mais do que ajudando, destacando a importância de abordagens mais integradas que incluem coaching e adaptações na metodologia de ensino, ao invés de apenas focar em medicações.

Com todos esses desafios e discussões, um aspecto que se mantém constante é o desejo das famílias e educadores de apoiarem adequadamente os alunos com TDAH. A exemplo de muitos países que possuem redes de apoio mais estruturadas, a Colômbia ainda se esforça para fornecer suporte mais robusto, abrangente e acessível a todos.

Neste contexto, a conscientização e educação sobre o TDAH se tornam vitais, tanto para profissionais de educação quanto para a sociedade em geral. É fundamental que haja uma mudança cultural que permita que crianças com TDAH sejam vistas sob uma luz diferente, como indivíduos que podem prosperar academicamente, desde que recebam o suporte necessário.

A possível reaceleração do diálogo sobre saúde mental e a inclusão efetiva nos ambientes escolares pode sinalizar um futuro mais promissor para muitos colombianos que lidam com essas questões. Adequações efetivas, sensibilização e um ensino adaptado criam caminhos mais fortes para um sistema educacional que reconhece e valoriza a diversidade cognitiva, mostrando que é possível avançar, mesmo em meio a desafios culturais e estruturais. A luta contra preconceitos e desinformação continua, mas a história das crianças com TDAH na Colômbia está, lentamente, se transformando em uma narrativa de inclusão e apoio.

Fontes: El Tiempo, Folha de São Paulo, Organização Mundial da Saúde

Resumo

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) tem recebido crescente atenção na Colômbia, onde estigmas culturais ainda dificultam o reconhecimento e o apoio a estudantes afetados. Muitas vezes, as dificuldades de aprendizado são vistas como falta de interesse, o que impede a busca por ajuda. No entanto, legislações como a Ley 2216 de 2022 e a Ley 1618 de 2013 estabelecem que as escolas devem acomodar alunos com TDAH, promovendo um ambiente mais inclusivo. Apesar disso, a implementação dessas leis varia, com instituições mais prestigiadas conseguindo oferecer suporte adequado, enquanto escolas públicas enfrentam desafios significativos. Além disso, a acessibilidade a serviços psicológicos e o diagnóstico de TDAH são preocupações importantes. Há também o risco de superdiagnóstico, levando a uma discussão sobre a medicalização excessiva. A conscientização e a mudança cultural são essenciais para que crianças com TDAH sejam vistas como indivíduos capazes de prosperar academicamente, desde que recebam o suporte necessário. A luta contra preconceitos e desinformação continua, mas a narrativa em torno do TDAH na Colômbia está se transformando em uma história de inclusão.

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