Canadá enfrenta aumento no turismo de nascimento e desafios legais

Cidadania por nascimento no Canadá cresce, levando a questionamentos sobre leis de imigração e saúde. Nova regulamentação pode ser necessária.

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21/12/2025, 11:25

Autor: Laura Mendes

Uma imagem mostrando uma maternidade canadense movimentada, com mulheres grávidas de diversas nacionalidades nas salas de parto, todos segurando documentos de identidade. A cena captura a diversidade de culturas e a interação entre os profissionais de saúde e os turistas de nascimento, com uma atmosfera amigável e acolhedora.

O Canadá, tradicionalmente conhecido por sua política de cidadania por nascimento, está vendo um aumento significativo no turismo de nascimento. Dados recentes revelam que o número de partos realizados por mães não residentes, que visam garantir a cidadania canadense para seus filhos, triplicou desde 2010. Embora esse fenômeno tenha se estabilizado em relação aos anos pré-pandêmicos, os números ainda são alarmantes, destacando a necessidade de uma revisão urgente nas políticas de cidadania e imigração do país.

Em 2025, foram registrados aproximadamente 5.430 partos de mães estrangeiras no Canadá, um aumento notável em comparação com 1.863 em 2010. Esta situação levanta preocupações sobre o impacto que esses nascimentos têm sobre o sistema de saúde canadense, que já enfrenta desafios financeiros significativos. Como resultado, muitos estão pedindo ao governo que considere a implementação de novas taxas e regulamentações para desencorajar o turismo de nascimento, visto que muitos desses turistas não pagam pelas despesas médicas associadas ao parto.

Comentando sobre o fenômeno, vários especialistas alegam que o atual sistema, que permite que qualquer criança nascida em solo canadense se torne cidadã, é frequentemente explorado por famílias que buscam garantir direitos e benefícios. Alguns sugerem que a falta de regulamentação mais rígida está contribuindo para um aumento de "bebês âncora", cuja cidadania pode ser utilizada para facilitar a imigração de seus pais em um país conhecido por sua qualidade de vida e serviços de saúde.

A discussão se intensifica num cenário onde é evidente que o turismo de nascimento não é um problema isolado do Canadá. Na verdade, diversas nações, como os Estados Unidos e a Argentina, enfrentam desafios similares, onde as políticas de cidadania por nascimento estão sob revisão e debate. Em muitos casos, as pessoas estão utilizando esses direitos não apenas para apoiar suas famílias, mas também para contornar processos imigratórios mais rigorosos.

Com o aumento do fluxo de turistas de parto, algumas propostas têm surgido. Uma sugestão frequente envolve o aumento de taxas para os nascimentos que parecem ser de turismo. Algumas vozes no debate defendem uma taxa que giraria em torno de 10.000 a 20.000 dólares para pais não residentes, para que os valores arrecadados possam ser direcionados ao sistema de saúde que frequentemente arca com os custos desses atendimentos.

Por outro lado, o governo canadense enfrenta a pressão de grupos defensores dos direitos humanos que argumentam que a cidadania por nascimento é um direito fundamental que deve ser protegido. Eles avisam que qualquer mudança significativa nas leis poderia levar a discriminações e a uma lenta desintegração dos direitos que sustentam a diversidade e a aceitação cultural no país.

Além disso, com a crescente insatisfação social em relação aos altos custos de saúde nos Estados Unidos, há um potencial aumento no turismo de saúde - que inclui a busca por serviços de parto mais acessíveis no Canadá. Muitos indivíduos nos EUA relatam juntos que um parto no Canadá pode custar uma fração do que se gastaria no seu país de origem, atraindo assim mais pessoas em busca de um sistema de saúde mais justo.

Entretanto, essa dinâmica tem criado uma tensão contínua com relação às responsabilidades financeiras e éticas do turismo de nascimento. Alguns criticam o que consideram uma exploração do sistema de saúde por aqueles que buscam cidadania por meio dos filhos, ano após ano, gerando uma situação onde o cuidado com a saúde se transforma em um campo de batalha políticode direitos e deveres.

Com o Canadá já sentindo os efeitos dessa projeção crescente, especialistas em imigração alertam que, se as políticas existentes não forem revistas, esse fenômeno poderá se acentuar ainda mais. Até o momento, a resposta do governo tem sido imposta pela necessidade, mas uma mudança coordenada e estratégica, com base nas necessidades da população e nas realidades de um mundo globalizado, poderá ser o caminho a seguir.

O fato é que a cidadania por nascimento no Canadá, akin com a situação em muitos outros países, está se tornando um tema cada vez mais complicado e requer envolvimento sério nas discussões para garantir que direitos fundamentais sejam respeitados enquanto se protege a integridade das políticas de imigração brasileiras em um contexto onde o jargão jurídico e as realidades sociais muitas vezes clivam profundamente.

Como o debate continua, os cidadãos canadenses aguardam uma declaração mais clara das autoridades sobre como essa questão será gerida no futuro, já que o aumento do turismo de nascimento desafia a nocção tradicional de cidadania e seu impacto no sistema social e econômico do Canadá. Com o olhar voltado para um futuro que pode incluir mudanças significativas em suas políticas de imigração, o país se posiciona na encruzilhada entre a tradição da cidadania e as novas realidades globais.

Fontes: Bloomberg, The Globe and Mail, The National Post

Resumo

O Canadá, conhecido por sua política de cidadania por nascimento, enfrenta um aumento significativo no turismo de nascimento, com partos de mães não residentes triplicando desde 2010. Em 2025, foram registrados cerca de 5.430 partos de mães estrangeiras, levantando preocupações sobre o impacto no sistema de saúde do país. Especialistas alertam que o atual sistema é explorado por famílias que buscam garantir direitos e benefícios, sugerindo a necessidade de novas taxas e regulamentações para desencorajar essa prática. Embora o governo enfrente pressão de grupos de direitos humanos para proteger a cidadania por nascimento, a crescente insatisfação com os altos custos de saúde nos Estados Unidos pode aumentar o turismo de saúde no Canadá. A situação gera tensões sobre as responsabilidades financeiras e éticas do turismo de nascimento, e especialistas em imigração alertam que, sem revisão das políticas, o fenômeno pode se intensificar. Os cidadãos canadenses aguardam uma posição clara das autoridades sobre como gerenciar essa questão, que desafia a nocção tradicional de cidadania.

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