Zelenskyy propõe segurança em troca de desistência da OTAN

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, sugere abrir mão da adesão à OTAN para receber garantias de segurança, rejeitando pressões dos EUA.

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14/12/2025, 19:13

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma reunião tensa entre líderes europeus e ucranianos, discutindo a possível adesão da Ucrânia à OTAN. Ao fundo, uma bandeira da OTAN enquanto mapas da Europa e da Ucrânia estão espalhados pela mesa com notas e documentos estratégicos evidenciando a complexidade da situação. A cena transmite um ar de urgência e dilema político.

Em um momento de crescente tensão geopolítica, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, manifestou sua disposição em abrir mão da adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em troca de garantias de segurança por parte de aliados ocidentais. A declaração de Zelenskyy surge em meio a debates acalorados sobre a eficácia da OTAN e as dinâmicas de poder entre Estados Unidos, Rússia e a própria Europa.

As garantias de segurança propostas incluem promessas diretas de proteção militar de países como Polônia, Alemanha, Finlândia, França e Reino Unido. Especialistas entendem que essas garantias poderiam ser vistas como mais valiosas do que a própria adesão à OTAN, especialmente considerando o cenário geopolítico atual. As tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuam a aumentar, levando a uma necessidade urgente de soluções concretas para garantir a soberania e segurança da Ucrânia.

Entretanto, a proposta de Zelenskyy não ocorre sem controvérsias. Há preocupações expressas sobre a posição dos Estados Unidos, com analistas destacando que a administração atual pode estar inclinada a presionar a Ucrânia a fazer concessões territoriais. A visão é que, ao abrir mão de terras, a Ucrânia estaria, na verdade, encorajando a Rússia a reivindicar mais áreas no futuro, uma ideia que muitos consideram extremamente arriscada.

Um comentarista enfatizou que abrir mão de qualquer território para um "valentão" apenas encorajaria futuras agressões, refletindo a opinião de muitos em relação ao necessário fortalecimento da posição da Ucrânia no campo de batalha e nas negociações. A visão é que ceder a qualquer demanda russa seria um ato de fraqueza, que poderia resultar em maiores perdas a longo prazo.

Além das questões de segurança imediata, a situação da OTAN também está sendo reavaliada. Com a incerteza sobre o futuro das políticas dos EUA, especialmente com a possível volta de Donald Trump à presidência, há uma preocupação crescente sobre como a Europa poderá se auto-sustentar militarmente sem o apoio dos EUA, algo que se tornou evidente a partir da invasão russa em 2022. Observadores notam que, apesar de os gastos com defesa estarem aumentando entre os países europeus, ainda há um longo caminho a percorrer até que seu planejamento militar se torne completamente independente dos recursos americanos.

Nesse contexto, muitos analistas argumentam que a Europa precisa perceber que a defesa do continente é uma responsabilidade compartilhada que não pode depender exclusivamente dos Estados Unidos. Os comentários ressaltam que a era de apoio absoluto dos EUA à OTAN pode não ser um dado adquirido, levando a uma crescente necessidade de autonomia europeia em questões de segurança e defesa.

A questão das garantias de segurança por parte da Europa é complexa e multifacetada. Embora países europeus como a Polônia e a Alemanha possam oferecer garantias, a eficácia dessas promessas é frequentemente questionada dada a talvez limitada capacidade militar e a incerteza política interna que muitos desses países enfrentam. Além disso, a perspectiva de um futuro presidente dos EUA que possa reverter as políticas de apoio à Europa traz uma nova camada de incerteza na segurança regional.

À medida que o cenário internacional se transforma, a possibilidade de uma Ucrânia menos dependente da NATO e mais apoiada por garantias de segurança bilaterais se torna uma alternativa viável. No entanto, essa abordagem é vista por outros como uma potencial traição à ideia de uma Europa coesa e unida na defesa contra ameaças externas.

Em resumo, a proposição de Zelenskyy de abrir mão da entrada da Ucrânia na OTAN em troca de garantias de segurança é um movimento que reflete não apenas as dinâmicas de poder atuais, mas também coloque à frente o desafio de reimaginar a segurança europeia em tiempos conturbados. O desdobramento dessa discussão e seus possíveis impactos na região requerem atenção contínua enquanto o futuro da segurança europeia permanece em balanço.

Fontes: Folha de São Paulo, BBC News, Al Jazeera

Detalhes

Volodymyr Zelenskyy

Volodymyr Zelenskyy é o presidente da Ucrânia, eleito em 2019. Antes de sua carreira política, ele era um comediante e produtor de televisão, conhecido por seu papel na série "Servant of the People", onde interpretava um professor que se torna presidente. Zelenskyy ganhou destaque internacional durante a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, sendo reconhecido por sua liderança e habilidade de comunicação em tempos de crise.

Resumo

Em meio a crescente tensão geopolítica, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, expressou disposição para abrir mão da adesão à OTAN em troca de garantias de segurança de aliados ocidentais, como Polônia, Alemanha e Reino Unido. Especialistas acreditam que essas garantias podem ser mais valiosas que a própria adesão à aliança militar, considerando a situação atual entre Rússia e Ucrânia. No entanto, a proposta gera controvérsias, com analistas alertando que ceder território à Rússia poderia encorajar novas agressões. A reavaliação da OTAN também se intensifica, especialmente com a incerteza sobre as políticas dos EUA e a possível volta de Donald Trump à presidência. Observadores destacam a necessidade de a Europa assumir uma responsabilidade compartilhada em sua defesa, já que a dependência dos EUA pode não ser garantida no futuro. A proposta de Zelenskyy levanta questões sobre a eficácia das garantias de segurança e a coesão da Europa diante de ameaças externas, exigindo atenção contínua para seus desdobramentos.

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