24/12/2025, 13:17
Autor: Ricardo Vasconcelos

Em um importante desenvolvimento nas tentativas de resolução do conflito entre Ucrânia e Rússia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que um novo plano de paz, desenvolvido em parceria com os Estados Unidos, foi compartilhado com a Rússia ontem. O plano abrange 20 pontos que, segundo Zelensky, "aproximaram significativamente a maioria das posições" entre as partes envolvidas no conflito, mas ainda existem questões críticas a serem discutidas.
Zelensky descreveu o plano como "a estrutura principal para acabar com a guerra". Elementos fundamentais do acordo incluem a discussão sobre o controle dos territórios disputados nas regiões de Donetsk e Luhansk, assim como a administração da usina nuclear de Zaporizhzhia, que está sob ocupação russa. O presidente ucraniano revelou que, embora a Rússia tenha ocupado a maior parte de Luhansk e cerca de 70% de Donetsk, o governo ucraniano está se preparando para um cenário de compromisso.
As negociações, conforme Zelensky, enfrentam desafios significativos. O principal ponto de impasse é a questão do Donbass e como esses territórios deverão ser geridos no futuro. A Rússia, em suas exigências, insiste na renúncia da Ucrânia a qualquer controle sobre os territórios restantes do Donbass que ainda não estão sob ocupação russa. Em contrapartida, a Ucrânia reafirma sua posição de que qualquer acordo deve permitir um referendo que possibilite à população da região decidir seu próprio destino.
Outro aspecto complicado das negociações é a gestão da usina nuclear de Zaporizhzhia. De acordo com o plano proposto, os Estados Unidos sugeriram uma administração conjunta da usina entre os três países envolvidos. No entanto, Zelensky contestou essa proposta, sugerindo em vez disso que a propriedade da usina fosse compartilhada apenas entre os Estados Unidos e a Ucrânia, com a inclusão da Rússia em um papel secundário.
O contexto das recentes negociações de paz se dá em meio a uma situação de guerra civil que já se arrasta há anos e que resultou em um número incalculável de vítimas e deslocados. A proposta ucraniana, além de buscar um cessar-fogo duradouro, também busca estabelecer zonas desmilitarizadas e áreas designadas como zonas econômicas livres, onde a infraestrutura civil possa ser restaurada e a atividade econômica reestabelecida, permitindo que a vida nas comunidades locais retorne ao normal.
Críticos do plano, no entanto, expressam dúvidas sobre a sinceridade das intenções da Rússia. Um analista político mencionou que o Kremlin tem um histórico de aceitar acordos apenas para ganhar tempo e fortalecer sua posição militar. Os EUA também têm buscado formas de garantir que qualquer cessar-fogo seja respeitado e que a Rússia não use essa pausa para reorganizar suas forças.
A resposta de Vladimir Putin ao plano ucraniano é aguardada para a próxima quarta-feira, deixando o mundo em expectativa sobre os próximos passos nas negociações. Enquanto isso, o Presidente Zelensky continua reforçando sua mensagem de que um futuro pacífico é possível, contanto que as questões relativas aos territórios e à segurança sejam tratadas com seriedade e comprometimento por todas as partes envolvidas.
Além disso, a comunidade internacional observa atentamente o desenrolar das conversas, uma vez que um acordo de paz sólido poderia redefinir as relações na Europa Oriental e oferecer um novo paradigma para a paz, segurança e cooperação entre os ex-estados soviéticos. O resultado dessa negociação não apenas impactaria a Ucrânia e a Rússia, mas também poderia inaugurar um novo equilíbrio de poder na região, com repercussões em toda a Europa. A esperança coletiva é que, após tantos anos de confronto, um caminho para a paz possa finalmente ser traçado.
Fontes: BBC, CNN, Reuters
Resumo
Em um avanço nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou um novo plano de paz, desenvolvido em colaboração com os Estados Unidos, que foi apresentado à Rússia. O plano, que contém 20 pontos, visa resolver questões críticas, incluindo o controle dos territórios disputados em Donetsk e Luhansk, e a gestão da usina nuclear de Zaporizhzhia. Apesar de a Rússia controlar a maior parte de Luhansk e 70% de Donetsk, Zelensky se mostra disposto a compromissos. No entanto, o impasse persiste, especialmente sobre como gerenciar o Donbass e a administração da usina nuclear. Críticos levantam dúvidas sobre a sinceridade da Rússia nas negociações, enquanto os EUA buscam garantir que um cessar-fogo seja respeitado. A resposta de Vladimir Putin ao plano é esperada em breve, e a comunidade internacional observa atentamente, pois um acordo poderia redefinir as relações na Europa Oriental e estabelecer um novo equilíbrio de poder na região.
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