28/12/2025, 18:07
Autor: Ricardo Vasconcelos

Na mais recente tentativa de avançar nas negociações de paz para a Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky apresentou um plano audacioso que visa a criação de zonas desmilitarizadas em áreas ainda sob controle ucraniano na região de Donetsk. Este movimento propõe uma retirada parcial das tropas ucranianas em troca de garantias de segurança por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, com a expectativa de impedir a intervenção russa em áreas estratégicas do país.
Zelensky explicitou que, caso a Ucrânia aceitasse retirar suas forças pesadas entre 5 e 40 quilômetros das áreas controladas que compõem 25% de Donetsk, a Rússia também seria obrigada a fazer o mesmo. Tal proposta sugere a intenção de criar um espaço econômico desmilitarizado, que, segundo analistas, poderia beneficiar a Ucrânia ao dificultar a presença militar russa direta nessas zonas. “Não é uma concessão, mas sim uma estratégia que enfraquece a capacidade russa de agir”, disse um comentador da postagem que analisou a proposta.
Entretanto, o terreno para qualquer negociação permanece instável. Muitos especialistas acreditam que qualquer solução diplomática poderá estar longe de ser alcançada, uma vez que as demandas da Rússia se mostram excessivas e inaceitáveis para o governo ucraniano e seus aliados ocidentais. As tensões continuam a crescer, e o campo de batalha parece estar se tornando mais relevante do que a mesa de negociações. “As expectativas de um acordo pacífico são mínimas, principalmente sabendo que Putin não irá ceder”, comentou outro especialista. “Rússia e Ucrânia estão em um impasse que provavelmente só será resolvido com mais conflitos no terreno”.
Com a proximidade das fronteiras originais de 1991 sendo uma questão central nas propostas, muitos ucranianos expressam a necessidade de um cessar-fogo imediato. Na última declaração, Zelensky reiterou que quaisquer outras negociações que não respeitem essas fronteiras ou que peçam reparações seriam inaceitáveis. "Estamos dispostos a negociar, mas temos limites", enfatizou Zelensky em discursos recentes.
A complexidade do conflito é aprofundada pelo fato de que existem diversos atores internacionais envolvidos, o que torna as negociações ainda mais desafiadoras. O uso de figuras não oficiais dos EUA, como Jared Kushner, nas discussões por um acordo é visto como problemático e, por muitos, como uma tentativa de minar a seriedade do processo. “É uma piada tratar negociações de tal magnitude dessa forma”, afirmou um comentarista em um dos debates observados.
Ademais, as opiniões em torno da estratégia ucraniana e as negociações em curso revelam um espectro de incerteza. A ideia de perder 25% de Donetsk nos próximos dois anos é uma preocupação crescente entre os estrategistas ucranianos. Muitas vozes criticam a administração de Zelensky por não estar utilizando essa alavanca nas negociações, mesmo quando a situação no campo de batalha se agrava. Porém, há os que acreditam que, independentemente do risco, a proposta de desmilitarização pode oferecer uma nova direção e algum nível de esperança para um futuro mais pacífico.
A busca pela paz na Ucrânia, em meio a uma guerra já prolongada, continua sendo um tema sensível e polarizador. À medida que as negociações avançam, os apelos por um cessar-fogo e pelo respeito à soberania territorial permanecem na agenda, reforçando que a estabilidade na região depende não só de acordos formais, mas também de um contexto real e seguro no campo de batalha.
Seja qual for o resultado das propostas, as palavras de Zelensky e as reações internacionais apontam para um caminho difícil e cheio de desafios na busca pela paz na Ucrânia. Advocando por um futuro livre de conflitos, a Ucrânia se posiciona no centro de uma geopolítica complexa, onde o objetivo final deve ser a restauração da ordem e o bem-estar de seu povo, que tem enfrentado questões de segurança e sobrevivência por mais de um ano em meio a uma guerra devastadora.
Fontes: BBC News, Al Jazeera, The Guardian
Detalhes
Volodymyr Zelensky é o presidente da Ucrânia, eleito em 2019. Antes de sua carreira política, ele era um comediante e produtor de televisão, conhecido por seu papel na série "Servindo ao Povo", onde interpretou um professor que se torna presidente. Desde o início da invasão russa em 2022, Zelensky se destacou por sua liderança durante a crise, buscando apoio internacional e defendendo a soberania ucraniana em meio ao conflito.
Resumo
Na mais recente tentativa de avançar nas negociações de paz para a Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky apresentou um plano que visa a criação de zonas desmilitarizadas em áreas sob controle ucraniano na região de Donetsk. A proposta sugere uma retirada parcial das tropas ucranianas em troca de garantias de segurança dos Estados Unidos e da União Europeia, com o objetivo de impedir a intervenção russa. Zelensky afirmou que, se a Ucrânia retirar suas forças pesadas, a Rússia também deverá fazer o mesmo, criando um espaço econômico desmilitarizado. Entretanto, muitos especialistas acreditam que as negociações permanecem instáveis, com demandas russas consideradas excessivas. As tensões aumentam, e a possibilidade de um acordo pacífico parece remota. Zelensky reiterou que qualquer negociação que não respeite as fronteiras de 1991 ou que exija reparações seria inaceitável. A complexidade do conflito é acentuada pela presença de diversos atores internacionais, tornando as negociações ainda mais desafiadoras. Apesar das críticas à administração de Zelensky, a proposta de desmilitarização pode oferecer uma nova direção para um futuro mais pacífico na Ucrânia.
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