Turistas enfrentam preços abusivos e exploração nas praias brasileiras

Turistas relatam experiências de preços exorbitantes e práticas abusivas nas praias brasileiras, questionando a falta de regulamentação e o impacto negativo no turismo.

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30/12/2025, 21:06

Autor: Laura Mendes

Uma praia lotada com cadeiras de plástico agrupadas, barracas coloridas e turistas em busca de espaço, enquanto um vendedor empurra mercadorias aos veranistas. A cena captura o caos relacionado aos altos preços das atrações e serviços à beira-mar, refletindo a frustração dos visitantes.

A temporada de verão trouxe à tona uma série de queixas de turistas que visitam as praias brasileiras, especialmente em locais conhecidos por sua beleza natural e infraestrutura turística, como Porto de Galinhas e Arraial do Cabo. Enquanto os visitantes buscam relaxar e aproveitar o sol, muitos se deparam com a realidade de preços exorbitantes cobrados por serviços e produtos básicos, como cadeiras de praia e refeições. Muitas famílias e grupos de amigos relatam que os valores cobrados superam em muito a média esperada, gerando frustração e estresse, em vez de lazer.

Um dos principais relatos se refere ao aluguel de cadeiras e guarda-sóis. Em algumas praias, preços como R$ 200 por uma cadeira e R$ 150 por um pastel se tornaram a norma, levando os turistas a questionar a ética e a legalidade dessas cobranças. O quadro é amplificado pelo comportamento agressivo de alguns vendedores, que não hesitam em abordar os turistas em grupos e insistir na venda, muitas vezes de forma invasiva. Essa prática muitas vezes resulta em coação, onde os visitantes sentem-se forçados a consumir produtos a preços inflacionados para evitar conflitos.

Os comentários de visitantes revelam que essa situação não é nova. Muitos reassentam-se na sensação de estresse que esses ambientes criam. "Passa o ano todo sob estresse sofrendo cobrança, aí chega nas férias, quer viajar pra conhecer um lugar novo e relaxar... Mais estresse ainda", disse um turista. Essa dinâmica de exploração aponta para um problema maior na administração pública e recursos turísticos do Brasil, onde a falta de regulamentação e a omissão de autoridades permitem essa prática de extorsão passar despercebida.

Em algumas áreas turísticas, tornou-se comum que os comerciantes "dominassem" as praias, ocupando equipamentos e espaço com suas barracas e cadeiras, obstruindo o acesso dos turistas e forçando uma "troca comercial" muitas vezes desleal. A afirmação de que "os brasileiros não acreditam em boicote" e que realmente deveriam "parar de ir pra praia ser feito de trouxa" ecoa no sentimento geral de frustração. Muitos turistas estão começando a optar por soluções alternativas, como levar seus próprios alimentos e utensílios, a fim de evitar essa exploração.

A dinâmica familiar em praias lotadas inclui também o uso de isopores para levar alimentos e bebidas, garantindo que o grupo possa se alimentar sem sucumbir aos preços abusivos. “Neste ano, decidi ser independente na praia e foi a melhor decisão. Comprei guarda-sol e levei meus lanches daqui. Gastei muito pouco”, compartilha um frequentador. Essa solução não só proporciona economia, mas também melhora a qualidade da alimentação, afastando-se de opções alimentares geralmente caras e de qualidade duvidosa oferecidas nas barracas.

Além disso, a conversa sobre o impacto econômico do turismo no Brasil não pode ser ignorada. Enquanto outros países são elogiados pela sua organização e preços justos, o Brasil parece estar disposto a priorizar lucros imediatos em detrimento da experiência do visitante. “O Brasil tem um potencial turístico gigantesco, mas prefere assaltar seus turistas, a mão armada ou principalmente, com a maquininha de cartão", lamentou um visitante, sugerindo que a exploração desenfreada pode estar causando um efeito adverso no setor turístico.

Diversas vozes nas redes sociais e entre os frequentares de praias levantam a necessidade urgente de uma intervenção das autoridades para coibir práticas abusivas. O chamado para uma regulamentação adequada chamou atenção, com o clamor para que a administração pública implemente medidas efetivas que protejam tanto os turistas quanto os trabalhadores do setor.

No entanto, enquanto essas mudanças esperadas não se concretizam, o fenômeno das praias dominadas por barracas e vendedores persiste, fazendo com que muitos turistas repensem suas férias em terras brasileiras. As memórias de relaxamento prometido se tornam, assim, em muitos casos, memórias de estresse e frustração.

Conforme a temporada de verão se avança e mais visitantes chegam pelas areias brasileiras, observa-se uma crescente insatisfação que pode impactar futuras decisões de viagem para o Brasil. A esperança é que, considerando a rica biodiversidade e beleza natural das suas praias, as autoridades deem a devida atenção para transformar a experiência turística em algo positivo e justo, onde tanto os visitantes quanto os comerciantes possam prosperar harmoniosamente.

Fontes: Folha de São Paulo, UOL, O Globo

Detalhes

Porto de Galinhas

Porto de Galinhas é uma famosa praia localizada no estado de Pernambuco, Brasil. Conhecida por suas águas cristalinas e piscinas naturais, é um destino popular entre turistas nacionais e internacionais. A região oferece uma infraestrutura turística diversificada, incluindo hotéis, restaurantes e atividades de lazer, atraindo visitantes em busca de relaxamento e contato com a natureza.

Arraial do Cabo

Arraial do Cabo é uma cidade litorânea no estado do Rio de Janeiro, famosa por suas praias de areia branca e águas transparentes. É um destino popular para mergulho e atividades aquáticas, atraindo turistas que buscam beleza natural e tranquilidade. A cidade também é conhecida por sua rica biodiversidade marinha e paisagens deslumbrantes, tornando-se um local ideal para amantes da natureza.

Resumo

A temporada de verão trouxe queixas de turistas em praias brasileiras, como Porto de Galinhas e Arraial do Cabo, que enfrentam preços abusivos por serviços e produtos. Relatos indicam que o aluguel de cadeiras e guarda-sóis pode chegar a R$ 200 e R$ 150 por um pastel, gerando frustração em vez de lazer. Vendedores muitas vezes abordam os turistas de forma agressiva, criando um ambiente de coação para que consumam produtos inflacionados. Muitos visitantes expressam que essa situação não é nova e que o estresse se intensifica durante as férias. Para evitar a exploração, alguns turistas estão levando seus próprios alimentos e utensílios, o que não só reduz os custos, mas também melhora a qualidade das refeições. A falta de regulamentação e a omissão das autoridades são apontadas como causas desse problema, levando a um clamor por intervenções que protejam tanto turistas quanto trabalhadores do setor. Enquanto isso, a insatisfação crescente pode impactar futuras decisões de viagem para o Brasil, que possui um grande potencial turístico ainda não explorado de forma justa.

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