11/09/2025, 01:44
Autor: Ricardo Vasconcelos
No dia 29 de outubro de 2023, um sentimento de apreensão começou a permeiar o mercado financeiro brasileiro, especialmente entre os investidores que apostam em Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). O clima tenso se intensificou após o governo federal ter apresentado a Medida Provisória 1.303/2025, que propõe um aumento significativo na tributação sobre investimentos, afetando diretamente a lucratividade e a atratividade dos FIIs. Com a alíquota de Imposto de Renda (IR) para ações, fundos, criptomoedas e renda fixa passando de 15% para 17,5%, a medida promete impactar o já complexo cenário de investimentos no país.
Os FIIs, que historicamente têm atraído investidores pela promessa de renda passiva e pelo potencial de valorização, agora se veem sob uma nova luz, provocando reações diversas no mercado. O aumento da carga tributária e o fim de incentivos para o longo prazo associados aos FIIs levantam a questão: seriam esses instrumentos de investimento ainda viáveis em um cenário econômico em mudança? Especialistas e investidores se questionam, enquanto a nova proposta do governo se transforma no centro do debate sobre o futuro das aplicações nesse tipo de ativo.
Uma série de comentários em fóruns financeiros reflete essa incerteza. Um usuário ressaltou que, apesar da aparente simplicidade em analisar FIIs, a realidade é que muitos investidores carecem da habilidade de selecionar bons fundos. "Na média, quem investe não sabe escolher e acha que está lucrando porque recebe seu 1% ao mês. Se não acompanhar de perto, nem percebe que a oscilação do papel é maior que a renda paga", afirmou o comentarista. Essa visão crítica sobre a capacidade dos investidores em discernir entre FIIs lucrativos e os que não ultrapassam o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) corrobora com a preocupação sobre a real capacidade de retorno desse tipo de investimento.
O renomado investidor Luiz Barsi, que se tornou referência nesse mercado, chegou a afirmar que os FIIs são um "conto do vigário", gerando discórdia entre os adeptos e opositores desse tipo de investimento. Esse comentário provocou reações acaloradas entre investidores que defendem os FIIs, apontando que interpretam a visão de Barsi como uma perspectiva distorcida, já que ele opera em um patamar financeiro completamente distinto, com valores que "provavelmente a gente não vai injetar em 10 anos", conforme um usuário destacou.
Um debate interessante surgiu sobre o propósito dos FIIs em relação a outras classes de ativos. Embora alguns defendam que FIIs oferecem um retorno inferior ao potencial de valorização das ações de boas empresas, outros acreditam que eles são mais simples de analisar e apresentam riscos menores. "Não que seja conto do vigário, mas geralmente o pessoal investe sem saber direito o que está fazendo", comentou outro usuário, ressaltando a importância de conhecimento e acompanhamento para otimizar retornos.
A proposta de aumento de impostos, além de servir como alerta para os investidores, levantou questões sobre a necessidade de readequação dos portfólios. Com a elevação da taxa, muitos acabam repensando sua saída de investimentos a longo prazo, buscando alternativas que apresentem melhores condições no atual contexto tributário. O aprendizado contínuo se tornou ainda mais necessário para os investidores, especialmente para aqueles que estão na fase de acumulação, onde o foco não deve ser apenas em comprar ativos, mas também em entender os riscos e potencial do investimento.
Além disso, há a preocupação com a diluição de minoritários em fundos que dependem de subscrições para crescer. O caráter intrínseco dos FIIs, que não permite a retenção de dividendos para reinvestimento ou manutenção, é visto por alguns como uma falha estrutural que pode agravar ainda mais a situação.
Em síntese, o aumento da carga tributária proposto pelo governo e a polêmica em torno dos FIIs revelam um cenário de incertezas e desafios que os investidores devem enfrentar. A habilidade de análise, o acompanhamento ativo do mercado e uma melhor compreensão dos riscos associados a cada ativo se tornam essenciais para aqueles que desejam prosperar em meio a estas mudanças. O que está claro, entretanto, é que a discussão sobre a validade dos FIIs está longe de ser encerrada, prometendo permanecer como um tema recorrente entre investidores e especialistas no futuro próximo. Com a volatilidade do mercado, a proteção contra os riscos fiscais e os desafios econômicos deve ser uma prioridade para quem busca segurança financeira em tempos incertos.
Fontes: Valor Econômico, Jornal do Comércio, InfoMoney
Detalhes
Luiz Barsi é um renomado investidor brasileiro, conhecido por sua expertise no mercado de ações e fundos imobiliários. Ele se destacou por suas estratégias de investimento de longo prazo e por ser um defensor da educação financeira. Barsi é frequentemente consultado em debates sobre investimentos e é reconhecido por suas opiniões contundentes, que muitas vezes polarizam a comunidade de investidores.
Resumo
No dia 29 de outubro de 2023, o mercado financeiro brasileiro começou a sentir apreensão após a apresentação da Medida Provisória 1.303/2025, que propõe um aumento na tributação sobre investimentos, impactando diretamente os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). A nova alíquota de Imposto de Renda, que passará de 15% para 17,5%, levanta questionamentos sobre a viabilidade dos FIIs em um cenário econômico em transformação. Especialistas e investidores debatem a capacidade de retorno desses ativos, com críticas sobre a falta de conhecimento dos investidores na seleção de bons fundos. O investidor Luiz Barsi gerou polêmica ao classificar os FIIs como um "conto do vigário", o que provocou reações acaloradas entre defensores e opositores desse tipo de investimento. A proposta de aumento de impostos também instiga uma reavaliação dos portfólios, levando investidores a buscar alternativas mais favoráveis. A discussão sobre a validade dos FIIs e a necessidade de um acompanhamento mais próximo do mercado se tornam essenciais para a proteção financeira em tempos incertos.
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