30/12/2025, 21:23
Autor: Laura Mendes

As reformas implementadas na Suécia nos últimos anos têm gerado uma diminuição notável nos tiroteios, especialmente em um contexto onde a criminalidade se mostrava uma crescente preocupação. De acordo com os dados recentes, a quantidade de tiroteios no país caiu pela metade, levantando um ponto importante sobre a eficácia de leis mais rigorosas e de uma abordagem mais clara para o combate à criminalidade. Em um ambiente onde a psicologia social e diferentes correntes políticas se entrelaçam, as medidas tomadas pelo governo sueco têm sido elogiadas como um modelo pelo qual outros países podem se inspirar.
Entre 2015 e 2024, a Suécia apresentou um aumento de homicídios, que atingiu seu ápice em 2020, quando foram registrados 124 homicídios. Desde então, o governo decidiu buscar reformas drásticas a fim de reverter essa situação. É crucial destacar que as mudanças não foram apenas em relação ao aumento das penas, mas sim um pacote completo de ações que incluíram o aumento de vigilância eletrônica, a criação de zonas de segurança e a oferta de anonimato para algumas testemunhas judiciais. Essas estratégias foram introduzidas em um esforço para também combater o fenômeno da “Violência como Serviço”, onde gangues recrutam jovens para realizar crimes, um problema que aumenta a cada dia.
Ao focar em legislações mais duras, a Suécia aprofunda discussões sobre a natureza da segurança pública e sobre como a aplicação da lei pode ser aprimorada para lidar com a criminalidade atual. Medidas como o endurecimento de penas não têm efeito isolado; elas fazem parte de um método abrangente que visa aumentar a taxa de prisões e, assim, efetivamente minimizar a criminalidade. O debate se intensifica em relação ao que deve ser priorizado nas políticas de segurança: a presença policial ostensiva ou a promoção de uma empregabilidade que diminua a atração por ações criminosas.
Entretanto, essas práticas não estão isentas de controvérsias. Críticos expressam preocupações sobre a privacidade e a vigilância excessiva, ressaltando que a aplicação de tecnologia para monitorar e revistar cidadãos pode ignorar os direitos fundamentais. Ao mesmo tempo, essa vigilância é vista como necessária em determinadas áreas onde a criminalidade e a violência estão em alta. A questão se torna uma balança delicada entre segurança e liberdade individual.
No Brasil, as discussões e as comparações são inevitáveis, uma vez que o país também enfrenta altos índices de criminalidade, com mais de 30.000 mortes anualmente. Esse cenário levanta questionamentos sobre a eficácia das leis atuais e a possibilidade de implementar reformas similares às suecas. Diversos comentários sobre o tema indicam que muitos cidadãos brasileiros estão frustrados com políticas que não resultam em uma redução perceptível nas taxas de homicídio. Há um clamor por uma abordagem que não só endureça as leis, mas que, de fato, leve à construção de mais presídios e à aplicação efetiva das punições.
Adicionalmente, a comparação dos números de homicídios entre a Suécia e cidades brasileiras, como Feira de Santana, que registrou mais de 360 homicídios em 2024, ressalta a disparidade nos cenários. Enquanto a Suécia se movia em direção ao controle e à diminuição dos casos de violência, o Brasil enfrentava um aumento preocupante na criminalidade, levando a questionamentos sobre o que realmente precisa ser feito para que a situação reverter.
O debate sobre como aplicar essas lições da Suécia em contextos complexos como o brasileiro continua a se intensificar. Os cidadãos exigem um governo que possa tomar decisões firmes que contribuam para a segurança ou, pelo menos, que efetivamente enfrente o problema da violência de maneira coesa e abrangente. A história da Suécia serve como um alerta e um modelo, sugerindo que a mudança pode ser possível quando há uma direção clara e um compromisso robusto por parte das instituições governamentais para enfrentar a criminalidade de frente.
Embora as reformas na Suécia possam ter reduzido significativamente a violência armada, o mais importante é que a eficácia dessas mudanças deve ser observada a longo prazo. O desafio será para os países que enfrentam uma realidade criminosa complexa a encontrar soluções que respeitem os direitos civis, ao mesmo tempo que protejam a população de ameaças reais e iminentes à segurança pública.
Fontes: Reuters, Europol, jornal Folha de São Paulo
Resumo
As reformas na Suécia nos últimos anos resultaram em uma redução significativa nos tiroteios, com a quantidade de incidentes caindo pela metade. Este progresso é notável, considerando o aumento de homicídios que culminou em 2020. O governo sueco implementou um conjunto abrangente de medidas, incluindo leis mais rigorosas, aumento da vigilância eletrônica e criação de zonas de segurança, visando combater a criminalidade e o fenômeno das gangues. No entanto, essas ações geram debates sobre a privacidade e a vigilância excessiva, levantando questões sobre os direitos individuais. Comparações com o Brasil, que enfrenta altos índices de criminalidade, revelam a necessidade de reformas eficazes. A experiência sueca serve como um modelo, mas a aplicação de suas lições em contextos complexos como o brasileiro é desafiadora. A eficácia das reformas deve ser monitorada a longo prazo, buscando um equilíbrio entre segurança pública e direitos civis.
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