08/10/2025, 11:37
Autor: Ricardo Vasconcelos
A recente posse de Humberto Ribeiro Filho, um dos fundadores do Sleeping Giants Brasil, no Conselho Consultivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) trouxe à tona uma série de reações divergentes na sociedade brasileira. A cerimônia, realizada em Brasília, foi marcada por aplausos, mas também por uma efervescente discussão sobre as implicações dessa nomeação para a regulação da mídia e a governança da internet no país. Ribeiro e seus colegas, que foram indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estão em uma posição estratégica em um momento em que o acesso à internet se tornou um tema central para a sociedade moderna, especialmente em um país como o Brasil, onde a grande maioria dos acessos é feita por dispositivos móveis.
A escolha de Ribeiro para a Anatel não foi uma decisão isolada, mas sim parte de uma estratégia mais ampla por parte do governo federal, que visa uma maior intervenção e regulação das plataformas digitais. Assumindo um cargo relevante, Ribeiro, que também possui forte alinhamento ativista, poderá influenciar a forma como as questões de conteúdo e publicidade são tratadas nas redes e como as empresas do setor se comportam. No contexto atual, há um crescente debate acerca da chamada "regulação da mídia", com preocupações sobre a liberdade de expressão e o impacto que um controle mais rigoroso pode ter sobre as vozes dissonantes.
Entidades e especialistas de várias vertentes têm se posicionado sobre o assunto. De um lado, apoiadores da regulação argumentam que ela é necessária para proteger os usuários de desinformação e abusos, enquanto críticos alertam para o risco de censura e controle estatal sobre o discurso público. Neste cenário, as questões éticas em torno do financiamento e das intenções dos grupos que fazem parte da conversa tornam-se ainda mais prementes. O Sleeping Giants é conhecido por sua atuação em pressionar empresas a retirarem anúncios de mídias que não atendem a suas expectativas ideológicas. Esse modelo de ativismo, embora apreciado por alguns, suscita temores de que a pluralidade de opiniões esteja ameaçada por uma lógica de "corte de cabeças" em plataformas que divergem das mensagens preferidas por esses grupos.
Prestes a iniciar um mandato que poderia definir novas diretrizes para a comunicação digital no país, Ribeiro não é apenas um nome, mas sim um símbolo das tensões políticas atuais. Críticos alegam que sua presença no conselho é a evidência de que interesses de grupos ideológicos podem sobrepor os princípios da meritocracia e da técnica em nome de uma agenda que favorece a militância e ideologias específicas, alegações que não são novas no discurso político brasileiro, mas que ganharam força com o surgimento de novos atores no setor. Além disso, as analogias entre Ribeiro e outros conselheiros em estados que arrecadam altos salários, como a irmã da vereadora Marielle Franco, adicionam um tom escandaloso à narrativa em torno da nova composição do conselho.
A interação entre a política e o ativismo na Anatel também suscita especulações sobre a futura regulação da mídia. Questões como quem terá voz e como a liberdade de expressão será protegida são centrais nas discussões. O medo de que uma nuvem de censura se instale não é infundado, especialmente em um cenário onde as redes sociais continuamente enfrentam desafios sobre como gerenciar conteúdo que pode ser considerado ofensivo ou enganoso.
Os próximos meses serão cruciais para observar como as ações de Ribeiro e sua equipe moldarão o panorama das telecomunicações e da regulamentação digital no Brasil. A comunidade, especialmente em um cenário digital fluido e em rápida evolução, deverá ficar atenta a como os valores e interesses pessoais dos novos conselheiros podem influenciar políticas públicas que afetam milhões de brasileiros. A missão de balancear regulação e liberdade estará na mira, e todos os olhos estarão voltados para o que vem a seguir na Anatel e em outras instâncias de governança.
Fontes: Gazeta do Povo, Revista Oeste
Detalhes
Humberto Ribeiro Filho é um ativista e cofundador do Sleeping Giants Brasil, uma organização que pressiona empresas a retirar anúncios de mídias que não se alinham com suas expectativas ideológicas. Sua recente nomeação para o Conselho Consultivo da Anatel, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, levanta questões sobre a regulação da mídia e o impacto na liberdade de expressão no Brasil. Ribeiro é visto como uma figura central nas discussões sobre a governança da internet e a influência do ativismo na política.
O Sleeping Giants Brasil é uma organização ativista que visa combater a desinformação e a publicidade em mídias que promovem discursos considerados prejudiciais. Através de campanhas de pressão, a organização incentiva empresas a retirar seus anúncios de plataformas que não atendem a seus critérios ideológicos. O grupo ganhou notoriedade por sua abordagem direta e influente, levantando debates sobre a ética da publicidade e a responsabilidade das empresas na escolha de onde investem seus recursos.
Resumo
A posse de Humberto Ribeiro Filho, cofundador do Sleeping Giants Brasil, no Conselho Consultivo da Anatel gerou reações diversas na sociedade brasileira. A cerimônia em Brasília foi marcada por aplausos e debates sobre as implicações de sua nomeação para a regulação da mídia e governança da internet, em um momento em que o acesso à internet é um tema central no Brasil. Ribeiro, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, poderá influenciar como questões de conteúdo e publicidade são tratadas nas redes sociais. O governo federal busca uma maior regulação das plataformas digitais, o que levanta preocupações sobre liberdade de expressão e o risco de censura. Especialistas estão divididos entre apoiar a regulação para proteger usuários de desinformação ou criticar o controle estatal sobre o discurso público. O Sleeping Giants é conhecido por pressionar empresas a retirar anúncios de mídias que não atendem suas expectativas ideológicas. A presença de Ribeiro no conselho simboliza as tensões políticas atuais e a interação entre ativismo e política na Anatel, com implicações para a comunicação digital no Brasil.
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