17/12/2025, 18:02
Autor: Ricardo Vasconcelos

Em um clima de instabilidade política crescente, o Partido dos Trabalhadores (PT) está no centro de uma controvérsia significativa envolvendo o Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, atualmente em tramitação no Senado. O projeto, que visa alterar as penalidades para crimes graves, gerou forte reação pública e reivindicações de protestos em diversos locais do Brasil, e a decisão do PT de apoiar a análise da proposta gerou descontentamento entre setores da população. Diversas opiniões têm surgido sobre a postura do PT em relação ao PL, com muitos críticos apontando que o partido estaria permitindo uma maior liberdade para figuras políticas controversas, ao invés de defender uma postura firme contra as alterações propostas.
Na última semana, o senador Jaques Wagner, um importante membro do PT, afirmou que tomou a decisão de apoiar o acordo com o governo sem consultar a liderança do partido ou outros membros-chave, como a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. Esta postura levou a uma série de reações, com alguns defendendo que a decisão demonstra coragem e a disposição de se arriscar pela política, enquanto outros a veem como uma traição aos princípios do partido. O senador justificou sua posição, dizendo que quem está na política precisa ter coragem de se arriscar em tempos de crise. Esse respaldo ao governo federal, que muitas vezes é criticado devido à sua fragilidade nas bases do Congresso, foi interpretado por alguns como um risco à coalizão do governo.
Entretanto, muitos membros da base tradicional de apoio ao PT estão preocupados que, ao apoiar o PL da Dosimetria, o partido não está apenas se distanciando de sua base, mas também Michelando espaço para que alternativas menos favoráveis emergem nas próximas eleições, potencialmente colocando Jair Bolsonaro em uma posição forte na corrida para 2030. O PL da Dosimetria é visto como um caminho que poderia permitir a anistia a certos grupos, o que indignou aqueles que se opõem a qualquer forma de redução de penas para crimes graves. A percepção de que o PT não está se posicionando de maneira eficaz contra esse projeto levou a questionamentos sobre o futuro do partido, incluindo especulações sobre a possibilidade de um retorno de Bolsonaro ao poder.
Em meio a essa incerteza, a aprovação do PL da Dosimetria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marca um ponto de inflexão na narrativa política. Apesar das vozes discordantes que têm questionado a constitucionalidade do projeto, a maioria do Senado parece disposta a avançar com a proposta. Críticos desse movimento temem que a aprovação signifique uma vitória para figuras políticas que já foram acusadas de corrupção e outros delitos. No entanto, um sentimento de descontentamento vem surgindo entre aqueles que sentem que suas vozes não são refletidas nas decisões políticas. “Que triste, não ligaram para o nosso protesto e ainda tem trouxa que acha benéfico reduzir pena de BANDIDO", lamentou um manifestante em uma das manifestações contrárias ao projeto.
Adicionalmente, muitos acreditam que a passividade do PT em relação ao PL se deve à sua necessidade de garantir apoio para futuras eleições, especialmente a presidência de Lula em 2026. O que para alguns parece ser uma estratégia, para outros é visto como uma capitulação ao status quo. O senador Wagner, por exemplo, já mencionou que sua decisão seria para garantir um posicionamento mais neutro, mas isso pode tornar-se um fardo para o PT em longo prazo.
Críticos mais fervorosos não hesitam em descrever figuras centrais do governo, como Renan Calheiros, como agentes de caos na política brasileira. Sentimentos de confusão e desorientação estão crescendo à medida que o PT parece estagnar em suas ações face à pressão social. “Uma nova onda de golpe pode ocorrer, caso esse projeto seja aprovado e o PT não se posicione”, alertou um especialista em política brasileira.
Diante desse cenário, as manifestações continuam a ser organizadas, com líderes do partido tentando distanciar-se da crescente insatisfação e confusão gerada pelas suas decisões. Esta situação mostra que o PT precisa lidar não só com a continuidade de sua base de apoio, mas também com a esperança de um futuro político que possa ser benéfico para seus membros e apoiadores. Nessa bagunça legislativa e social, a contagem para as próximas eleições já se iniciou, e muitos observadores se perguntam se a estratégia do PT em apoiar o PL da Dosimetria poderá ter repercussões mais profundas nas futuras eleições do país.
Fontes: Poder360, Folha de São Paulo, G1
Resumo
O Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta uma controvérsia significativa em meio a um clima de instabilidade política, devido ao apoio ao Projeto de Lei da Dosimetria, que altera penalidades para crimes graves. A decisão do PT gerou descontentamento entre a população e críticas sobre a possibilidade de favorecer figuras políticas controversas. O senador Jaques Wagner, importante membro do partido, apoiou o acordo com o governo sem consultar a liderança do PT, o que provocou reações diversas, com alguns considerando sua atitude corajosa e outros como uma traição aos princípios do partido. A aprovação do PL na Comissão de Constituição e Justiça do Senado marca um ponto de inflexão, com preocupações sobre a constitucionalidade do projeto e o impacto nas próximas eleições, especialmente com a possibilidade de Jair Bolsonaro se beneficiar da situação. A passividade do PT é vista por alguns como uma estratégia para garantir apoio nas eleições de 2026, mas críticos alertam que isso pode resultar em uma capitulação ao status quo. As manifestações contra o projeto continuam, refletindo a insatisfação crescente entre os apoiadores do partido.
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