Produto de coco descascado gera polêmica por excessiva embalagem

Um novo produto de coco descascado à venda no litoral paulista levanta questões sobre desperdício de plástico e acessibilidade.

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08/10/2025, 11:28

Autor: Laura Mendes

Uma imagem vibrante de um coco verde inteiro, com um canudo, em uma praia tropical, ao lado de uma bandeja com frutas variadas, todas embaladas desnecessariamente em plásticos, com um fundo que mostra um mar ensolarado e pessoas desfrutando de bebidas, simbolizando a crítica ao desperdício e à embalagem excessiva de produtos naturais.

No litoral de São Paulo, um recente lançamento de coco verde descascado e embalado em plástico está atraindo atenção e gerando controvérsia entre os consumidores. Avaliado por muitos como um símbolo do consumismo exacerbado, o produto é oferecido a preços que variam de R$ 20 nas praias a valores um pouco menores em mercados. O incômodo, no entanto, não se limita apenas ao preço elevado; questionamentos sobre a sustentabilidade e a verdadeira acessibilidade que o produto oferece estão no centro do debate público, especialmente em Ubatuba, um dos destinos turísticos mais procurados do estado.

Durante uma visita à cidade, um consumidor relatou ter pago R$ 20 por um coco descascado e embalado, que contradiz a simplicidade de desfrutar da bebida fresca diretamente do fruto. Comentários nas redes sociais sobre o assunto fazem ecoar uma constatação comum: a natureza indesejada do aumento do uso de plásticos em produtos que deveriam ser sinônimo de frescor e naturalidade. Muitos argumentam que a embalagem em excesso não só gera descarte de resíduos plásticos, mas também transforma a experiência de consumo.

Um dos comentários que mais ressoaram é a crítica ao que alguns chamam de "foodizição", onde não apenas o preço dos produtos é elevado, mas também sua apresentação em embalagens elaboradas e descartáveis. As pessoas se questionam por que, em um país onde a cultura de consumir coco in natura é tão forte, ainda se opta por uma alternativa mais cara e menos sustentável. Além disso, a necessidade de agradar a um "público" que preza por conveniência e estética de embalagem parece estar se sobrepondo à questão ambiental.

No entanto, há quem defenda a ideia de que produtos embalados podem realmente ajudar a atender pessoas com dificuldades motoras ou que simplesmente buscam facilidade no dia a dia. Um comentário sugere que os idosos ou pais ocupados são consumidores potenciais deste tipo de inovação, argumentando que isso poderia representar um tipo de inclusão. Contudo, críticos se apressam a rotular este argumento como uma desculpa para a piora da situação ambiental que vivemos, onde o plástico continua a contaminar ecossistemas inteiros, especialmente nas regiões costeiras.

Ainda em clima de descontração, o fenômeno das frutas embaladas, como foi identificado com o coco, acaba por levar à reflexão sobre outros alimentos que vêm sendo comercializados de formas igualmente questionáveis, como as mexericas descascadas e colocadas em saquinhos plásticos. Mesmo que a praticidade esteja presente, não se pode ignorar as implicações de saúde e ambientais que a produção excessiva de plásticos pode causar.

A distopia do consumo contemporâneo se torna ainda mais evidente com o acréscimo de produtos que visam atender as necessidades de conveniência. O aumento exponencial da produção de plásticos e a refrigeração desses produtos fermentam um cenário difícil de escapar, legislando mal e pouco, que se torna ainda mais desanimador quando se percebe que o valor pago por uma solução prática é usado para sustentar uma pegada ambiental cada vez mais pesada.

Consumidores mais conscientes exigem, assim, uma mudança nos paradigmas de consumo e das práticas empresariais. Se um quilo de coco em sua forma bruta e com casca é facilmente encontrado por R$ 6, e ainda proveitoso na hora de satisfação, a questão central é: vale a pena pagar cinco vezes mais pelo produto que gera mais lixo? E como cada um de nós, na capacidade de influenciar uma mudança, pode contribuir para que o ciclo de desperdício e excessos seja quebrado?

Como um lembrete da simplicidade que a natureza oferece, muitos defendem o famoso “tiozinho” da feira que abre o coco na hora, com seu canudo pronto, como a experiência ideal. De fato, por mais que categorias de produtos novos surjam e tentem justificar seu espaço nas prateleiras, a alma de produtos frescos e locais deveria prevalecer. Afinal, não estamos pagando apenas por um produto, mas também pelo impacto que ele causa nas comunidades e no planeta.

Esse caso vai muito além do debate sobre um único produto disponível nas prateleiras das praias. Ele revela e reflete sobre nossos hábitos de consumo, o modo como lidamos com a sustentabilidade e a forma como a indústria alimentícia procura se adaptar às demandas de um consumidor que, por sua vez, também exige mais responsabilidade. Portanto, a conscientização dos riscos que certos caminhos podem levar, como o aumento do plástico e o encarecimento da alimentação saudável, nunca foi tão urgente. Cada escolha, mesmo aquelas que parecem simples, podem influenciar a maneira como os produtos são desenvolvidos, distribuídos e consumidos, e esta narrativa pode ditar o futuro do nosso planeta.

Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Estadão

Detalhes

Ubatuba

Ubatuba é uma cidade localizada no litoral norte de São Paulo, conhecida por suas belas praias e rica biodiversidade. É um destino turístico popular, especialmente durante o verão, atraindo visitantes em busca de atividades ao ar livre, como surfe e trilhas. A cidade também é famosa por sua cultura local e pela preservação ambiental, enfrentando desafios relacionados ao turismo sustentável e à conservação de seus ecossistemas.

Resumo

Um novo produto de coco verde descascado e embalado em plástico está gerando polêmica no litoral de São Paulo, especialmente em Ubatuba. Avaliado como símbolo do consumismo, o coco é vendido por preços que variam de R$ 20 nas praias a valores menores em mercados. A controvérsia gira em torno da sustentabilidade e da acessibilidade do produto, que muitos acreditam contradizer a experiência de consumir coco fresco. Críticas nas redes sociais destacam o aumento do uso de plásticos em produtos que deveriam ser naturais, levantando questões sobre a "foodizição" e a estética das embalagens. Embora alguns defendam que a embalagem pode facilitar o consumo para pessoas com dificuldades motoras, críticos argumentam que isso não justifica o impacto ambiental negativo. O fenômeno das frutas embaladas leva a reflexões sobre outros produtos comercializados de forma semelhante. Consumidores conscientes exigem uma mudança nas práticas empresariais, questionando se vale a pena pagar mais por um produto que gera mais lixo. A situação reflete hábitos de consumo, sustentabilidade e a adaptação da indústria alimentícia às demandas dos consumidores.

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