Primeiro-Ministro Mark Carney promete dobrar exportações fora dos EUA

O Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou ambiciosa estratégia para diversificar as exportações do país e reduzir a dependência das trocas com os Estados Unidos.

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23/10/2025, 08:56

Autor: Ricardo Vasconcelos

Um grupo diversificado de empresários canadenses em uma feira de comércio internacional, discutindo oportunidades com representantes de países asiáticos e europeus. Ao fundo, banners destacando "Diversificação Econômica" e "Novos Mercados" em cores vibrantes. A imagem deve transmitir um sentimento de otimismo e colaboração, com sorrisos e energia positiva no ar.

No dia 3 de outubro de 2023, o Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou uma iniciativa significativa para dobrar as exportações canadenses que não têm como destino os Estados Unidos. Segundo Carney, a dependência econômica do Canadá em relação ao seu vizinho do sul se tornou um ponto frágil, especialmente diante das crescentes tensões políticas e econômicas observadas nas últimas décadas. Durante um evento em Ottawa, Carney ressaltou a necessidade de buscar novos mercados e parcerias, especialmente com nações que compartilham valores democráticos e econômicos semelhantes, como países da Europa e da Ásia.

A ideia de diversificação econômica não é nova, mas o contexto atual torna essa mudança imprescindível. Com a recente administração na Casa Branca e o comportamento volátil do mercado dos Estados Unidos, muitos empresários canadenses expressam preocupações sobre a estabilidade a longo prazo de suas relações comerciais com os americanos. Marcados por expedições tarifárias e mudanças de política repentinas, os comportamentos comerciais dos EUA podem ter um impacto direto na economia canadense. Como uma resposta, o governo canadense tem incentivado as empresas a se voltarem para mercados alternativos, ampliando suas exportações para países que prometem um futuro mais estável e previsível.

Em um dos comentários coletados sobre a nova estratégia, um participante destacou que o governo pode anunciar planos, mas é o setor privado que realmente levará a cabo essa mudança. A responsabilidade de adotar novas parcerias comerciais recairá essencialmente sobre as empresas, que terão que explorar novos territórios e práticas que até então não consideravam viáveis. Isso inclui a intensificação de laços comerciais com a China, um mercado significativamente promissor, embora a relação entre os dois países tenha suas complexidades e desafios.

Além dessas reflexões, um comentarista forneceu uma análise sobre a postura da China em relação às suas metas econômicas, afirmando que o país possui uma perspectiva de longo prazo, contrastando com a visão de curto-prazista manifestada pelos Estados Unidos. O reconhecimento do soft power, ou a capacidade de um país de influenciar outros por meio de sua cultura e políticas, sugere que a China está disposta a fazer concessões em acordos comerciais, visando um maior controle político e econômico no futuro.

A dependência que o Canadá enfrenta em relação ao seu vizinho pode não ser uma questão apenas econômica, mas também política. Outro comentário destacou a dificuldade de se confiar apenas nos Estados Unidos, dada a necessidade de garantir um futuro mais seguro economicamente. Os empresários canadenses estão avaliando suas opções e, em muitos casos, estão dispostos a buscar alternativas viáveis — seja através de novas alianças comerciais com economias emergentes ou através de investimentos que promovam maior autossuficiência econômica.

A crítica à falta de preparativos adequados nos mandatos anteriores também foi uma constante nas reações. Um comentarista mencionou que, embora a diversificação tenha sido discutida em administrações passadas, a real implementação não ocorreu da maneira esperada. Para que esta nova iniciativa de Carney tenha sucesso, será necessário mais do que apenas discursos e planos; uma ação coordenada entre o governo e as empresas é crucial.

A expansão das exportações não americanas também se alinha a uma crescente necessidade de atender à demanda global por produtos sustentáveis e tecnologia limpa. Isso é particularmente relevante, já que o Canadá tem se esforçado para se afirmar como um líder em sustentabilidade e inovação tecnológica, posicionando-se como um fornecedor responsável em um mercado cada vez mais competitivo.

Ainda assim, o caminho não é isento de desafios. Enquanto os empresários se preparam para navegar por novos mercados, há preocupações sobre a viabilidade das exportações para países de primeiro mundo que poderiam efetivamente absorver os produtos canadenses. Sem um volume suficiente de demanda e um entendimento claro das necessidades locais, a previsão de crescimento das exportações pode se tornar uma meta ambiciosa demais.

Por fim, com a comunidade empresarial canadense dividida entre esperança e ceticismo, a promessa de Carney de expandir as exportações não americanas representa uma mudança crucial na estratégia econômica do Canadá, enfatizando a necessidade de agilidade e inovação em tempos incertos. A determinação de buscar novas parcerias, combinada com a resiliência do setor privado, será testada nas próximas fases da execução dessa ambiciosa agenda econômica.

Fontes: The Globe and Mail, Financial Post, CBC News, The Toronto Star

Detalhes

Mark Carney

Mark Carney é um economista e político canadense, conhecido por ter sido o governador do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra. Ele é amplamente respeitado por sua experiência em políticas monetárias e financeiras e tem sido uma figura influente em debates sobre estabilidade econômica e mudanças climáticas. Em sua carreira, Carney tem promovido a importância de uma economia sustentável e a necessidade de diversificação econômica para enfrentar desafios globais.

Resumo

No dia 3 de outubro de 2023, o Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou uma iniciativa para dobrar as exportações canadenses que não têm como destino os Estados Unidos, destacando a dependência econômica do país em relação ao vizinho. Carney enfatizou a necessidade de diversificação e busca por novos mercados, especialmente na Europa e na Ásia, em resposta a preocupações sobre a estabilidade das relações comerciais com os EUA. Empresários canadenses expressam ceticismo, apontando que a responsabilidade pela mudança recairá sobre o setor privado, que deve explorar novas parcerias, incluindo com a China, apesar das complexidades nas relações bilaterais. A crítica à falta de preparação em administrações anteriores foi mencionada, sugerindo que a implementação da nova estratégia requer ação coordenada entre governo e empresas. Além disso, a expansão das exportações não americanas deve atender à demanda global por produtos sustentáveis, embora os desafios para penetrar em novos mercados permaneçam. A determinação de Carney em buscar novas parcerias será testada nos próximos passos dessa agenda econômica.

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