31/08/2025, 15:34
Autor: Ricardo Vasconcelos
Em um movimento que tem causado discussões nas redes sociais, o Nubank tem oferecido convites para o cartão Ultravioleta a antigos usuários que não mantêm uma conta ativa, levantando questionamentos sobre a estratégia de retenção de clientes e os critérios utilizados pela instituição financeira. Esta iniciativa parece ser uma resposta à crescente concorrência no mercado de bancos digitais e cartões de crédito, onde a fidelização do cliente se tornou uma prioridade crítica.
O cartão Ultravioleta, que promete vantagens como cashback de 1,25% nas compras e isenção de taxas durante o primeiro ano, está sendo oferecido a clientes cujo uso do Nubank foi reduzido ou até mesmo descontinuado. Um usuário que deixou de utilizar o Nubank há cerca de seis meses relatou ter recebido um convite para o Ultravioleta após reativar sua conta no Itaú, onde passou a centralizar suas transações do dia a dia. Esses relatos sugerem uma movimentação estratégica por parte do Nubank para recapturar clientes que migraram para concorrentes, como o BTG Pactual, que também oferece cartão com vantagens similares.
A necessidade de inovação e adaptação no setor financeiro foi reforçada pelos comentários de ex-clientes que, após migrarem para outras instituições, acabaram recebendo propostas atraentes da fintech. Um usuário explicou que, mesmo sem movimentação significativa na conta, recebeu a oferta do Ultravioleta, o que demonstra a possibilidade de a empresa estar utilizando dados de outros bancos, ou estratégias baseadas em análises de perfil de consumo, para identificar potenciais clientes de alta renda. Isso levanta um questionamento pertinente sobre a metodologia de pontuação de crédito utilizada pelo Nubank, que poderia não estar baseada apenas em critérios tradicionais.
Alguns relatos indicam que a forma como o Nubank avalia seus clientes pode ser um tanto aleatória, com beneficios sendo oferecidos a consumidores que não estariam em uma faixa de alta renda. Um cliente longo reclamou sobre como sua solicitação de aumento de limite foi negada, mesmo com uma renda substancialmente maior do que o limite oferecido anteriormente. Contudo, após migrarem para o BTG, ele não só conseguiu um limite maior como também um cartão black, apenas para, depois, receber uma oferta do Nubank. Isso sugere uma luta desesperada da fintech para reter clientes, revelando uma estratégia focada em ofertas para aqueles que podem não ter sido realmente valorizados anteriormente.
Além disso, algumas pessoas notaram que ser um cliente de longo prazo do Nubank não garantiu automaticamente acesso ao Ultravioleta, aumentando a confusão sobre qual o perfil ideal que a empresa busca. Há uma sensação clara entre consumidores de que o Nubank adotou uma abordagem mais agressiva para reconquistar usuários que se afastaram, especialmente aqueles que são considerados clientes de alta renda, utilizando ferramentas como o Open Finance para reajustar suas estratégias.
Quando considerados os diversos depoimentos, é evidente que o critério de concessão de cartões e limites parece misto e inconsistente. Várias pessoas expressaram surpresa ao receber convites, mesmo após anos de inatividade, enquanto outros clientes regulares tiveram dificuldade em obter convites para o mesmo produto. Essa proposta de valor desencontrada pode levar a um descontentamento crescente entre usuários fiéis, que esperam ser recompensados pela lealdade.
Nesse cenário, resta aos usuários questionar não apenas a verdadeira motivação do Nubank em oferecer produtos a clientes inativos, mas também o impacto que isso terá sobre a percepção da marca. A ideia de que o carteiro eletrônico da fintech busca desesperadamente por usuários proativos pode não ressoar positivamente para todos os consumidores, especialmente aqueles que permaneceram fiéis ao longo do tempo.
O Nubank, que emergiu como uma das principais fintechs da América Latina, se vê agora em uma encruzilhada. O desafio será balancear a busca por trazer de volta consumidores que migraram em busca de melhores condições financeiras sem alienar aqueles que permaneceram ao lado da marca. À medida que o mercado financeiro continua a evoluir, a adaptação rápida às condições de mercado e as necessidades dos clientes станет crucial para a sobrevivência e crescimento da empresa. O futuro do Nubank dependerá de sua capacidade de inovar, oferecer valor real e reconhecer a lealdade de seus clientes de maneira justa e equitativa.
Fontes: O Globo, InfoMoney, Itau Unibanco
Detalhes
O Nubank é uma das principais fintechs da América Latina, fundada em 2013, que revolucionou o setor financeiro com a oferta de serviços bancários digitais e sem tarifas. Com um foco em transparência e experiência do usuário, a empresa se destacou por seu cartão de crédito sem anuidade e uma plataforma de gerenciamento financeiro intuitiva. O Nubank busca democratizar o acesso a serviços financeiros, tornando-os mais acessíveis e eficientes para todos.
Resumo
O Nubank está oferecendo convites para o cartão Ultravioleta a antigos usuários que não mantêm contas ativas, gerando discussões sobre sua estratégia de retenção de clientes em um mercado competitivo de bancos digitais. O cartão, que oferece cashback de 1,25% e isenção de taxas no primeiro ano, é direcionado a clientes que reduziram ou descontinuaram o uso do Nubank. Relatos de usuários indicam que a fintech está tentando recapturar clientes que migraram para concorrentes, como o BTG Pactual, que também oferece vantagens semelhantes. A estratégia do Nubank levanta questões sobre como a empresa avalia seus clientes, com alguns relatos sugerindo que a concessão de cartões e limites é inconsistente. Clientes de longa data têm expressado descontentamento por não receberem ofertas, enquanto usuários inativos foram surpreendidos com convites. Essa abordagem agressiva para reconquistar clientes pode impactar negativamente a percepção da marca entre consumidores fiéis. O Nubank enfrenta o desafio de equilibrar a atração de novos clientes e a valorização de sua base existente para garantir sua sobrevivência e crescimento no setor financeiro.
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