Nestlé anuncia corte de 16.000 empregos enquanto novo CEO busca lucros

A Nestlé, gigante do setor alimentício, tomou a drástica decisão de cortar 16.000 empregos para aumentar sua eficiência e reconquistar investidores sob nova liderança.

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16/10/2025, 12:05

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma imagem realista de uma fábrica moderna da Nestlé, com trabalhadores em linha de produção e uma grande placa dizendo "Nestlé: Mudança e Desafios", em um ambiente que evoca tanto progresso quanto preocupação, com uma atmosfera tensa refletindo as recentes demissões e cortes de empregos anunciados.

Em um movimento que remonta os desafios enfrentados por inúmeras multinacionais em tempos de mudança econômica, a Nestlé anunciou nesta quinta-feira, 16 de outubro, que irá cortar cerca de 16.000 empregos, o que representa 5,8% de sua força de trabalho global de 277.000 funcionários. A decisão vem em um momento de intenso retorno da confiança dos acionistas, no qual o novo CEO Philipp Navratil tenta reimaginar os rumos da empresa e fortalecer sua posição no mercado global cada vez mais competitivo. A redução de pessoal é considerada parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação para aumentar a eficiência e atender a crescentes pressões financeiras e de mercado.

O anúncio de cortes significativos de empregos não é uma surpresa total para analistas, dado o cenário de vendas divergentes e a crescente necessidade da Nestlé de cortar custos em resposta a desafios operacionais e econômicos. Recentemente, a empresa havia elevado suas metas de economia de custos para 3 bilhões de francos suíços (equivalente a aproximadamente 3,77 bilhões de dólares) até o final de 2027, superando uma meta anterior de 2,5 bilhões de francos. Essa estratégia reflete um movimento em direção a um modelo operacional mais enxuto, sugerindo que a companhia está se adaptando rapidamente às novas dinâmicas de consumo, onde os clientes estão cada vez mais buscando opções mais saudáveis e éticas nas prateleiras.

A pressão sobre a Nestlé não é apenas interna; fatores externos também estão moldando a resposta da empresa. Entre eles, as tarifas de importação dos Estados Unidos têm sido um obstáculo significativo, considerando que a maioria das vendas da companhia naquele território é feita com produtos fabricados localmente. Além disso, a mudança de hábitos dos consumidores, que têm priorizado alimentos mais saudáveis, está forçando muitas empresas alimentícias a reavaliar suas ofertas e sua apresentação no mercado. "O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido", afirmou Navratil em sua declaração oficial.

Com a performance da Nestlé em alta, as ações da empresa subiram cerca de 8% na Bolsa após o anúncio dos cortes, sinalizando uma recepção favorável por parte dos investidores. Apesar de um recente crescimento nos volumes de vendas, a empresa ainda enfrenta a dura realidade de que para cada aumento registrado, há uma pressão correspondente para aumentar a margem de lucro e minimizar custos. Como revela o contexto financeiro do grande conglomerado, o foco está em evitar a estagnação em um ambiente econômico desafiante.

O novo CEO, Philipp Navratil, não é sem controvérsias. Ele sucedeu Laurent Freixe, que foi demitido devido a um escândalo pessoal, evidenciando uma turbulência na alta administração que demanda uma reavaliação urgente da cultura corporativa e dos valores representados por essa insigne organização. Este clima também leva à reflexão acerca das estratégias de negócios adotadas pela Nestlé, que são frequentemente criticadas por suas interações com consumidores e fornecedores. As movimentações atuais estão cercadas de ceticismo e desconfiança, especialmente vindo de consumidores que expressam preocupações sobre a ética corporativa e abordagens de lucro a qualquer custo.

Os impactos potenciais da demissão em massa são significativos, não apenas para os ex-funcionários, mas também para a percepção pública da marca Nestlé. Historicamente, a empresa tem enfrentado críticas, particularmente em relação ao seu envolvimento em práticas questionáveis no fornecimento e marketing de produtos alimentícios, incluindo fórmulas infantis em locais vulneráveis, onde o uso de leite materno é frequentemente desencorajado ou ignorado por ações de marketing agressivas da empresa.

Enquanto por um lado as ações em alta oferecem um alívio temporário à nova liderança, o longo prazo traz incertezas. Considerações éticas e de responsabilidade social que cercam as práticas de emprego e oferta de produtos básicos devem estar em foco, pois a reputação da Nestlé será não apenas definida por seus números, mas também pela forma como ela lida com as preocupações e reclamações de consumidores em um panorama que está em constante evolução. Um futuro sustentável e eticamente responsável é uma expectativa crescente, e as decisões tomadas agora podem determinar a viabilidade da Nestlé como líder no setor alimentício em um mercado que valoriza cada vez mais a transparência e a responsabilidade social.

Além disso, as reações ao corte de empregos revelam uma frustração crescente entre os consumidores e a comunidade em geral, com alguns questionando o compromisso da Nestlé com o bem-estar de seus funcionários e a comunidade global. Nesse sentido, a magnitude das demissões serve de lembrete para todos os envolvidos sobre os custos sociais e morais que muitas vezes acompanham as decisões para maximizar os lucros, especialmente em tempos de incerteza econômica. A expectativa é que a Nestlé não apenas busque resultados financeiros positivos, mas também a credibilidade e confiança de seu público-alvo, uma tarefa que pode ser desafiadora, mas que se torna ainda mais necessária em tempos de mudanças rápidas nas demandas do consumidor.

Fontes: Reuters, Folha de São Paulo, Bloomberg

Detalhes

Nestlé

A Nestlé é uma multinacional suíça de alimentos e bebidas, considerada uma das maiores empresas do setor no mundo. Fundada em 1866, a companhia é conhecida por uma ampla gama de produtos, incluindo alimentos infantis, café, laticínios e produtos de nutrição. A empresa tem enfrentado críticas por suas práticas de marketing e fornecimento, especialmente em relação a fórmulas infantis em países em desenvolvimento. A Nestlé busca constantemente se adaptar às novas demandas do mercado, incluindo um foco crescente em produtos mais saudáveis e sustentáveis.

Resumo

A Nestlé anunciou a demissão de cerca de 16.000 funcionários, representando 5,8% de sua força de trabalho global, como parte de uma reestruturação para aumentar a eficiência e enfrentar pressões financeiras. O novo CEO, Philipp Navratil, busca reimaginar a empresa em um mercado competitivo, onde os consumidores estão priorizando opções mais saudáveis. A decisão de cortar empregos não surpreendeu analistas, dado o cenário de vendas divergentes e a necessidade de cortar custos. A Nestlé elevou suas metas de economia de custos para 3 bilhões de francos suíços até 2027. A empresa enfrenta desafios externos, como tarifas de importação nos EUA e mudanças nos hábitos dos consumidores. Apesar do aumento de 8% nas ações após o anúncio, a reputação da Nestlé está em jogo, especialmente devido a críticas sobre práticas éticas em seu marketing e fornecimento. A demissão em massa levanta preocupações sobre o compromisso da empresa com o bem-estar dos funcionários e a responsabilidade social, enfatizando a necessidade de transparência e credibilidade em um cenário em constante evolução.

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