Mercado Dia enfrenta críticas pelos padrões de atendimento e organização

Mercado Dia, conhecido por seus preços acessíveis, é alvo de críticas por sua desorganização e atendimento, gerando discussões entre clientes frequentes.

16/10/2025, 12:22

Autor: Ricardo Vasconcelos

O Mercado Dia, uma rede de supermercados que se notabilizou por oferecer produtos de marca própria a preços competitivos, vem enfrentando uma enxurrada de críticas por parte de seus consumidores, que relatam experiências frustrantes relacionadas à organização e ao atendimento nos estabelecimentos. Diversos relatos apontam uma atmosfera desmotivante e caótica nas lojas, que contrastam com as expectativas de um mercado que deveria ser voltado para a conveniência e eficiência.

Um dos principais pontos levantados pelos clientes diz respeito ao ambiente interno das lojas. Muitos descreveram as prateleiras como desorganizadas e sujas, com produtos, incluindo alimentos, em condições que não condizem com um padrão minimamente aceitável. Um usuário, ao comentar sobre sua experiência, expressou a indignação em relação a frutas e legumes encontrados em estado ruim, questionando porque a gerência não verifica a qualidade dos itens disponíveis. Esse tipo de situação é preocupante não apenas do ponto de vista do consumidor, mas também em relação aos padrões de segurança alimentar que todos os supermercados devem seguir.

Outro aspecto que chama a atenção é a dificuldade que muitos encontram em obter um atendimento adequado. É comum que consumidores relatem longas esperas, falta de funcionários disponíveis para ajudar e, em casos extremos, até a percepção de que as lojas operam com um pessoal escasso. Isso se reflete em comentários sobre experiências negativas com produtos ou serviços. Muitos ponderaram se a estrutura de recursos humanos do Mercado Dia atende às necessidades da clientela, especialmente em comparação com outros estabelecimentos que costumam oferecer um atendimento mais eficiente.

Apesar das críticas, clientes também mencionaram que as ofertas presentadas nos produtos da marca própria do Dia são, em muitos casos, muito boas, destacando itens como leite condensado e papel higiênico que frequentemente são mais baratos do que em concorrentes. Isso demonstra que, apesar da organização deficiente e do atendimento discutível, o preço competitivo é um atrativo que mantém um certo nível de clientela. Uma parte dos consumidores parece disposta a tolerar as falhas operacionais em troca de economizar durante as compras.

Um aspecto curioso mencionado nos comentários é a comparação do Mercado Dia com outros estabelecimentos de varejo, onde o charme das lojas convencionais é contrastado com os ambientes que os clientes identificaram como "apocalípticos". Essa categorização sugere não apenas um padrão de comparação de preços, mas também um reflexo de expectativa quanto à experiência de compra num mercado físico.

Em relatórios que vão além das experiências individuais, o Mercado Dia, que pertence a um grupo empresarial que observa um planejamento estratégico voltado para a expansão em mercados de preço baixo, enfrenta uma pressão crescente por inovações em sua infraestrutura. Avanços tecnológicos, como o autoatendimento, têm sido vistos como uma resposta necessária à dinâmica do varejo moderno, mas também geram debates sobre a integração dessa tecnologia com a força de trabalho existente que, segundo alguns relatos, ainda enfrenta dificuldades em adaptá-la.

A marca, que é muito popular na Espanha, enfrenta o desafio de adaptar seu modelo de negócios ao mercado brasileiro. Comentários sobre a diferença na estética e no funcionamento das lojas entre os dois países revelam que, enquanto o modelo espanhol pode se viesar como organizado e acessível, o brasileiro precisa urgentemente reavaliar sua abordagem para garantir que não apenas os preços baixos, mas também a qualidade e a segurança estejam de acordo com as exigências dos consumidores.

O futuro do Mercado Dia pode depender de uma repaginação com foco em um ambiente de compras mais agradável e eficiente. Com a tendência crescente de consumidores e suas preferências identificando locais que oferecem não só produtos a preços acessíveis, mas também uma experiência de compra superior, a rede tem a oportunidade de remodelar sua imagem e conquistar um espaço mais sólido no coração dos clientes que buscam não apenas uma pechincha, mas também qualidade e conforto nas suas visitas às lojas. Assim, as opiniões manifestadas pelos consumidores são cruciais. A lição é clara: um supermercado não é apenas um local para compras, mas sim uma experiência que, se mal administrada, pode resultar em perda de clientela e, consequentemente, vendas.

Diante de um cenário competitivo com concorrentes que expandem constantemente suas ofertas e melhoram sua experiência, o Mercado Dia precisa explorar suas opções. Se não, o risco de ver seus clientes abandonarem o modelo em busca de alternativas mais civis e organizadas se tornará uma realidade cada vez mais tangível. Ser capaz de fornecer um serviço impecável — onde a eficácia, segurança e limpeza se alinham com preços justos — será determinante para o sucesso a longo prazo da rede.

Fontes: Folha de São Paulo, UOL, Época Negócios