MP investiga Corinthians por suposta ligação com facção criminosa

O Ministério Público do Estado de São Paulo investiga possíveis conexões entre o Corinthians e a facção criminosa PCC após revelações de que jogadores residiram em imóvel de membro da organização.

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16/09/2025, 12:25

Autor: Ricardo Vasconcelos

Um grupo de torcedores do Corinthians, com bandeiras do clube, se reunindo em um protesto pacífico em frente ao estádio, enquanto banners destacam a frase “Fora a Máfia”. Ao fundo, um prédio moderno representa o imóvel onde os jogadores supostamente residiram. A cena é vibrante, com expressões de determinação e indignação nos rostos dos torcedores.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) está em meio a uma investigação que levanta questões sérias sobre a presença do crime organizado dentro dos arredores do futebol, especificamente no Corinthians. O caso ganhou notoriedade após a revelação de que três jogadores do clube, Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno, teriam residido em um apartamento no bairro Anália Franco, cujas ligações pertencem a um indivíduo supostamente ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A relação entre o clube e o crime organizado não é nova. O promotor responsável pela investigação, Cássio Roberto Conserino, está especialmente interessado nas circunstâncias que permitiram que os atletas se alojassem em um imóvel vinculado a José Carlos Gonçalves, conhecido como Alemão. Este último já foi identificado em investigações anteriores como um figura influente dentro do crime organizado. A preocupação do promotor se estende para além da estadia dos jogadores e se direciona para possíveis conexões administrativas e financeiras entre o Corinthians e o Alemão, especialmente considerando um depoimento recente de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube.

Tuma, que prestou depoimento ao MP em 14 de agosto, afirmou abertamente que “o crime organizado se infiltrou” no Corinthians, alegando ter sofrido ameaças por conta dessa infiltração. Além desse depoimento explosivo, o promotor também examina o uso de cartões de crédito e relatórios de despesas da presidência, buscando identificar qualquer transação que possa sugerir um envolvimento maior do clube com atividades ilícitas.

A investigação foi iniciada formalmente em 30 de julho, através de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que visa apurar possíveis delitos como apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. O compromisso do MP em investigar a situação pode demonstrar um esforço mais amplo para desvendar as ligações entre esportes, corrupção e crime em um estado marcado por tumultos nesse sentido.

Embora os jogadores tenham sido convocados para prestar esclarecimentos, até o momento, não há indicações de que eles estejam envolvidos na prática de crimes. As perguntas feitas a eles giram em torno da razão pela qual escolheram aquele imóvel especificamente, além de se o Corinthians teve algum papel na intermediação do aluguel. A investigação busca determinar se há uma rede mais complexa de operações e se as ações do clube podem ter facilitado a infiltração da facção dentro de suas estruturas.

O histórico de ligações entre o clube e o PCC não é relegado a esse único incidente. A Polícia Civil, em conjunto com o MP, já estabeleceu que dinheiro proveniente de contratos com a ex-patrocinadora VaideBet foi desviado para empresas conectadas ao PCC. O ex-diretor de futebol do Corinthians, Rubens Gomes, também havia levantado suspeitas sobre a relação do clube com o crime organizado no ano anterior, tornando essa investigação uma extensão de um problema persistente.

Estes eventos levantam questões amplas sobre a governança e a transparência nas práticas financeiras do Corinthians, que, como muitos outros clubes, navega por um ambiente onde a linha entre esporte e criminalidade pode ser sutil e turva. Para os torcedores, essas alegações geram desconforto e um questionamento sobre a integridade da instituição que amam. Protestos já começaram a surgir em frente ao estádio da equipe, onde torcedores solicitam a purificação do clube de quaisquer influências nefastas que possam comprometer não apenas sua imagem, mas também o quão sagrados seus princípios de esporte devem ser.

O presente caso é mais um lembrete de que os vínculos entre esportes e crime organizado continuam a ser uma preocupação genuína na sociedade brasileira. A necessidade de legislação mais rigorosa e maior supervisão, tanto no futebol quanto em outras áreas, permanece um tema crucial a ser debatido. A comunidade esportiva, os gestores de clubes e os órgãos de fiscalização têm a responsabilidade de atuar de forma efetiva para evitar qualquer tipo de infiltração que possa corromper a honra do esporte.

O desdobramento dessa investigação do MP pode levar a consequências sérias não apenas para os indivíduos diretamente envolvidos, mas também para o futuro do Corinthians e sua base de torcedores. A pressão agora está nas mãos dos responsáveis pela administração do clube, que devem não só responder às alegações, mas também adotar medidas proativas para restaurar a confiança de sua torcida e da sociedade em geral. Em tempos em que a responsabilidade social se torna cada vez mais relevante, o Corinthians se vê em um momento crítico, onde suas ações nos próximos meses definirão não só sua trajetória, mas também seu legado em um dos maiores palcos do futebol brasileiro.

Fontes: O Globo, Folha de São Paulo, UOL

Detalhes

Corinthians

O Sport Club Corinthians Paulista, conhecido como Corinthians, é um dos clubes de futebol mais tradicionais e populares do Brasil, fundado em 1910. Com sede em São Paulo, o clube tem uma rica história no futebol brasileiro, incluindo múltiplos títulos de campeonatos nacionais e internacionais. O Corinthians é conhecido por sua grande torcida, a Fiel, e por sua rivalidade com outros clubes, especialmente o Palmeiras e o São Paulo. Além do futebol, o clube também se destaca em outras modalidades esportivas.

Resumo

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) investiga a presença do crime organizado no Corinthians, após revelações sobre três jogadores do clube, Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno, que residiram em um apartamento vinculado a José Carlos Gonçalves, conhecido como Alemão, supostamente ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O promotor Cássio Roberto Conserino investiga não apenas a estadia dos atletas, mas também possíveis conexões administrativas e financeiras do clube com o crime organizado. Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, afirmou ter sofrido ameaças devido à infiltração do crime no clube. A investigação, iniciada em 30 de julho, busca apurar delitos como apropriação indébita e associação criminosa. Embora os jogadores tenham sido convocados para esclarecimentos, não há indícios de envolvimento criminoso. A situação levanta preocupações sobre a transparência financeira do Corinthians e provoca protestos de torcedores que exigem a purificação do clube de influências nefastas. A investigação pode ter consequências sérias para o futuro do Corinthians e sua base de torcedores.

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