24/12/2025, 16:19
Autor: Laura Mendes

Em tempos em que a segurança veicular é uma prioridade crescente, motoristas de Teslas têm adotado medidas inusitadas para lidar com possíveis acidentes envolvendo seus veículos elétricos. Recentemente, surgiu uma tendência entre os proprietários que tem gerado discussões acaloradas sobre o design e a segurança das portas elétricas das montadoras. A adoção de ferramentas de emergência, como martelos quebra-vidros e cortadores de cinto de segurança, se tornou uma prática comum para aqueles que desejam estar preparados para o inesperado. Isso se deve, em parte, a relatos de dificuldades enfrentadas por motoristas que ficam presos dentro do veículo quando ele se envolve em acidentes ou eventuais falhas elétricas.
Um dos relatos mais impactantes que circulam é o de Erin Geter, que contou a experiência angustiante em que seu filho ficou preso em um Tesla. Durante um incidente, as portas elétricas perderam energia, impossibilitando a saída da criança. Esse incidente trouxe à tona questões sérias sobre a concepção de segurança dos veículos da Tesla, levando alguns motoristas a acreditarem que ter um martelo quebra-vidros pode ser uma solução provisória, em meio a uma sensação de insegurança em relação ao design da marca.
Críticos apontam que é alarmante que os motoristas sintam a necessidade de adquirir essas ferramentas, ao mesmo tempo em que a Tesla, uma das mais valiosas montadoras do mundo, deveria estar investindo em soluções mais robustas para garantir a segurança de seus clientes. O que levanta o questionamento: é aceitável que os consumidores comprem acessórios criados para contornar problemas de design considerados primordiais? Esse dilema foi abordado em diversos comentários, onde alguns usuários expressaram indignação com a falta de soluções mais efetivas por parte da fabricante, além de apontarem que a segurança deveria ser uma prioridade em vez de uma questão de bricolagem.
A questão se torna ainda mais válida quando se considera que as portas elétricas de veículos têm um único ponto de falha. Se houver uma falha administrativa no software que controla esses sistemas ou uma pane elétrica, a saída do carro pode se tornar uma tarefa difícil ou até impossível. Especialistas em segurança veicular comentam que, mesmo em situações adversas, como veículos submersos ou com risco de incêndio, a falha no acesso às portas pode resultar em consequências devastadoras.
Ainda que muitos motoristas considerem essas ferramentas de emergência uma precaução sensata, a utilização dessas "soluções improvisadas" levanta questões sobre a confiança dos consumidores em um produto que deveria oferecer segurança e proteção. Alguns têm se perguntado se o impacto positivo que veículos elétricos podem ter no meio ambiente justifica o investimento em um carro que apresenta tais falhas.
Operadores de seguros e associações automotivas recomendam possuir ferramentas de emergência, independentemente do tipo de veículo, mas a recorrente insistência em comprar acessórios para um automóvel de uma marca com essa reputação poderosa é, no mínimo, contraditória. Outro ponto levantado é que, em umidade ou quando se enfrenta condições climáticas adversas, a eficiência de tais ferramentas pode ser severamente comprometida. Isso traz à mesa uma discussão mais ampla sobre a responsabilidade das montadoras e o que elas podem fazer para garantir que os consumidores não alcancem soluções de segurança de emergência como resposta a falhas que já poderiam ter sido contornadas no design.
Há também uma voz crescente entre os donos de veículos que acreditam que seria mais sensato exigir das montadoras melhorias na segurança dos sistemas elétricos. Em vez de se contentar com dúvidas sobre a eficácia dos martelos quebra-vidros, a expectativa é que a engenharia de segurança elétrica seja apreciada e desenvolvida com a mesma sofisticação e preocupação que os desenvolvimentos tecnológicos dos carros elétricos em si.
As opiniões sobre a Tesla, e especificamente sobre a questão das portas elétricas e a segurança do veículo, destacam um espaço para melhorias significativas em termos de engenharia e design. Para um carro projetado para ser tecnologicamente avançado, a revelação da necessidade de ferramentas de emergência representa uma falha no marketing e um desafio que a marca deve enfrentar à medida que avança para a próxima geração de veículos elétricos. As preocupações que surgem entre os motoristas de Tesla, em relação à segurança e à confiança no produto, podem muito bem indicar uma mudança no futuro do design automotivo, onde a segurança não pode ser uma questão de improvisação, mas sim um direito dos motoristas, independentemente de suas escolhas de veículos.
Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Automotive News, The Guardian
Detalhes
A Tesla, Inc. é uma fabricante de veículos elétricos e soluções de energia, fundada em 2003 por Elon Musk, JB Straubel, Martin Eberhard, Marc Tarpenning e Ian Wright. A empresa é conhecida por seus carros elétricos de alto desempenho, como o Model S, Model 3, Model X e Model Y, além de suas inovações em tecnologia de baterias e energia solar. A Tesla se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono, e tem sido uma força motriz na popularização dos veículos elétricos em todo o mundo.
Resumo
Em meio a crescentes preocupações com a segurança veicular, motoristas de Teslas têm adotado ferramentas de emergência, como martelos quebra-vidros e cortadores de cinto de segurança, para se prepararem para possíveis acidentes. Essa tendência surgiu após relatos de dificuldades enfrentadas por motoristas que ficaram presos em seus veículos devido a falhas nas portas elétricas. Um caso impactante foi o de Erin Geter, cujo filho ficou preso em um Tesla quando as portas perderam energia. Críticos questionam a necessidade de tais ferramentas para um carro de uma marca tão renomada como a Tesla, sugerindo que a fabricante deveria investir em soluções mais robustas. Especialistas alertam que as portas elétricas têm um único ponto de falha, o que pode resultar em situações perigosas. Apesar de muitos motoristas considerarem essas ferramentas como precauções sensatas, a situação levanta questões sobre a confiança dos consumidores em um produto que deveria garantir segurança. Há um clamor crescente entre os proprietários para que as montadoras priorizem melhorias na segurança elétrica, em vez de depender de soluções improvisadas.
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