12/12/2025, 11:23
Autor: Laura Mendes

Nos últimos dias, São Paulo se viu em uma situação crítica com a interrupção do fornecimento de energia elétrica afetando diversas regiões, e a população, ao invés de buscar uma mobilização efetiva e organizada, questiona o que é necessário para que a indignação coletiva se transforme em ações práticas e impactantes. Em meio a essa crise, muitos cidadãos começaram a refletir sobre suas formas de protesto, ressaltando que a falta de energia é apenas um reflexo de problemas maiores que envolvem a gestão pública e a privatização de serviços essenciais.
A situação gerou comentários variados nas últimas horas, com algumas pessoas comparando a realidade brasileira à recente onda de protestos no Nepal, onde a população se uniu contra a falta de serviços básicos. Embora tenha surgido uma discussão sobre a comparação, muitos argumentam que a realidade brasileira é distinta. Assim, a crítica à gestão da energia em São Paulo segue em pauta, e optou-se por uma análise mais atual e conectada ao que a população vive. O que muitos não percebem, é que a ação coletiva torna-se cada vez mais difícil em uma sociedade marcada pela individualização e pela desconfiança nas instituições.
Os especialistas afirmam que a mobilização social em locais como a capital paulista tem sido insuficiente para pressionar as autoridades e as concessionárias a oferecerem soluções rápidas e efetivas. Há uma percepção crescente de que, diante de problemas como a falta de energia, as iniciativas costumam ser desprovidas de um direcionamento claro, e muitos acabam permitindo que a indignação se transforme em apenas uma reclamação isolada. Como observado em alguns comentários, existe um clamor por uma ação direta, com uma parcela da população sugerindo que a solução pode estar em uma união não apenas entre os cidadãos, mas também em um tipo de diálogo que envolva todos os setores, sejam eles políticos ou sociais.
Muitos ressentem o fato de que a empresa concessionária ENEL não tenha priorizado a resolução do problema e jogam a responsabilidade nas instâncias públicas pela falta de regulação eficaz. O aumento de tarifas, por exemplo, gera descontentamento, mas os cidadãos, em sua maioria, permanecem em silêncio, mostrando-se relutantes em se organizar em massa para protestar. Assim, o sentimento de impotência cresce em um cenário onde a gestão pública é criticada, mas a população hesita em se manifestar de maneira coletiva.
Nos comentários, a questão da privatização de serviços essenciais como a energia foi levantada. As acusações a políticos pelo descontentamento da população são frequentes, e muitos alegam que a maior parte da população paulista, que tradicionalmente se posiciona favoravelmente à privatização, prefere não lidar com a culpa da escolha eleitoral. O efeito disso é um silêncio e um aspecto de complacência, que parece criar um ciclo vicioso onde a indignação não é suficiente para iniciar mudanças, levando a uma passividade que frustra aqueles que desejam ver a mudança.
Cidadãos comprometidos pensam, ainda, em formas de organizar protestos e pressionar as autoridades. Há um entendimento entre os que postam e comentam que, se não houver um direcionamento claro e uma união em prol de um bem maior – em que pessoas de diferentes perspectivas políticas se reúnam para reivindicar melhorias – a situação se perpetuará. A questão agora é: como romper com a inércia e direcionar o descontentamento para causas específicas?
Por outro lado, as redes sociais se mostraram um canal vital, mas paradoxalmente, essa mesma ferramenta que poderia ser utilizada para unir vozes, também é vista como ponto de fragmentação. Muitos afirmam que o uso das redes para dizer “estou revoltado” não faz o mesmo efeito que ir para a rua e chamar outros para se unirem em um protesto. O sentimento de que o “brasileiro é manso” permeia as conversas, destacando a falta de ação concreta.
Como se pode observar, esta nova realidade oferece um retrato de uma sociedade que busca por saída e soluções, refém das mesmas questões que a isolam cada vez mais de ações coletivas. Assim, permanece a urgência em se discutir e dar passos em direção a um movimento organizado, que não apenas promova a indignação, mas que se converta em poder e mobilização. No desenrolar dessa narrativa, um ponto é certo: a mudança requer ação, e essa ação deve ser coletiva, capaz de unir vozes, superar divisões e, quem sabe, levar São Paulo a um novo patamar de consciência civil e ativismo.
Fontes: Folha de São Paulo, Estadão, G1
Detalhes
A ENEL é uma empresa multinacional de energia, originada na Itália, que atua na distribuição e comercialização de eletricidade em diversos países, incluindo o Brasil. No Brasil, a ENEL é responsável pela distribuição de energia em várias regiões, incluindo São Paulo. A empresa tem enfrentado críticas por sua gestão e pela qualidade do serviço prestado, especialmente em períodos de crise, como interrupções no fornecimento de energia.
Resumo
Nos últimos dias, São Paulo enfrentou uma crise de fornecimento de energia elétrica, levando a população a refletir sobre a eficácia de suas formas de protesto. Em vez de uma mobilização organizada, muitos questionam como transformar a indignação coletiva em ações práticas. A falta de energia é vista como um sintoma de problemas maiores relacionados à gestão pública e à privatização de serviços essenciais. Comparações foram feitas com protestos no Nepal, embora a realidade brasileira seja considerada distinta. Especialistas apontam que a mobilização social tem sido insuficiente para pressionar autoridades e concessionárias. A população critica a empresa ENEL por não priorizar a resolução dos problemas, enquanto a privatização dos serviços gera descontentamento. Apesar da insatisfação, muitos permanecem em silêncio, relutantes em se organizar para protestar. A urgência de unir vozes e direcionar o descontentamento para causas específicas é evidente, mas as redes sociais, embora possam unir, também fragmentam. A mudança requer ação coletiva, capaz de superar divisões e promover um ativismo efetivo.
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