24/12/2025, 14:28
Autor: Felipe Rocha

Recentemente, a Microsoft se viu envolvida em uma polêmica após declarações de um engenheiro que insinuaram que a reescrita do Windows 11 foi realizada em grande parte por inteligência artificial (IA). A afirmação gerou repercussão não só entre desenvolvedores, mas também entre usuários comuns, que têm sentido o impacto das atualizações no desempenho de seus sistemas operacionais. O CEO da Microsoft, Satya Nadella, resolveu abordar as declarações, negando que um "um milhão de linhas de código" tivesse sido produzido em apenas um mês por engenheiros utilizando IA.
Durante uma conversa recente, Nadella mencionou que até 30% do código atualmente em uso poderia ter sido escrito com a ajuda de software; no entanto, ele foi enfático ao afirmar que não se tratava de uma reescrita total do Windows 11. “A IA é uma ferramenta que complementa o trabalho dos desenvolvedores humanos, mas o código base do Windows 11 não foi reescrito de forma alguma por nós”, disse o executivo.
As reações de usuários e profissionais da área de tecnologia foram bastante diversas. Muitos levantaram dúvidas sobre a capacidade de IA em gerar código de qualidade. Um engenheiro sênior compartilhou sua experiência, afirmando que implementação de códigos gerados por IA pode resultar em "códigos bagunçados e difíceis de manter". Essa preocupação é pertinentemente refletida no que ele descreveu como um "pesadelo de spaghetti", uma gíria comumente usada para se referir a códigos que são complexos e desorganizados.
A insatisfação com as atualizações do Windows também ressurgiu entre os usuários, que relatam problemas frequentes com o sistema. Muitos desabafaram sobre falhas nos patches de segurança e erros na instalação de atualizações, que parecem comprometer a experiência do usuário. Um relato destacou como um patch recente falhou ao instalar adequadamente, levantando questionamentos sobre a eficácia do sistema, especialmente à luz da suposta influência da IA no desenvolvimento de seu código.
Um dos pontos mais polêmicos levou à crítica sobre a tendência da Microsoft em depender da IA para seus processos de desenvolvimento. Embora Nadella tenha negado a reescrita do Windows 11, a existência de um sistema que visa reduzir as linhas de código em linguagens como C e C++ foi descrita como um objetivo claro da empresa. Isso gerou um forte contraste com as declarações sobre a não implementação de IA na reprogramação do sistema operacional.
Além disso, surgiram vários comentários que se opõem à forma como a Microsoft tem lidado com sua imagem e os produtos que entrega aos consumidores. Críticas à qualidade do Windows 11 e à gestão da companhia têm se amplificado, especialmente considerando que a Microsoft possui uma posição de dominação no mercado de sistemas operacionais. O sentimento de que a empresa está se afastando das necessidades dos usuários e se concentrando em inovações que possam não ter a aplicabilidade desejada é cada vez mais comum.
Um usuário, que recentemente migrou para o Linux, comentou sobre sua experiência positiva, trazendo à tona a ideia de que, nos últimos anos, a qualidade do Windows tem apresentado uma queda significativa após o lançamento do Windows 7, o que indica que muitos fãs do sistema operacional estão considerando alternativas mais estáveis e confiáveis. Esse fenômeno está se tornando um fator importante a ser monitorado, especialmente em tempos onde o software precisa ser adaptável e resiliente às necessidades de seus usuários.
Embora a Microsoft tente equilibrar inovação e confiabilidade, a questão da real eficácia da IA no desenvolvimento de software ainda traz desafios e incertezas. Além disso, a companhia parece estar em um dilema, onde as inovações não devem ser implementadas às custas da qualidade. O futuro da Microsoft pode depender da capacidade da companhia em reconquistar a confiança dos usuários, mostrando que sua abordagem em relação à inteligência artificial é realmente para complementar e não substituir o talento humano e a expertise que existem dentro de suas equipes.
À medida que a tecnologia avança e as abordagens para desenvolvimento de software evoluem, a resposta que a Microsoft dará para esse dilema, e como se posicionará em relação às críticas sobre o Windows 11 e seu uso de IA, será vital para sua sobrevivência no competitivo mercado tecnológico. A capacidade de ouvir os feedbacks dos usuários e adaptar suas práticas de desenvolvimento pode determinar o futuro da gigante de tecnologia nos próximos anos.
Fontes: CNBC, Folha de São Paulo
Detalhes
A Microsoft é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, conhecida por desenvolver o sistema operacional Windows, o pacote de produtividade Office e serviços em nuvem como o Azure. Fundada em 1975 por Bill Gates e Paul Allen, a empresa tem sido uma força dominante na indústria de software, inovando constantemente em áreas como inteligência artificial, computação em nuvem e jogos eletrônicos. A Microsoft também é reconhecida por sua influência no mercado de tecnologia e por suas iniciativas em responsabilidade social e sustentabilidade.
Resumo
A Microsoft enfrenta polêmica após declarações de um engenheiro que sugeriram que a reescrita do Windows 11 foi em grande parte realizada por inteligência artificial (IA). O CEO, Satya Nadella, negou que um "milhão de linhas de código" tenha sido gerado em um mês por IA, afirmando que, embora até 30% do código possa ter sido auxiliado por software, não houve reescrita total do sistema. As reações de usuários e profissionais de tecnologia foram variadas, com preocupações sobre a qualidade do código gerado por IA e relatos de falhas nas atualizações do Windows. Críticas à dependência da Microsoft em IA para desenvolvimento e à qualidade do Windows 11 têm se intensificado, levando alguns usuários a considerar alternativas como o Linux. A empresa enfrenta o desafio de equilibrar inovação e confiabilidade, enquanto busca reconquistar a confiança dos usuários em um mercado competitivo.
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