Meta remove contas globais de organizações de saúde reprodutiva e queer

A Meta enfrenta críticas crescente após a remoção de contas de saúde reprodutiva e comunidades queer, em um movimento considerado um retrocesso social e político.

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12/12/2025, 10:45

Autor: Laura Mendes

Uma imagem dinâmica mostrando um protesto vibrante de ativistas reunidos com cartazes coloridos abordando a liberdade de expressão e o direito ao aborto. Em meio a bandeiras representativas da comunidade LGBTQ+, algumas pessoas seguram faixas pedindo justiça e igualdade, enquanto ao fundo vemos uma grande tela mostrando as redes sociais com sinais de alerta sobre a censura. A cena deve capturar a união e a força do movimento social.

Nos últimos dias, a Meta Platforms, empresa mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp, esteve no centro de uma controvérsia significativa ao remover ou restringir diversas contas pertencentes a organizações que oferecem conselhos sobre aborto e que representam a comunidade queer. Este movimento, que vem sendo descrito como uma das maiores ondas de censura nas plataformas nos últimos anos, levantou sérias preocupações entre ativistas e defensores dos direitos humanos em todo o mundo.

As ações da Meta, que começaram no início de outubro, atingiram mais de 50 organizações globais dedicadas a saúde reprodutiva e direitos LGBTQ+, incluindo aquelas que operam na Europa e no Reino Unido, e se estenderam até nações da Ásia, América Latina e Oriente Médio. O impacto destas remoções é substancial, uma vez que algumas dessas contas atendem dezenas de milhares de pessoas, oferecendo não apenas informações, mas também apoio a indivíduos que buscam orientação sobre reprodução e saúde sexual.

O apagamento e a censura de conteúdos relacionados à saúde reprodutiva estão em contraste com a necessidade crescente por informações acessíveis e confiáveis neste tema, especialmente em um momento em que as leis sobre aborto estão sendo intensamente debatidas. A nova gestão pública nos Estados Unidos também parece ter contribuído para um clima mais hostil a essas questões, como sugerido por Martha Dimitratou, diretora executiva da Repro Uncensored. Dimitratou destacou que "neste último ano, especialmente desde a nova presidência dos EUA, vimos um aumento definido nas contas sendo derrubadas – não apenas nos EUA, mas também em todo o mundo, como um efeito cascata."

O descontentamento com as políticas de moderação da Meta não é novo. Usuários de redes sociais, em sua maioria jovens, questionam a validade das decisões da empresa sobre o que pode ou não ser publicado. Um usuário apontou que reportou uma conta que veiculava discurso de ódio contra judeus, mas a denúncia foi rejeitada, levantando questionamentos sobre o que realmente qualifica como violação das diretrizes de discurso de ódio. Comentários semelhantes indicam uma frustração geral com a moderação da Meta, que muitos acreditam não abordar a questão de maneira justa.

Além dos protestos contra as políticas de moderação, houve um chamado para que governos ao redor do mundo reconsiderem suas relações com os produtos da Meta. Alguns usuários sugerem um boicote, argumentando que a saída das redes sociais pode ser uma forma de reivindicação de liberdade de expressão e para forçar mudanças nas práticas da empresa. Os comentários refletem uma crença crescente de que, ao não utilizar esses serviços, os indivíduos podem recuperar parte do poder que se perdeu para grandes corporações de tecnologia.

Entretanto, a resposta da Meta às reclamações foi marcada por um tom defensivo. Em um e-mail compartilhado pelo Guardian, um consultor da Meta propôs uma reunião com diversas organizações de saúde reprodutiva, mas enfatizou que a reunião não seria uma oportunidade para criticar as práticas da empresa. Essa postura tem sido vista com desconfiança e descontentamento por aqueles que sentem sua voz silenciada nas plataformas digitais.

A situação também é refletida em diálogos sobre a liberdade de expressão. Alguns usuários apontam que a política da Meta de censurar certas vozes enquanto ignora outras sugere um padrão de discriminação. Um usuário ressaltou que a liberdade de expressão é uma questão complexa nos Estados Unidos, com implicações que reverberam globalmente. As vozes críticas à Meta frequentemente ressaltam que a responsabilidade de moderar conteúdos deve estar nas mãos de instituições democráticas e representativas, e não de uma empresa com fins lucrativos.

Essas controvérsias em torno da censura digital levantam questões mais amplas sobre a responsabilidade das grandes plataformas sociais na promoção de um espaço seguro e inclusivo para todos. A Meta está sob crescente pressão para reavaliar suas políticas de moderação e restaurar a confiança entre seu público. Sem uma mudança significativa, as apelos por um boicote e a migração para outras plataformas com práticas mais transparentes e inclusivas podem se intensificar.

Enquanto isso, defensores de direitos humanos e saúde reprodutiva continuam a batalhar contra a censura, lutando para garantir que vozes importantes sejam ouvidas e que as informações sobre saúde e direitos sejam acessíveis a todos, independentemente de orientação sexual ou questão reprodutiva. As próximas semanas serão cruciais para determinar como a Meta responderá a essa onda de descontentamento e como essa luta por direitos se desenrolará nas redes sociais e além.

Fontes: The Guardian, BBC News, Folha de São Paulo

Detalhes

Meta Platforms

A Meta Platforms, anteriormente conhecida como Facebook, Inc., é uma empresa de tecnologia americana que opera as redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp. Fundada por Mark Zuckerberg e seus colegas em 2004, a Meta se tornou uma das maiores empresas de mídia social do mundo, com bilhões de usuários. A empresa tem enfrentado críticas por suas práticas de moderação de conteúdo, privacidade de dados e impacto social, especialmente em questões relacionadas a desinformação e censura.

Resumo

Nos últimos dias, a Meta Platforms, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, enfrentou uma controvérsia significativa ao remover ou restringir contas de organizações que oferecem conselhos sobre aborto e representam a comunidade queer. Essas ações, consideradas uma das maiores ondas de censura nas plataformas, levantaram preocupações entre ativistas e defensores dos direitos humanos globalmente. Desde o início de outubro, mais de 50 organizações dedicadas à saúde reprodutiva e direitos LGBTQ+ foram afetadas, impactando milhares de pessoas que buscam informações e apoio. A censura contrasta com a crescente demanda por informações acessíveis sobre saúde reprodutiva, especialmente em um momento de intensos debates sobre leis de aborto. A nova administração pública nos EUA contribuiu para um clima hostil, segundo Martha Dimitratou, diretora da Repro Uncensored. Usuários de redes sociais, especialmente jovens, criticam a moderação da Meta, questionando suas decisões. Além disso, há um chamado para boicotes e reconsideração das relações com os produtos da empresa. A resposta da Meta tem sido defensiva, e a situação levanta questões sobre a responsabilidade das plataformas sociais em promover um espaço seguro e inclusivo.

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