Lei do Rio sobre celulares fomenta melhora no aprendizado escolar segundo pesquisadores

A nova lei que proíbe o uso de celulares em escolas do Rio de Janeiro apresenta resultados positivos no aprendizado, de acordo com pesquisa da Universidade de Stanford.

Pular para o resumo

24/08/2025, 09:40

Autor: Laura Mendes

Uma sala de aula moderna, com alunos interagindo entre si e participando de atividades físicas, enquanto os celulares estão guardados em uma cesta em um canto da sala. O ambiente é iluminado, com um professor animado orientando os alunos e um quadro interativo ao fundo. A imagem capta a alegria e o engajamento dos estudantes, contrastando com a imagem de um aluno sentado sozinho, olhando fixamente para a tela do celular em um ambiente sombrio.

A implementação da lei que proíbe o uso de celulares nas escolas do Rio de Janeiro vem gerando resultados promissores no aprendizado dos alunos. Pesquisadores da Universidade de Stanford destacam que essa mudança contribuiu significativamente para a qualidade do ensino e para o envolvimento dos estudantes com as atividades acadêmicas. O foco no aprendizado pessoal e na interação entre alunos se destaca como um dos principais fatores para a melhoria na performance escolar.

O uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes tem sido uma preocupação crescente entre educadores e especialistas em educação. Estudos demonstram que os dispositivos móveis, muitas vezes, atuam como causadores de distrações, reduzindo a capacidade de foco e aumentando a ansiedade entre os estudantes. Com a recente modificação na legislação escolar do Rio, espera-se que as turmas se tornem mais concentradas e ativas, com os alunos participando mais das aulas tradicionais e interativas.

Os resultados observados nos ambientes escolares se alinham às descobertas apresentadas no estudo de Guilherme Lichand, professor da Universidade de Stanford. Ele aponta que a má utilização de celulares em sala de aula não apenas prejudica o aprendizado, mas também afeta a saúde emocional e mental dos alunos, que são expostos a uma constante comparação social e pressão pelas redes sociais. Com a restrição no uso de celulares, “as crianças saem suadas, cansadas, ofegantes. Isso é coisa de criança que brinca saudável”, declara Roni Rei, auxiliar técnico de futebol, ressaltando a importância da atividade física e do envolvimento social para o desenvolvimento infantil.

Entretanto, a nova legislação não é isenta de críticas e questionamentos. Muitos educadores e pais se mostram preocupados em relação à eficácia dessa medida a longo prazo e a possibilidade de adaptar as regras de uso de tecnologia nas salas de aula sem comprometer os benefícios que a era digital pode trazer. Existe uma preocupação legítima sobre como os alunos se adaptarão a essa nova abordagem e se, ao restringir o uso de celulares, não se está criando um ambiente de negação da realidade digital em que vivemos.

Os comentários de cidadãos e educadores nas redes sociais indicam um misto de ceticismo e esperança sobre o impacto da lei. Alguns questionam como a controle da aplicação da norma pode ser eficiente e quais medidas serão tomadas para monitorar o uso de celulares fora do ambiente escolar. "Como você aplicaria essa restrição? De que maneira você controlaria a rede em qual o celular está conectado e quais aplicativos podem ser abertos de forma que não seja burlável?", pondera um dos comentaristas sobre a questão.

Muitos especialistas em pedagogia acreditam que a solução não reside apenas em banir os celulares, mas sim em encontrar um equilíbrio saudável entre tecnologia e aprendizado. A educação moderna deve incorporar ferramentas tecnológicas quando apropriado, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento das competências sociais e emocionais dos alunos. "A responsabilização dos alunos pelo próprio aprendizado é fundamental, mas é preciso direcioná-los para que se mantenham focados", comenta um educador preocupado com a distração que os dispositivos móveis podem causar.

A resistência ao uso de tecnologia nas escolas pode refletir a visão de um mundo que tem dificuldade em conciliar inovação com a formação de novos líderes. As "big techs" têm investido milhões em pesquisas para tornar seus produtos mais atrativos, mas o homem do campo, que cuida da educação alimentar e emocional das novas gerações, também deve ser ouvido. A mudança precisa partir de uma reflexão coletiva sobre o papel da tecnologia na educação e no desenvolvimento humano.

Um dos principais dilemas enfrentados atualmente é como equilibrar a presença da tecnologia nas salas de aula sem que isso comprometa o desenvolvimento emocional e social dos alunos. A experiência do Rio de Janeiro pode servir como um modelo para outras regiões e escolas brasileiras que ponderam sobre a adoção de medidas similares. A questão principal é até que ponto a proibição do uso de celulares pode ou não ser uma solução viável para os desafios contemporâneos da educação.

Os conselhos educacionais e profissionais da psicologia estão monitorando essa transição de perto para registrar dados e avaliar a efetividade da lei ao longo do tempo. O diálogo entre educadores, pais e pesquisadores será essencial para moldar um futuro educacional que respeite tanto o desenvolvimento intelectual quanto a saúde mental das crianças e adolescentes. Portanto, enquanto a lei reflete um passo relevante em busca de melhorar a experiência estudantil, a discussão sobre a melhor maneira de integrar tecnologia e aprendizado de forma harmoniosa continua a ser um tema crucial para a educação contemporânea.

Fontes: O Globo, Stanford University

Detalhes

Universidade de Stanford

A Universidade de Stanford, localizada na Califórnia, é uma das instituições de ensino superior mais prestigiadas do mundo. Fundada em 1885, a universidade é conhecida por sua pesquisa de ponta e excelência acadêmica em diversas áreas, incluindo ciências, engenharia, humanidades e ciências sociais. Stanford também é famosa por sua proximidade com o Vale do Silício, tornando-se um centro de inovação e empreendedorismo tecnológico.

Guilherme Lichand

Guilherme Lichand é um professor e pesquisador associado à Universidade de Stanford, conhecido por seus estudos na área de educação e comportamento humano. Ele investiga como fatores sociais e tecnológicos influenciam o aprendizado e o desenvolvimento emocional dos alunos, contribuindo para a discussão sobre o impacto da tecnologia na educação moderna.

Roni Rei

Roni Rei é um auxiliar técnico de futebol que se destaca por suas opiniões sobre a importância da atividade física e do envolvimento social no desenvolvimento infantil. Suas declarações refletem uma preocupação com o bem-estar das crianças, enfatizando a necessidade de um equilíbrio saudável entre atividades físicas e o uso de tecnologia.

Resumo

A nova lei que proíbe o uso de celulares nas escolas do Rio de Janeiro está mostrando resultados positivos no aprendizado dos alunos, segundo pesquisadores da Universidade de Stanford. A medida visa reduzir distrações e aumentar o envolvimento dos estudantes nas atividades acadêmicas, promovendo um ambiente mais focado e interativo. Especialistas alertam que o uso excessivo de celulares pode prejudicar não apenas o aprendizado, mas também a saúde emocional dos alunos, levando a uma comparação social constante e ansiedade. No entanto, a legislação enfrenta críticas e questionamentos sobre sua eficácia a longo prazo e a adaptação das regras de uso de tecnologia nas salas de aula. Educadores e pais expressam preocupações sobre a aplicação da norma e como monitorar o uso de celulares fora do ambiente escolar. Muitos acreditam que a solução não é simplesmente banir os dispositivos, mas encontrar um equilíbrio saudável entre tecnologia e aprendizado. A experiência do Rio pode servir de modelo para outras regiões, mas o diálogo entre educadores, pais e pesquisadores será crucial para moldar um futuro educacional que respeite tanto o desenvolvimento intelectual quanto a saúde mental dos alunos.

Notícias relacionadas

Uma sala de aula com estudantes de medicina e matemática, ambos concentrados em seus estudos. À esquerda, um grupo de alunos de medicina com livros e materiais de biologia, e à direita, estudantes de matemática em frente a um quadro negro lotado de fórmulas complexas. Um professor aponta para as equações, enquanto os alunos tomam notas. A imagem capta a tensão intelectual e o ambiente diverso das duas disciplinas.
Educação
Desafios do doutorado em medicina e matemática ilustram caminhos distintos
Comparar o doutorado em medicina e em matemática revela diferentes desafios, desde a memorização intensa até o pensamento abstrato complexo exigido em cada campo.
24/08/2025, 13:15
Uma imagem de um aluno em sala de aula, preocupado, olhando para um celular confiscado em cima da mesa. No fundo, professoras e diretores discutem planos para a proibição de celulares, em um ambiente tenso. As expressões nos rostos refletem a preocupação com a própria segurança e a desconfiança na capacidade dos alunos de se controlar.
Educação
Proibição de celulares nas escolas gera debate sobre eficácia e segurança
A crescente proibição de celulares em escolas levanta questões sobre a eficácia das regras e se realmente atendem aos interesses de segurança e aprendizado. Estudantes e educadores discutem os impactos dessa decisão em meio ao bombardeio tecnológico atual.
21/08/2025, 08:32
Uma imagem vibrante de um campus universitário moderno, com estudantes de diferentes idades interagindo e participando de atividades em grupo. No fundo, uma atmosfera alegre com pessoas sorrindo e se engajando em discussões. A imagem deve capturar a diversidade etária, mostrando a inclusão de alunos mais velhos e mais jovens, todos unidos pelo aprendizado.
Educação
A idade no ensino superior: A trajetória de estudantes com 26 anos
Cada vez mais, estudantes estão começando suas graduações em idades variadas, provando que a busca pelo conhecimento não tem limite de tempo.
19/08/2025, 01:20
Uma imagem vibrante mostrando uma escola pública movimentada, com alunos nas janelas e um céu nublado ao fundo, simbolizando a tensão e o caos na educação. Uma placa na frente da escola exibe “Meta de Educação: Atingir ou Perder?”. Alguns professores parecem visivelmente estressados, enquanto outros discutem em grupo, enfatizando a situação crítica das instituições.
Educação
Crise na Educação em SP: Feder impõe metas e provoca descontentamento
Diretores de escola pública em SP enfrentam pressão por metas irrealistas, levantando preocupações sobre a autonomia e os recursos nas instituições.
16/08/2025, 18:16
Uma imagem colorida de uma sala de aula desorganizada, onde uma lousa exibe o antigo sistema de notas de A a E, enquanto alunos olham confusos para as notas, com expressões de curiosidade e ceticismo. Alguns alunos brincam com materiais escolares, enquanto outros anotam em cadernos, refletindo a sensação de desconcerto em relação ao sistema de avaliação. A atmosfera é leve, mas a incertidão sobre as notas é evidente.
Educação
O Mistério da Letra E no Sistema de Notas nas Escolas
O sistema de avaliação escolar suscita questionamentos sobre a omissão da letra E, uma prática que varia entre diferentes regiões e épocas.
16/08/2025, 17:45
Uma sala de aula moderna com alunos estudando em laptops, enquanto um professor aponta para um quadro. Em destaque, uma pilha de livros e certificados de diploma, simbolizando a busca por educação e alternativas ao ensino superior tradicional. Na parede, um gráfico ilustrativo de opções de estudos, incluindo diplomas e testes alternativos.
Educação
Alternativas ao diploma universitário: novas opções de educação emergem
Com o crescente custo do ensino superior, alternativas como diplomas online e testes de qualificação ganham destaque na busca por educação acessível.
09/08/2025, 21:51
logo
Avenida Paulista, 214, 9º andar - São Paulo, SP, 13251-055, Brasil
contato@jornalo.com.br
+55 (11) 3167-9746
© 2025 Jornalo. Todos os direitos reservados.
Todas as ilustrações presentes no site foram criadas a partir de Inteligência Artificial