16/12/2025, 23:58
Autor: Ricardo Vasconcelos

Em meio a um clima de tensão e insegurança no mercado financeiro, muitos investidores se veem diante de dificuldades nas suas carteiras de ações, refletindo um cenário desafiador que tem gerado frustração e incertezas. A queda significativa dos preços das ações de diversas empresas tem levado investidores a reavaliar suas estratégias e a ponderar sobre o que fazer em relação a ativos que terminam se transformando em um fardo.
As conversas recentes sobre o 'bagholding' — termo utilizado para descrever a prática de manter ações com forte desvalorização na esperança de que possam se recuperar — revelam as preocupações de profissionais e amadores que, mesmo com perdas estrondosas, ainda hesitam em vender. Muitos mencionam a possessão de ações como FUBO e RVSN, que foram adquiridas a preços elevados e agora enfrentam um cenário de queda contínua. Um investidor compartilha: "Eu só estou segurando, não sei porquê. Uma parte de mim ainda espera que eles se recuperem". Essa perspectiva reflete uma realidade comum: a esperança de que investimentos malogrados possam eventualmente retornar ao caminho do lucro.
Outros investidores, no entanto, têm adotado uma visão mais crítica e racional. "Se caiu porque o negócio é uma porcaria e era só uma ação especulativa, você nem devia ter comprado em primeiro lugar", argumenta um participante. Essa linha de pensamento enfatiza a importância de realizar avaliações sérias das empresas nas quais se investe e, em casos de desvalorização substancial, cortar prejuízos e redirecionar recursos para ativos mais promissores.
A instabilidade de certas indústrias, como a de tecnologia e crescimento sustentável, tem levado investidores a um estado contínuo de vigilância. Um investidor cita a Texas Instruments, mencionando que achou que os chips analógicos seriam indispensáveis para o avanço da Inteligência Artificial (IA), mas revelou ter se sentido decepcionado com a performance da empresa. Este sentimento de desilusão se estende a outros setores, incluindo ações de maconha e elétricos, que, apesar das promessas de crescimento, têm se mostrado voláteis e sem a recuperação esperada.
A frustração também está presente em divisões de grandes empresas, como TGT e sua relação com os dividendos, que ainda são uma preocupação para quem tem suas ações. "Meu DCA tá em 134. Estou em baixa legal. Pelo menos os dividendos continuam caindo," menciona um investidor que teme o futuro de sua carteira. Essa preocupação não é isolada, uma vez que muitos investidores têm olhado criticamente para suas escolhas, ponderando se as decisões tomadas anteriormente ainda fazem sentido em um cenário em constante mudança.
Um aspecto frequentemente discutido é o uso de perdas como estratégia para mitigação fiscal. Um investidor salientou a importância de se desfazer de ações menos promissoras antes do fechamento do exercício fiscal para minimizar o impacto tributário. "Aproveitar as perdas para diminuir o imposto é uma boa. Acabei de me desfazer de todas as minhas ações lixo," relatou, revelando que é fundamental evitar que o capital fique engessado em investimentos não rentáveis.
Além disso, a abordagem de expectativa e crença nas empresas também é um fator crítico. Muitos ainda esperam mudanças por parte dos novos CEO’s ou por reestruturações que, em última análise, podem não trazer as melhorias esperadas. Conforme um investidor destacou, "Tomara que o novo CEO mude as coisas," trazendo à luz a frustração de que reestruturações crônicas podem não estar trazendo soluções efetivas para os problemas antigos.
As numerosas mencões a ações específicas e os sentimentos de frustração não se limitam a um único tipo de ativo. Enquanto enfrentam quedas, investidores de variados perfis têm que lidar com as dúvidas sobre a razão por trás das suas escolhas. O ceticismo em relação a determinadas indústrias, algumas mencionadas, como a de eletrônicos e a de cannabis, cresceu, fazendo com que muitos se perguntassem se deviam desistir de esperar, ou se manter a fé em períodos de recuperação.
Com o mercado exibindo volatilidade e um futuro incerto, a atual situação servirá como aprendizado para muitos investidores. Avaliar criticamente as próprias decisões, buscar um portfólio mais sólido, e não hesitar em cortar perdas são práticas que ganham destaque para driblar os desafios que o mercado financeiro apresenta atualmente. As companhias que se destacam pelo desempenho consistente e promessas sustentáveis se tornam cada vez mais os focos de atenção de quem procura mudar o rumo de investimentos prejudiciais. A pergunta ainda permanece: qual será a próxima passo de cada investidor diante deste cenário turbulento?
Fontes: Valor Econômico, Infomoney, Exame, O Estado de S. Paulo
Detalhes
A Texas Instruments é uma empresa americana de tecnologia, conhecida por sua produção de semicondutores e circuitos integrados. Fundada em 1930, a empresa é um dos principais fornecedores de chips analógicos e digitais, utilizados em uma ampla gama de aplicações, desde eletrônicos de consumo até sistemas automotivos e industriais. A Texas Instruments é reconhecida por sua inovação em tecnologia e pela contribuição significativa ao desenvolvimento da eletrônica moderna.
Resumo
O mercado financeiro enfrenta um clima de tensão e insegurança, levando investidores a reavaliar suas carteiras de ações devido à queda significativa nos preços. Muitos, mesmo com perdas, hesitam em vender ativos desvalorizados, como FUBO e RVSN, na esperança de recuperação. Outros adotam uma postura crítica, defendendo a importância de avaliações sérias das empresas e a necessidade de cortar prejuízos. Indústrias como tecnologia e ações de maconha têm mostrado volatilidade, gerando desilusão entre os investidores. A preocupação com dividendos de grandes empresas, como TGT, também está em alta, enquanto estratégias de mitigação fiscal são discutidas para minimizar impactos tributários. Apesar das frustrações, a expectativa em relação a novos CEOs e reestruturações persiste, refletindo a incerteza sobre o futuro. A situação atual serve como aprendizado, destacando a importância de decisões críticas e a busca por um portfólio mais sólido em tempos desafiadores.
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