Governo Lula elimina aulas teóricas obrigatórias para CNH e avalia mudanças

O governo Lula propõe acabar com as aulas teóricas obrigatórias para obtenção da CNH, visando redução de custos e novos modelos de formação.

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02/10/2025, 22:58

Autor: Laura Mendes

Uma autoescola em transformação, com novos instrutores autônomos oferecendo aulas em diversos locais, enquanto alunos representam diferentes perfis (jovens e adultos) aprendendo a dirigir em veículos particulares. Sinalizações de trânsito e placas educativas ao fundo, transmitindo uma sensação de modernidade e eficiência no aprendizado de direção.

No dia 16 de outubro de 2023, o governo brasileiro anunciou uma proposta polêmica para reformular o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que visa eliminar as aulas teóricas obrigatórias e estabelece um mínimo de quatro horas de aulas práticas. Essa medida, anunciada pelo ministro das Cidades, Renan Filho, pretende facilitar o acesso à habilitação, especialmente para cerca de 20 milhões de brasileiros que atualmente dirigem sem o devido treinamento ou documentação. Com o custo da CNH girando em torno de R$ 3.200, o governo também visa reduzir esse valor em até 80% para torná-la mais acessível à população.

A proposta é vista como uma grande mudança no panorama da formação de motoristas, já que a formação tradicional é dominada por autoescolas, que historicamente detêm um monopólio na capacitação de novos condutores. Com a formalização de instrutores autônomos, esse cenário pode levar a uma oferta mais diversificada e competitiva de aulas de direção. A ideia é que esse novo modelo permita que profissionais sejam credenciados pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) e ofereçam serviços individualizados de acordo com as necessidades dos alunos, seja em carros particulares, ou por meio de classes personalizadas que priorizem a prática em detrimento da teoria.

Durante uma entrevista à Folha de São Paulo, Renan Filho declarou que a proposta de eliminação das aulas teóricas é definitiva, mas que a execução das aulas práticas ainda poderá ser discutida em um futuro próximo, dependendo do resultado de uma consulta pública programada. "Nós temos que observar como a população vai reagir, mas o objetivo é reduzir a carga horária de 20 horas atuais para algo em torno de quatro horas, oferecendo assim uma opção prática e direta para as pessoas", afirmou o ministro.

O governo enfatiza que essa reforma é uma "microeconômica" importante para a sociedade. Renan Filho argumenta que a redução do valor da CNH permitirá que as pessoas direcionem os recursos financeiros economizados para outras áreas, beneficiando a economia como um todo. O impacto financeiro da formação de motoristas é significativo, contabilizando cerca de R$ 15 bilhões anuais que saem do bolso da população apenas para obter a habilitação.

Entretanto, a proposta já gerou diferentes reações entre os cidadãos e especialistas em trânsito. Alguns usuários questionam a eficácia das quatro horas de aula prática, argumentando que esse tempo é insuficiente para garantir que um novo motorista adquira as habilidades necessárias para dirigir de maneira segura. Comentários em plataformas sociais refletem tanto a insatisfação com a estrutura atual das autoescolas, como a esperança de que a mudança traga melhorias na qualidade do aprendizado, levando instrutores a se diferenciarem na oferta de serviços.

Ainda permanece a discussão sobre como o teste do Detran será reformulado, já que a expectativa é que ele se torne mais rigoroso, exigindo mais do candidato para comprovar que possui as competências necessárias para conduzir um veículo com segurança. A nova abordagem sugere que os instrutores autônomos terão um papel fundamental em preparar candidatos para demonstrar suas habilidades práticas em condições reais de trânsito, o que poderia aumentar a responsabilidade sobre a formação e, potencialmente, o respeito às leis de trânsito.

Diversos especialistas reconhecem que, além da reforma na forma como a formação acontece, também será crucial melhorar os testes aplicados para a obtenção da CNH. A atual proposta pode ser vista como uma oportunidade para inovar no setor, criando um ambiente de aprendizado que enfrente a cultura de incúria na preparação de motoristas no país.

Em suma, a reforma proposta pelo governo Lula para a CNH – que inclui o fim das aulas teóricas e a introdução de instrutores autônomos – desafia o status quo das autoescolas e busca tornar a habilitação mais acessível. Resta agora observar a resposta da população e os desdobramentos dessa iniciativa em um momento em que a segurança no trânsito e a formação de condutores qualificados são mais necessárias do que nunca.

Fontes: Folha de São Paulo, Agência Brasil

Detalhes

Renan Filho

Renan Filho é um político brasileiro, membro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que atua como Ministro das Cidades desde 2023. Ele tem um histórico de atuação na política, incluindo cargos em sua cidade natal, Alagoas, e é conhecido por suas propostas voltadas para o desenvolvimento urbano e infraestrutura. Filho tem se destacado por suas iniciativas em áreas como habitação e mobilidade urbana.

Resumo

No dia 16 de outubro de 2023, o governo brasileiro, liderado pelo ministro das Cidades, Renan Filho, anunciou uma proposta controversa para reformular o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A proposta prevê a eliminação das aulas teóricas obrigatórias e a exigência de um mínimo de quatro horas de aulas práticas, visando facilitar o acesso à habilitação para cerca de 20 milhões de brasileiros que dirigem sem a documentação adequada. O governo também pretende reduzir o custo da CNH em até 80%, tornando-a mais acessível. A mudança pode transformar a formação de motoristas, atualmente dominada por autoescolas, ao permitir a formalização de instrutores autônomos. Renan Filho afirmou que a proposta é definitiva, mas a implementação das aulas práticas ainda será debatida após uma consulta pública. A reforma é considerada uma medida microeconômica importante, pois pode liberar recursos financeiros que a população poderia investir em outras áreas. No entanto, a proposta gerou reações mistas, com preocupações sobre a eficácia das quatro horas de aulas práticas e a necessidade de um teste mais rigoroso para garantir a segurança no trânsito.

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