Fluminense proíbe faixa do Vasco sobre racismo no Maracanã

Em um ato controverso, Fluminense retirou do Maracanã faixa do Vasco com mensagem antirracista durante um clássico, gerando debate sobre rivalidade e luta contra discriminação.

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12/12/2025, 16:12

Autor: Laura Mendes

Uma imagem vibrante do Maracanã durante uma partida de futebol, com torcedores das duas equipes se manifestando, segurando faixas coloridas, algumas com mensagens antirracistas, todas em clima de rivalidade saudável. O ambiente é intenso, com bandeiras balançando e uma arquitetura imponente ao fundo.

Na tarde de hoje, um acontecimento no Estádio do Maracanã levantou questões profundas sobre a rivalidade no futebol e a luta contra o racismo. O Fluminense, tradicional clube carioca, decidiu proibir a exibição de uma faixa do Vasco, também time do Rio de Janeiro, que trazia a mensagem "Tive que lutar contra o seu racismo". O incidente ocorreu no contexto da partida entre os dois times, um dos clássicos mais esperados do Brasil, e gerou reações diversas nas arquibancadas e nas redes sociais.

A faixa, que pertencia à torcida do Vasco e faz parte de uma música que é frequentemente cantada pelos seus fãs em homenagem aos atletas negros que marcaram a história do clube, foi retirada a pedido da administração do Fluminense. A justificativa para essa ação foi a alegação de que a faixa constituía uma provocação. Contudo, muitos torcedores e observadores consideram que a mensagem é uma parte legítima da luta antirracista e que retirar a faixa poderia ser encara como uma tentativa de silenciar as vozes que buscam confrontar o racismo no esporte.

Comentários nas redes sociais revelam a polarização em torno do assunto. Enquanto alguns defendem que tal mensagem favorece um conflito desnecessário entre os clubes rivais, outros acreditam que recordar e discutir as questões raciais em um contexto como este é parte da luta necessária contra a discriminação. Um comentarista ressalta que "não se deve negar o passado", e que confrontar as injustiças históricas é essencial para o progresso da sociedade. Outro internauta apontou que a decisão do Fluminense pode ser percebida como um gesto de omissão, o que contradiz o compromisso que muitos acreditam que os clubes deveriam ter na luta contra o racismo.

Históricamente, tanto o Fluminense quanto o Vasco possuem legados relevantes no futebol brasileiro, com ambos os clubes tendo se destacado em diferentes períodos. No entanto, a questão do racismo muitas vezes paira sobre a rivalidade entre os clubes, levando a um enredo de provocações e ofensas que atravessam gerações. O próprio uso de termos pejorativos relacionados às torcidas, como "Mulambo" e "Urubu", também ilustra como a cultura futebolística brasileira pode ser repleta de hipocrisias e muros de separação, mesmo entre aqueles que se encontram numa jornada pela igualdade.

Experts em cultura esportiva comentam que esses episódios evidenciam a necessidade de um debate mais amplo sobre como o futebol pode atuar como plataforma para amplificar vozes em vez de silenciá-las. A forma como estas rivalidades se manifestam não apenas alimenta a paixão dos torcedores, mas também desvela as tensões sociais que ainda persistem na sociedade brasileira. O uso do espaço dos estádios, que tradicionalmente têm sido vistos como áreas de pura paixão e rivalidade, pode, na verdade, servir como um palco para dialogar sobre questões críticas como a igualdade racial e a necessidade de erradicar o racismo das esferas mais populares do nosso cotidiano, como é o caso do futebol.

Além disso, essa ocorrência levanta a questão sobre o papel que os clubes e os organizadores possuem na mediação das relações entre torcidas. Num cenário onde a provocação pode facilmente escalar para algo mais grave e que envolva ações violentas, é crucial que as administrações dos clubes definam seus valores e se comprometam a serem proativas na luta contra a discriminação de qualquer forma. Isso inclui, mas não se limita a, apoiar iniciativas que promovam um ambiente mais justo e inclusivo dentro e fora das quatro linhas.

Por fim, enquanto a rivalidade entre Fluminense e Vasco é uma parte vibrante da cultura do futebol carioca, eventos como o ocorrido hoje no Maracanã são um lembrete de que esses momentos devem ser utilizados para incitar discussões construtivas, em vez de apenas provocar divisões. A luta contra o racismo é uma responsabilidade coletiva e deve ser encarada por todos, independentemente das cores de seus clubes. Isso inclui reconhecer que as rivalidades não devem obscurecer a necessidade de combater o preconceito em qualquer forma que se apresente.

Fontes: O Globo, Folha de São Paulo, ESPN Brasil

Detalhes

Fluminense

O Fluminense Football Club, fundado em 1902, é um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, localizado no Rio de Janeiro. Conhecido por suas cores verde, branco e grená, o Fluminense possui uma rica história, incluindo várias conquistas no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. O clube é famoso por sua torcida apaixonada e por ter revelado diversos jogadores que se tornaram ícones do futebol nacional.

Vasco da Gama

O Club de Regatas Vasco da Gama, fundado em 1898, é um dos clubes mais importantes do Brasil, com sede no Rio de Janeiro. O Vasco é conhecido por suas cores preto e branco e por sua rica história no futebol, incluindo títulos nacionais e internacionais. O clube é também reconhecido por seu papel na luta contra o racismo, sendo um dos primeiros a aceitar jogadores negros em suas equipes, o que contribuiu para a inclusão e diversidade no esporte brasileiro.

Resumo

Na tarde de hoje, um incidente no Estádio do Maracanã reacendeu o debate sobre rivalidade no futebol e a luta contra o racismo. O Fluminense decidiu proibir a exibição de uma faixa da torcida do Vasco, que dizia "Tive que lutar contra o seu racismo", durante um clássico entre os dois clubes cariocas. A administração do Fluminense alegou que a faixa era provocativa, mas muitos torcedores e especialistas consideram que a mensagem é parte legítima da luta antirracista. As reações nas redes sociais foram polarizadas, com alguns defendendo que a faixa poderia gerar conflitos, enquanto outros afirmam que discutir questões raciais é essencial para combater a discriminação. O episódio destaca a necessidade de um debate mais amplo sobre como o futebol pode ser uma plataforma para amplificar vozes e promover igualdade racial. Além disso, levanta questões sobre o papel dos clubes na mediação das relações entre torcidas e a importância de se comprometerem com a luta contra o racismo, reconhecendo que a rivalidade não deve obscurecer a necessidade de combater o preconceito.

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