18/12/2025, 16:13
Autor: Laura Mendes

A Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo, anunciou recentemente sua disposição em investir na enterragem da fiação na capital, uma proposta que vem acompanhada de uma série de discussões sobre a responsabilidade no estado da infraestrutura urbana. A situação dos fios expostos em postes da cidade gerou uma onda de insatisfação entre os cidadãos, que questionam não apenas a qualidade do serviço prestado, mas também a atuação das empresas de telefonia e internet que compartilham o espaço público com a elétrica.
Os comentários dos cidadãos indicam uma preocupação generalizada com o acúmulo de cabos e a falta de fiscalização adequada sobre as empresas de telecomunicações. Um usuário destacou que, esses novos postes instalados pela Enel possuem apenas cinco cabos pertencentes à elétrica, enquanto cabos de diversas empresas de telefonia permanecem caídos no chão, sugerindo que a responsabilidade pela desordem não recai unicamente sobre a Enel. Em um ambiente onde empresas menores oferecem serviços de internet, muitas vezes de forma informal e sem autorização adequada, as consequências de uma fiscalização deficiente se tornam evidentes, levando ao retrato caótico das ruas.
Diante disso, surgem questionamentos sobre a relação entre as empresas envolvidas e a responsabilidade compartilhada pelo uso dos postes. Os cidadãos não apenas pedem mais ação da Enel, mas também solicitam que as autoridades tomem uma posição mais firme em relação às empresas de telecomunicações que, segundo relatos, realizam instalações de forma desleixada e abandonam cabos quando os serviços são cancelados. Isso não só aumenta os riscos de acidentes, mas também contribui para a poluição visual da cidade.
Os internautas também expressaram ceticismo sobre a proposta da Enel, apontando que as promessas de melhoria na infraestrutura e na qualidade dos serviços sempre parecem ser parte de "um teatrinho" político. Há um receio generalizado de que as soluções apresentadas sejam apenas temporárias e sirvam mais para acalmar a população do que para solucionar problemas estruturais. A relação entre a Enel e o governo é vista com desconfiança, e muitos cidadãos temem que, se a renovação da concessão ocorrer, não haverão garantias de que os investimentos prometidos realmente serão cumpridos.
As críticas também se estendem à abordagem do governo, que, segundo alguns comentários, precisa se unir e trabalhar em prol da população, em vez de se deixar levar por narrativas políticas. A polarização em torno das figuras políticas, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, apenas intensificou as divisões e confusões sobre quem deve ser responsabilizado pelos falhos serviços públicos. Há apelos para que, caso a privatização ocorra, haja contratos muito rigorosos que garantam que as empresas cumpram suas promessas, além de facilitar a quebra de contrato em casos de descumprimento.
Esse quadro de desconfiança sobre as intenções da Enel é exacerbado pela sensação de que, apesar das promessas de melhorias, a qualidade dos serviços prestados permanece abaixo do esperado. Com a proposta de enterrar a fiação, a empresa apresenta uma solução que promete impactar positivamente o visual urbano e a segurança dos cidadãos. No entanto, implementar tal projeto exigirá um esforço conjunto, envolvendo a cooperação de diversas instituições, algo que muitos duvidam ser possível, dado o histórico de falhas na execução de promessas passadas.
As expectativas da população são altas, mas a desconfiança predomina. As experiências passadas levaram muitos a ver a disposição da Enel como mais uma iniciativa destinada a "fazer lobby político" ao invés de um verdadeiro compromisso com a melhoria dos serviços. A proposta é vista, por alguns, como uma tentativa de desviar a atenção de questões mais profundas que precisam ser abordadas, como a necessária fiscalização das empresas de telecomunicações que têm contribuído para a poluição visual e a desordem nas ruas.
Assim, as futuras ações da Enel para enterrar a fiação em São Paulo ocorrerão em um contexto de intensa vigilância por parte da sociedade. A comunidade espera que não sejam em vão as promessas de mudança e que, pela primeira vez, as ações da concessionária estejam realmente alinhadas às expectativas e necessidades da população. Contudo, resta saber se a união de esforços entre as diversas partes interessadas pode se concretizar em um projeto que traga benefícios reais a todos os cidadãos.
Fontes: Folha de São Paulo, O Estado de S. Paulo, Agência Brasil
Detalhes
A Enel é uma multinacional italiana de energia que atua em diversos países, incluindo o Brasil, onde é responsável pela distribuição de energia elétrica em várias regiões, especialmente em São Paulo. A empresa tem se empenhado em modernizar a infraestrutura elétrica e promover soluções sustentáveis, embora enfrente críticas sobre a qualidade de seus serviços e a gestão da rede elétrica.
Resumo
A Enel, responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo, anunciou planos para enterrar a fiação na cidade, em resposta à insatisfação popular com a infraestrutura urbana. Os cidadãos expressam preocupações sobre a desordem causada por fios expostos e a falta de fiscalização das empresas de telecomunicações, que muitas vezes abandonam cabos quando os serviços são cancelados. A proposta da Enel gerou ceticismo, com internautas temendo que seja apenas uma estratégia política para acalmar a população. Há apelos para que o governo e a Enel trabalhem juntos, especialmente em um possível cenário de privatização, garantindo que contratos rigorosos sejam estabelecidos. Apesar das promessas de melhorias, a desconfiança sobre a eficácia das ações da Enel predomina, e a comunidade está atenta para que as iniciativas não sejam apenas uma forma de desviar a atenção de problemas mais profundos. A expectativa é que a proposta de enterramento da fiação realmente traga benefícios para a segurança e estética urbana.
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