18/12/2025, 15:54
Autor: Laura Mendes

A Enel, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo, declarou sua intenção de enterrar as fiações aéreas da maior metrópole da América Latina. A proposta surge em meio a críticas generalizadas sobre a precariedade dos serviços prestados e as frequentes interrupções no fornecimento de energia elétrica, especialmente em tempos de tempestades. De acordo com relatos de cidadãos e especialistas, o estado atual da infraestrutura elétrica é alarmante, e a empresa falhou em suas obrigações ao longo dos 30 anos de concessão que lhe foram outorgados.
A discussão sobre o enterramento da fiação não é nova. Em 2015, a situação já havia sido levantada, quando o então prefeito de São Paulo foi chamado de "maluco" por sugerir a modernização da infraestrutura. Na época, a proposta foi amplamente criticada e considerada inviável, mas hoje, com os relatos constantes de falta de energia, a urgência da questão ganha novos contornos. Além de ser um problema estético, o enterramento da fiação é também uma questão de segurança e eficiência operacional. Isso porque fios expostos em postes são suscetíveis a quedas durante tempestades e outras intempéries, com o risco de danos não apenas à infraestrutura, mas também à segurança das pessoas que transitam pelas ruas da cidade.
Diversos comentários de cidadãos expressaram desconfiança em relação às promessas da Enel. Muitos acreditam que a empresa pode usar o compromisso de enterrar as fiações como uma forma de se proteger contra a pressão pública e política, especialmente considerando que seu contrato de concessão está situações complicadas e seu término está previsto para 2028. O receio é que, com a urgência da pressão em prol das melhorias, a empresa busque alternativas que possam incluir aumento nas tarifas ou até mesmo o recebimento de subsídios do governo.
As vozes críticas apontam que, em vez de agir em benefício da população, a empresa poderá tentar repassar os custos de melhorias diretamente aos consumidores. Este padrão de "rateio" já é temido, conforme mencionado nos comentários, em que se sugere que as contas dos cidadãos podem ser inflacionadas enquanto se promete melhorias que, na prática, podem não ocorrer. Essa relação entre a Enel e a infraestrutura de São Paulo levanta ainda questões de responsabilidade e prestação de contas, uma vez que muitos cidadãos expressam descontentamento com a falta de proatividade da empresa num setor que necessariamente demanda investimentos constantes e inovação.
Os dados apresentados pelos cidadãos revelam que, em média, São Paulo enfrenta 10 vezes mais interrupções no fornecimento de energia do que a Itália, um fato que sublinha ainda mais a necessidade urgente de um sistema mais eficiente e modernizado. Além disso, é importante mencionar que o debate sobre a responsabilidade pelos custos do enterramento da fiação e as promessas não concretizadas da Enel são uma dor de cabeça para os cidadãos, principalmente em um cenário onde as tarifas já são elevadas.
A pressão sobre a empresa é elevada em várias frentes, incluindo a crescente insatisfação da população e uma possível intervenção do governo federal, estadual e municipal. Há informações de que existem esforços em curso para que o contrato atual seja revisado ou até mesmo extinto, com vistas a pôr fim a uma relação que, para muitos, se tornou insustentável devido à falta de investimentos adequados por parte da empresa nos últimos anos.
Especialistas em infraestrutura elétrica têm apontado a importância da modernização das redes elétricas, não apenas para a segurança, mas também para a eficiência na distribuição de energia. A situação atual é um reflexo de um modelo de concessão que há muito não atende às demandas de uma cidade tão grande e complexa como São Paulo. As fiações expostas, além do fator estético, representam um problema decisivo para os planejadores urbanos e responsáveis pela segurança pública, e muitos se perguntam por que ações efetivas não foram tomadas anteriormente.
Diante do cenário complexo e carregado de desconfianças, a questão do enterramento da fiação se torna um microcosmo de um debate maior sobre como as grandes concessionárias operam, onde estão suas prioridades e quem realmente paga pelo custo da ineficiência. No fim das contas, enquanto a Enel tenta navegar entre as críticas e promessas de melhorias, a população de São Paulo continua ansiosa por soluções reais que não envolvam apenas discursos, mas ações efetivas que garantam uma infraestrutura elétrica adequada e segura para todos.
Fontes: UOL Notícias, Folha de São Paulo
Detalhes
A Enel é uma multinacional italiana de energia, atuando em diversos segmentos, incluindo geração, distribuição e comercialização de eletricidade e gás. No Brasil, a Enel é responsável pela distribuição de energia em várias regiões, incluindo São Paulo, onde enfrenta críticas por sua infraestrutura e serviços. A empresa tem buscado modernizar suas operações e melhorar a qualidade do fornecimento de energia, mas enfrenta desafios significativos, como a insatisfação dos consumidores e questões regulatórias.
Resumo
A Enel, responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo, anunciou a intenção de enterrar as fiações aéreas da cidade, em resposta a críticas sobre a precariedade dos serviços e frequentes interrupções no fornecimento de energia. A proposta, que já havia sido discutida em 2015, ganha urgência devido à insatisfação crescente da população e à insegurança causada por fios expostos. Cidadãos expressam desconfiança quanto às promessas da empresa, temendo que custos de melhorias sejam repassados aos consumidores. Dados indicam que São Paulo enfrenta 10 vezes mais interrupções no fornecimento de energia do que a Itália, evidenciando a necessidade de um sistema mais eficiente. A pressão sobre a Enel se intensifica com a possibilidade de intervenção governamental e a revisão do contrato de concessão, que termina em 2028. Especialistas destacam a importância da modernização das redes elétricas para garantir segurança e eficiência, enquanto a população anseia por ações concretas que melhorem a infraestrutura elétrica da metrópole.
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