12/12/2025, 11:26
Autor: Laura Mendes

A cidade de São Paulo enfrenta uma crise de energia elétrica que deixou milhares de moradores sem luz por períodos que, em algumas regiões, chegaram a 96 horas. A concessionária Enel, responsável pela distribuição de energia na região, anunciou que a previsão para restabelecimento total seria apenas no próximo domingo, provocando indignação entre os cidadãos que enfrentam alguma das situações mais difíceis em suas vidas cotidianas.
Nos comentários de usuários nas redes sociais, o descontentamento é palpável. Muitos relatam situações semelhantes, onde sofreram com faltas prolongadas de energia elétrica. Um usuário lembrou que em 2023 enfrentou cinco dias sem energia após uma forte tempestade, perdendo toda a comida que havia comprado recentemente. Outro comentário destaca a rapidez do corte de energia quando há falta de pagamento, contrastando com a lentidão no retorno durante uma crise, apontando uma discrepância na maneira como a empresa conduz seus serviços. Este tipo de situação levanta questionamentos sobre a eficácia e a responsabilidade da Enel em momentos de crise.
A privatização dos serviços públicos, especialmente de energia, é um tema recorrente entre as queixas dos usuários. Muitos se referem à venda de empresas estatais como um passo em direção ao abandono da responsabilidade social, colocando o lucro acima do bem-estar do cidadão. Comentários apontam que a atual administração estadual, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, é alvo de críticas sobre como as privatizações têm afetado a qualidade do serviço. "Quem diria que votar em privatistas imundos poderia nos deixar à mercê de empresas que apenas buscam lucro?”, desabafa um usuário, refletindo um sentimento de frustração compartilhado por outros.
A situação é ainda mais alarmante para as pessoas que dependem de equipamentos médicos, como insulina refrigerada, o que trouxe um novo ímpeto à angústia geral. Enquanto alguns retomam compra de geradores, outros clamam por medidas efetivas que visem regularizar o setor e garantir que interrupções como essa não voltem a ocorrer. Em um tom mais crítico, um cidadão descreve uma "cultura de silêncio" que parece prevalecer, sugerindo que a falta de mobilização da população diante de tais traumas é um problema maior.
A comunidade parece hesitante, tendo dificuldade em mobilizar uma ação coletiva contra o que muitos chamam de "descaso da Enel". Ao contrário dos movimentos que outrora azulejavam a cidade, a população agora se limita a expressar suas frustrações online. "A gente sente a inércia da população", afirmou um dos comentaristas, ressaltando a diferença entre a indignação e a ação.
Ainda entre os relatos, surgem sugestões e dicas para lidar com a crise, como a ideia de usar gelos para conservar medicamentos e a necessidade de um planejamento de emergências em casas, com geradores e suprimentos extras. Esses relatos revelam a adaptação forçada de uma população que se vê, mais uma vez, em situações indesejadas causadas pela ineficiência dos serviços prestados, levantando a necessidade de um debate mais amplo sobre a gestão da privatização desses serviços essenciais.
A ANEEL, agência reguladora do setor elétrico, também foi alvo de críticas. Os cidadãos questionam a falta de fiscalização e a pesquisa de soluções, com alguns sugerindo que o contrato da Enel com a cidade deveria ser reavaliado antes que expire, em 2028. Ideias como dividir a concessão em várias partes para uma administração mais eficiente foram mencionadas como possíveis soluções para evitar que um único grupo tenha tanto poder em sua gestão.
A crescente insatisfação com a Enel e sua capacidade de resposta aos problemas é um indicativo de que as questões sobre a privatização dos serviços públicos em São Paulo precisam ser resolvidas urgentemente. Ao que parece, a população se sente refém de uma empresa que não faz o necessário para atender às suas necessidades, revelando uma mensagem clara de que as vozes devem ser ouvidas e a mudança está em expansão para garantir que os serviços públicos atendam a todos com justiça e integridade.
Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, ANEEL
Detalhes
A Enel é uma empresa multinacional de energia que atua na distribuição e comercialização de eletricidade e gás. Com sede em Roma, Itália, a Enel opera em diversos países e é uma das maiores concessionárias de energia do mundo. No Brasil, a empresa é responsável pela distribuição de energia em várias regiões, incluindo São Paulo, onde tem enfrentado críticas pela qualidade de seus serviços e pela gestão das crises de abastecimento.
A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) é a entidade reguladora do setor elétrico brasileiro, responsável por implementar políticas e normativas que garantam a prestação de serviços de energia elétrica de forma eficiente e segura. Criada em 1996, a ANEEL também é responsável pela fiscalização das concessionárias de energia, como a Enel, e pela mediação de conflitos entre consumidores e empresas do setor.
Resumo
A cidade de São Paulo enfrenta uma grave crise de energia elétrica, deixando milhares de moradores sem luz por até 96 horas. A Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia, anunciou que o restabelecimento total só ocorrerá no próximo domingo, gerando indignação entre os cidadãos. Nas redes sociais, muitos relatam experiências semelhantes, questionando a eficácia da empresa em momentos de crise e criticando a discrepância entre a rapidez dos cortes por falta de pagamento e a lentidão no retorno do serviço. A privatização dos serviços públicos é um tema recorrente nas queixas, com críticas à administração estadual de Tarcísio de Freitas sobre o impacto na qualidade do serviço. A situação é alarmante para aqueles que dependem de equipamentos médicos, e a população se mostra hesitante em mobilizar uma ação coletiva contra o descaso da Enel. Sugestões para lidar com a crise incluem o uso de gelos para conservar medicamentos e a necessidade de um planejamento de emergências. A ANEEL também é criticada pela falta de fiscalização, e a reavaliação do contrato da Enel é sugerida antes de sua expiração em 2028.
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