11/12/2025, 11:51
Autor: Laura Mendes

A crise de energia que afeta a cidade de São Paulo nos últimos dias intensificou a insatisfação da população em relação à performance da concessionária Enel. Desde a tarde de terça-feira, 24 de outubro de 2023, milhares de moradores relatam quedas de energia que chegaram a durar mais de 36 horas em diversas regiões, deixando bairros inteiros no escuro e comprometendo a rotina de muitos. A situação se agravou com a falta de informações precisas sobre a normalização do fornecimento de eletricidade, resultando em uma onda de revolta nas redes sociais e nas ruas.
A Enel, que tem sido alvo de críticas recorrentes nos últimos anos devido à sua gestão e investimentos insuficientes em infraestrutura, agora enfrenta pedidos de explicações e denúncias sobre suas falhas operacionais. Vários cidadãos destacam que a empresa prometeu restabelecer a energia em sua área a cada hora, mas essa promessa não se concretizou. Em diversos comentários, os usuários manifestaram seu descontentamento com as constantes oscilações de energia e a falta de comunicação por parte da empresa. Enquanto isso, a aglomeração de árvores caídas e outros danos causados por tempestades e ventos fortes foram apontados como fatores que contribuíram para a crise, alimentando um debate sobre os serviços prestados pela administração municipal.
Moradores de bairros como Mooca, Vila Clementino, Ipiranga, e Jardim Iris reportaram a falta de energia e o impacto direto na vida diária. "Estou no escuro desde ontem, e a geladeira não está gelando. As bombas de água do meu condomínio estão paradas, e se a energia não voltar logo, vamos ficar sem água", desabafou um morador do Jardim Iris. O desespero se intensifica quando as pessoas percebem que a falta de energia pode limitar ainda mais o que têm em casa, com alimentos perecíveis sendo perdidos e a água ficando escassa.
Em meio a essa crise, as redes sociais se tornaram um espaço para expressar frustração e, em alguns casos, para realizar protestos. Em São Mateus, por exemplo, um usuário mencionou que a energia "mudou de hora em hora" como uma forma de minimizar o impacto da crítica, enquanto outros advogaram por pessoas correrem para as ruas para expressar seu descontentamento com a concessionária. Os comentários também mencionam ações criativas de resistência, como organizar protestos visuais, onde pessoas se reuniriam com cartazes pedindo mudanças na gestão da Enel.
Além das preocupações com a energia, a falta de informações e compromisso por parte da Concessionária também levantou questões sobre a prefeitura. Um cidadão lembrou que "muitas árvores caídas estão em cima dos fios e que não está claro quem deve ser responsabilizado". O debate sobre o papel de cada um nessa situação, se da Enel ou das autoridades locais, revela uma característica comum nas crises de infraestrutura urbana – a busca por culpas e a urgência por soluções.
A situação foi classificada por alguns como uma "guerra de informações", com a Enel sendo criticada por não atualizar o status das reparações em tempo real e pelo aplicativo ser incapaz de funcionar adequadamente. Enquanto isso, a cidade continua a enfrentar um cenário em que partes de sua população estão sem energia e lutando para restaurar alguma normalidade na vida cotidiana, uma situação que não é inédita para os cidadãos.
Os próximos dias serão críticos para a população e para a Enel, que precisará se colocar à disposição para retomar a confiança do consumidor, um desafio que, por sua vez, demandará ações rápidas e eficazes em reestabelecer o serviço. O clima de indignação generalizada deve pressionar a empresa não apenas por informações claras, mas também por ações concretas que visem a alocação de recursos mais eficazes para evitar crises futuras.
À medida que os moradores nas áreas mais afetadas aguardam, ansiosos por um retorno ao fornecimento regular, tanto a concessionária quanto a administração municipal terão que lidar com as consequências de uma situação complexa e que, sem dúvida, trará consequências para as próximas eleições e outros processos de calado. O tratado de confiança entre o consumidor e a concessionária, que já vinha sendo testado antes da crise, agora alcançou um novo nível de tensão.
Fontes: Folha de São Paulo, Estadão, O Globo
Detalhes
A Enel é uma multinacional italiana de energia, que atua em diversos países, incluindo o Brasil. No Brasil, a empresa é responsável pela distribuição de energia em várias regiões, incluindo São Paulo. Nos últimos anos, a Enel tem enfrentado críticas por sua gestão e pela qualidade dos serviços prestados, especialmente em relação a interrupções no fornecimento de energia e falta de investimentos em infraestrutura.
Resumo
A crise de energia em São Paulo, que começou em 24 de outubro de 2023, gerou grande descontentamento entre os moradores, especialmente em áreas como Mooca, Vila Clementino, Ipiranga e Jardim Iris. Muitas pessoas relataram quedas de energia que duraram mais de 36 horas, afetando a rotina e causando perdas de alimentos perecíveis. A concessionária Enel, alvo de críticas por sua gestão e falta de investimentos em infraestrutura, foi pressionada a fornecer explicações sobre suas falhas operacionais. Os moradores expressaram sua frustração nas redes sociais e organizaram protestos, enquanto a falta de informações precisas sobre a normalização do serviço intensificou a insatisfação. Além disso, questões sobre a responsabilidade da prefeitura em relação a árvores caídas sobre os fios foram levantadas. A Enel enfrenta um desafio significativo para restaurar a confiança dos consumidores e evitar crises futuras, em um cenário que pode impactar as próximas eleições.
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