Diferenças nos números de emergência revelam diversidade cultural

Entenda por que países têm diferentes números de emergência e como essa diversidade reflete suas culturas e sistemas de telefonia.

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16/09/2025, 02:27

Autor: Laura Mendes

Uma imagem de um telefonista em uma central de emergência, cercado por diversos modelos de telefones de diferentes épocas, com a tela de um smartphone exibindo números de emergência dos países, enquanto um mapa-múndi destaca as diferenças entre os códigos de emergência ao redor do mundo, criando um contraste visual.

Os números de emergência variam significativamente entre países, refletindo não apenas as particularidades culturais, mas também a história das telecomunicações e a evolução dos sistemas telefônicos em cada nação. No Brasil, por exemplo, a população está acostumada a discar 190 para a Polícia Militar, 192 para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e 193 para o Corpo de Bombeiros. Já em países como os Estados Unidos, o número 911 é o mais conhecido para chamadas de emergência. Essa diversidade não é meramente uma questão de conveniência ou tradições, mas está profundamente enraizada nas escolhas tecnológicas e históricas feitas por cada país.

Uma das razões mais frequentemente citadas para a falta de um número de emergência universal é a maneira como os primeiros sistemas telefônicos foram organizados. Nos primórdios da telefonia, os países desenvolveram suas próprias infraestruturas e, consequentemente, decidiram quais números deveriam ser designados para emergências com base em fatores como facilidade de discagem e eficácia do sistema. Por exemplo, o Reino Unido adotou o número 999, que foi escolhido devido à sua especificidade e dificuldade de discagem acidental nos antigos telefones de disco, que exigiam uma rotação considerável para alcançar esse número.

Em contraste, a Austrália optou pelo 000, que representa o último número no disco, enquanto a maioria dos países europeus, seguindo diretrizes mais recentes, adotou o 112 como um padrão comum. O número 112 é conhecido como um número de emergência pan-europeu, suportado por uma diretriz da União Europeia e que é utilizado na maioria dos países do bloco. Essas escolhas refletem a lógica cultural e prática de cada nação ao estabelecer prioridades em relação à conexão de serviços de emergência e a necessidade de as pessoas lembrarem rapidamente o número de contato. Em muitos casos, há também a preocupação com a sobrecarga dos serviços de emergência que pode ser provocada por um número excessivamente popular ou fácil de discar.

É importante notar que, mesmo dentro de países, as operadoras de telefonia podem manejar redirecionamentos de chamadas para números de emergência. Em algumas localidades, discar um número de emergência de um país pode redirecionar a chamada para o número equivalente local, demonstrando um esforço tecnológico para criar um sistema mais interconectado. Contudo, essa prática pode variar, levando a preocupações quanto à eficácia real do sistema quando se viaja pelas diferentes legislações locais.

Além disso, a confusão gerada por diferentes números pode levar a situações críticas em que indivíduos, ao viajar para o exterior, entram em pânico e discam o número que estão habituados a utilizar em seu país de origem. Por exemplo, turistas americanos podem tentar contatar os serviços de emergência paulatinamente discando 911 em países como a Austrália ou o Reino Unido, apenas para perceber que estão em um sistema que continuará a chamá-los para um número diferente. Essa possibilidade levanta a preocupação sobre como a padronização poderia melhorar a segurança pública.

A diversidade dos números de emergência é um reflexo da complexa tapeçaria de tradições, tecnologias e práticas culturais que definem cada nação. As escolhas de sistemas de telefonia que cada país fez, sua relação com a tecnologia e como suas culturas responderam à necessidade de se comunicar em situações de emergência trazem à tona questões fundamentais sobre identidade, utilidade e segurança. Além disso, esse fenômeno também nos força a considerar se as decisões feitas por um país realmente se adequariam a outro, uma vez que os contextos sociais e as infraestruturas telefônicas variam amplamente.

Com a crescente globalização e o aumento das viagens internacionais, surge a questão se é viável ou desejável haver uma padronização nos números de emergência ou não. Alguns defendem que a padronização poderia reduzir as confusões e salvar vidas, enquanto outros argumentam que tal mudança seria dispendiosa e, possivelmente, ineficaz, uma vez que os indivíduos já estão condicionados a reconhecer e utilizar o sistema atual. Assim, mesmo com os progressos tecnológicos e a unificação gradual em outras áreas, a diversidade dos números de emergência persiste como um símbolo das diferentes abordagens que cada país adota em relação à segurança de sua população.

Fontes: BBC, History.com, The Guardian

Resumo

Os números de emergência variam amplamente entre países, refletindo suas particularidades culturais e a evolução das telecomunicações. No Brasil, os cidadãos discam 190 para a Polícia Militar, 192 para o SAMU e 193 para os Bombeiros, enquanto nos Estados Unidos o número mais conhecido é o 911. A falta de um número universal é atribuída à forma como os sistemas telefônicos foram organizados no passado. Por exemplo, o Reino Unido adotou o 999 pela dificuldade de discagem acidental, enquanto a Austrália optou pelo 000. A maioria dos países europeus segue o padrão 112, estabelecido pela União Europeia. Essa diversidade pode causar confusão, especialmente para turistas que tentam contatar serviços de emergência usando o número de seu país de origem. A questão da padronização dos números de emergência é debatida, com alguns argumentando que poderia salvar vidas, enquanto outros acreditam que seria dispendiosa e ineficaz. A diversidade dos números reflete tradições e práticas culturais distintas, levantando questões sobre a adequação das decisões de um país em relação a outro.

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