Data centers mundo afora enfrentam desafios climáticos críticos

A crescente necessidade por data centers em todo o mundo está gerando preocupação em relação ao impacto ambiental e à eficiência energética das instalações.

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18/12/2025, 11:35

Autor: Felipe Rocha

Uma vista panorâmica de um imenso data center cercado por climas extremos. As estruturas modernas refletem a luz solar intensa, enquanto nuvens de fumaça escapam dos resfriadores. No fundo, um céu dramático, alternando entre tempestades e sol forte, simbolizando os desafios climáticos enfrentados pela tecnologia.

A construção e operação de data centers se tornaram um aspecto central na infraestrutura tecnológica global, mas um novo relatório destaca que quase 7.000 dessas instalações estão localizadas em condições climáticas que podem ser consideradas desfavoráveis. Este cenário levanta questões sobre a sustentabilidade e a resiliência dos data centers em face das mudanças climáticas e da demanda crescente por serviços de nuvem. Um grande número de comentários gerados em discussões recentes evidencia a preocupação sobre como esses centros de dados são construídos e onde são localizados, especialmente considerando a pressão por eficiência energética e investimento sustentável.

Os data centers requerem grandes quantidades de energia para operar e resfriar seus equipamentos. Portanto, um dos comentários mais salientados é o de que muitos estão situados em locais onde o custo e a acessibilidade da energia são prioritários em relação a outras considerações ambientais. É o caso do Texas, onde se prevê a construção de novas instalações conectadas a gasodutos de gás natural, apontando para um dependência crescente de combustíveis fósseis, algo que gera críticas em relação ao uso responsável da energia e suas consequências locais.

A questão não se limita apenas à origem da energia, mas se estende aos métodos de resfriamento que impactam o ambiente. Uma observação importante é que muitos data centers continuam a operar em condições inadequadas, mencionando que a tecnologia utilizada em várias dessas instalações é desatualizada e não otimizada para as novas exigências do mercado. O acesso a soluções inovadoras e energias renováveis é apresentado como um fator crucial, mas muitas vezes negligenciado.

Outra perspectiva abordada é a proximidade dos data centers das áreas populosas. Um comentário esclarece que a latência e a velocidade de acesso à informação são motivos que justifica a construção em determinadas localidades, muitas vezes independentemente das condições climáticas, que deveriam ser consideradas. A necessidade de operação eficiente e o desenvolvimento sustentável são tendências que precisam ser integradas quando se fala em expansão da infraestrutura de dados.

Enquanto alguns data centers estão investindo em tecnologias na Finlândia – onde a temperatura do clima é um bônus para a refrigeração, utilizando calor residual para aquecer cidades no inverno – o uso de energia renovável ainda não é uma regra, mas uma exceção. São poucas as instalações que realmente buscam fornecer soluções sustentáveis em seu funcionamento diário. Além disso, outro aspecto a ser considerado é a gestão da água. Uma reflexão levantada no debate destaca que as empresas de data center têm um consumo elevado de água, um recurso cada vez mais escasso.

Alguns especialistas sugerem que a construção de data centers em desertos, onde o clima é previsível e o acesso à água reciclada é mais acessível, poderia ser uma solução para equilibrar a demanda energética e a necessidade dos recursos hídricos. No entanto, a proposta frequentemente esbarra na infraestrutura necessária para garantir que esses centros funcionem de maneira eficaz e sustentável.

Há um clamor para que restrições mais rígidas motivem empresas a considerar o impacto ambiental de suas operações e a implementar práticas mais responsáveis. Uma grande preocupação é que, com a tendência de crescimento desenfreado desses centros, sem regulamentação e planejamento adequado, a recuperação e o gerenciamento dos recursos naturais ficarão comprometidos.

Muitos ainda acreditam que um modelo de incentivos governamentais focado no curto prazo tem contribuído para um crescimento acelerado e irresponsável suficiente para que imperfectos data centers sejam construídos em locais ineficazes. Sinistro é o fato de que, ainda que os benefícios a longo prazo possam parecer claros, interesses financeiros muitas vezes ofuscam a necessidade de uma abordagem equilibrada em relação ao meio ambiente.

A necessidade de um debate sério sobre onde e como os data centers devem ser construídos é mais crucial do que nunca. A eficiência de resfriamento, a proximidade das fontes de energia limpa e as consequências ambientais de cada nova instalação precisam ser ponderadas. Os comentários expressam uma séria automática: se o modelo atual continuar, a tecnologia poderá, paradoxalmente, integrar-se à própria destruição do ambiente, algo que já é sentido em várias partes do mundo.

Seguindo essa linha de raciocínio, a construção de novos data centers não é apenas uma questão de atender à demanda por serviços tecnológicos. Trata-se de garantir que o acesso à informação e ao conhecimento não ocorra às custas das próprias condições do planeta em que vivemos. Nesse sentido, uma consciência coletiva será necessária para que tecnologias inovadoras possam realmente contribuir para um futuro sustentável à medida que o mundo avança em direção a um ecossistema digital cada vez mais integrado. Os próximos passos na expansão das data centers precisará ser um reflexo dos valores que queremos preservar como sociedade, ou corremos o risco de comprometer os recursos que evidente fundamentam a própria natureza da transformação digital atual.

Fontes: Folha de São Paulo, Wired, The Guardian

Resumo

A construção de data centers tornou-se essencial na infraestrutura tecnológica global, mas um novo relatório revela que quase 7.000 dessas instalações estão localizadas em condições climáticas desfavoráveis, levantando preocupações sobre sustentabilidade e resiliência diante das mudanças climáticas. Muitos data centers priorizam o custo e a acessibilidade da energia em detrimento de considerações ambientais, como observado no Texas, onde novas instalações estão conectadas a gasodutos de gás natural. Além disso, muitos centros operam com tecnologia desatualizada e não otimizam o uso de energias renováveis. A proximidade com áreas populosas é frequentemente priorizada, ignorando as condições climáticas. Embora alguns data centers na Finlândia utilizem calor residual para aquecer cidades, a adoção de práticas sustentáveis ainda é rara. A gestão da água também é uma preocupação, com especialistas sugerindo a construção em desertos como uma solução. Há um apelo por regulamentações mais rígidas para mitigar o impacto ambiental, já que o crescimento desenfreado desses centros pode comprometer os recursos naturais. Um debate sério sobre a construção e operação de data centers é urgente para garantir que a tecnologia não prejudique o meio ambiente.

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