Crise habitacional nos EUA exige soluções urgentes e regulamentação eficaz

A crise habitacional nos Estados Unidos se agrava diante da disparidade entre a oferta de moradias e a real necessidade da população, expondo falhas no sistema econômico e na regulamentação.

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18/09/2025, 11:17

Autor: Laura Mendes

Uma visão panorâmica de uma cidade moderna, com edifícios residenciais luxuosos em primeiro plano, intercalados com vários prédios vazios e sinais de "à venda", todos sob um céu nublado que sugere instabilidades econômicas. Pessoas de diversas origens se reúnem perto de um canteiro de obras em busca de moradia enquanto um gráfico imaginário aparece no horizonte, simbolizando a crescente crise habitacional.

A crise habitacional nos Estados Unidos está se intensificando, revelando falhas profundas no sistema econômico e nas regulamentações que regem o mercado imobiliário. Com cerca de 15 milhões de residências vagantes e aproximadamente 772 mil pessoas sem-teto no país, alguns especialistas se perguntam: por que simplesmente construir mais casas não resolveria o problema da habitação?

Uma análise mais profunda mostra que a questão é multifacetada. Para muitos construtores, a rentabilidade é um dos principais impedimentos. O elevado custo dos materiais de construção, que, segundo relatos, dobrou em alguns casos desde 2021, apresenta um desafio constante. Muitos empreiteiros não veem viabilidade em desenvolver novas construções, especialmente em setores de habitação acessível. Isso se reflete em projetar imóveis de luxo que tornam a aquisição de uma casa uma realidade distante para a maioria da população.

Os dados indicam que a atual composição do mercado é dominada por uma demanda que não corresponde à necessidade da população. Uma linha de raciocínio defende que, para que a construção de novos lares impacte efetivamente a crise, seria necessária uma abordagem mais estruturada, que inclua a mudança de regulamentações que bloqueiam o desenvolvimento de moradias acessíveis. No entanto, a resistência à mudança de zoneamento, frequentemente motivada pelo medo de desvalorização de propriedades em bairros onde predominam regiões residenciais de alta renda, exacerba essa crise.

Adicionalmente, a influência de grandes investidores no mercado também não pode ser ignorada. De acordo com alguns testemunhos, muitos imóveis recém-construídos são adquiridos por empresas que buscam lucrar em vez de atender à necessidade social. Esses investidores muitas vezes optam por manter as propriedades vazias ou alugá-las a preços exorbitantes, longe do alcance da maioria das famílias. O resultado é a acumulação de riqueza para poucos, enquanto a demanda por habitação acessível continua sem resposta.

Por outro lado, o conceito de que a habitação é um ativo financeiro tornou-se tão enraizado na cultura americana que a percepção de propriedade se desvinculou do uso habitacional. Com o foco em maximizar lucros e manter o valor das propriedades, há uma eventual aversão à construção de moradias que seriam vistas como menos lucrativas, como os lares de médio e baixo custo.

É evidente que o problema da habitação não reside na falta de espaços, mas, em vez disso, na maneira como o mercado está estruturado e gerido. A maioria das casas está atrelada a uma expectativa de valorização que se afasta dos princípios de acessibilidade e necessidade básica. Onde deveria existir uma solução prática e rápida, emergem barreiras econômicas que perpetuam o desafio habitacional, além da resistência da comunidade que busca preservar seu status quo.

O chamado por uma abordagem mais responsável e proporcional à situação habitacional atual é urgente. Seria necessária uma reformulação das práticas de construção, que priorizasse a inclusão de habitações acessíveis e se libertasse da mentalidade de "lucro acima de todos". Os desenvolvedores muitas vezes são vistos como interessados apenas em construir casas caras, enquanto os legisladores ainda se sentem compelidos a proteger a propriedade privada acima das necessidades habitacionais da população.

Enquanto isso, iniciativas propostas por grupos comunitários e economistas clamam por mudanças que vão além da simples construção. A formação deólicos contíguos que possam sustentar serviços públicos, acessibilidade e uma variedade de moradias pode ajudar a aliviar a pressão sobre o mercado de habitação. A educação pública em torno das questões de habitação e regulamentação é vital para formar uma base sólida para mudanças na política, voltada para as reais necessidades da população.

Portanto, a luta por habitação acessível é, de fato, uma luta por justiça social e igualdade econômica. O real impacto desse movimento só será sentido quando houver uma eficiência real em atender tanto à oferta quanto à demanda em um sistema que, há tempos, se afastou do que deveria ser o objetivo primordial da habitação: proporcionar lar para todos.

Fontes: The Guardian, New York Times, Washington Post

Resumo

A crise habitacional nos Estados Unidos está se agravando, evidenciando falhas no sistema econômico e nas regulamentações do mercado imobiliário. Com 15 milhões de residências vazias e 772 mil pessoas sem-teto, especialistas questionam por que a construção de mais casas não resolve o problema. A rentabilidade é um dos principais obstáculos, com o custo dos materiais de construção subindo drasticamente desde 2021, levando empreiteiros a focarem em imóveis de luxo em vez de habitação acessível. A demanda do mercado não corresponde às necessidades da população, e mudanças nas regulamentações são necessárias para permitir o desenvolvimento de moradias acessíveis. A resistência à mudança de zoneamento, motivada pelo medo de desvalorização de propriedades, agrava a crise. Além disso, grandes investidores compram imóveis para lucrar, mantendo-os vazios ou alugando a preços altos. O conceito de habitação como ativo financeiro se enraizou, dificultando a construção de lares acessíveis. A solução exige uma reformulação nas práticas de construção, priorizando a inclusão de habitações acessíveis e a educação pública sobre o tema.

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