24/12/2025, 22:33
Autor: Felipe Rocha

A Confederação Sul-Americana de Futebol, mais conhecida como Conmebol, voltou a ser alvo de críticas pelo suposto favorecimento a clubes argentinos em competições de alto nível, particularmente na Copa Libertadores. O assunto ganhou força recentemente após a implementação do VAR, que prometeu minimizar erros de arbitragem e aumentar a transparência nas decisões em campo. No entanto, muitos torcedores e analistas questionam se essa tecnologia realmente trouxe imparcialidade ao campeonato, com argumentos que se estendem de questões econômicas à infraestrutura de clubes.
Historicamente, a arbitragem na Libertadores foi marcada por controvérsias. Diversos episódios alegados de "roubo" favoráveis a clubes argentinos foram relembrados por torcedores, que citam o caso emblemático do Corinthians em 2012, quando foi muito prejudicado em um jogo decisivo. Múltiplas histórias de decisões questionáveis, como as finais das edições de 1996 e de 1977, também foram mencionadas, na tentativa de ilustrar uma suposta tendência de favorecimento.
Após a introdução do VAR, a crítica se intensificou com a observação de que, até agora, apenas dois clubes argentinos chegaram à final da Libertadores: o River Plate em 2019 e o Boca Juniors em 2023. Para muitos, isso sugere que o VAR não alterou a dinâmica do jogo de maneira tão significativa quanto esperado. De um lado, a ideia de que a tecnologia beneficiaria a justiça nas decisões foi amplamente divulgada, mas, de outro, os resultados demonstram uma realidade distinta.
Outra reflexão levantada por fãs e analistas refere-se à condição econômica dos clubes argentinos, que ao longo dos anos têm enfrentado desafios financeiros rígidos. A situação complicada da economia argentina poderia muito bem ter influenciado o desempenho dos clubes no cenário internacional. Assim, enquanto as discussões sobre "roubos" históricos e erros de arbitragem persistem, a questão econômica começa a desempenhar um papel crucial na análise da disparidade entre Brasil e Argentina no futebol.
Particularmente, torcedores e comentaristas notaram que, mesmo após o VAR, alguns clubes argentinos ainda parecem ser favorecidos em decisões críticas durante o campeonato. Recentemente, em confrontos diretos contra o Flamengo na Libertadores, críticos alegaram que as decisões dos árbitros eram tidas como questionáveis. Muitos argumentam que, apesar de apresentações de futebol tecnicamente inferiores, as equipes argentinas se aproveitam de situações favoráveis em termos de arbitragem.
Não faltam exemplos para respaldar essa opinião. Em 1964, o então presidente da Libertadores, Julio Grondona, foi acusado de manipular resultados e garantir vitórias de equipes argentinas. Essa prática, de acordo com muitos usuários das redes, não é um caso isolado e reflete um padrão que perdura no tempo, exemplificado pela ameaça de morte feita por jogadores do Velez a um árbitro durante uma partida da Libertadores de 1994. Fala-se, assim, de uma rede complexa de "influências" que podem ter moldado o caráter do futebol sul-americano por décadas.
Na contramão, argumenta-se que houve também uma falta significativa de organização e estrutura nos clubes brasileiros, que muitas vezes se mostraram caóticos em sua gestão. A falta de infraestrutura adequada e a presença de cartolas desonestos contribuíram para dificultar o desenvolvimento competitivo dos clubes brasileiros. A combinação de falhas em ambos os lados parece ter perpetuado uma desigualdade, levando a eventos que alimentam a crença de favoritismo em jogos decisivos.
Diante de tantos desdobramentos, muitos torcedores se preocupam com o futuro do futebol sul-americano. O VAR deveria, em teoria, reduzir a margem de erro humano nas decisões dos árbitros; no entanto, a desconfiança permanece. As narrativas em torno do favoritismo à Argentina levantam questões sobre como a Conmebol gerencia suas competições e se realmente há uma evolução no tratamento igualitário dos clubes. O que uma vez foi visto como uma questão de erros individuais agora se transforma em um debate muito mais amplo: a integridade do futebol na América do Sul.
A colisão das realidades econômica e social dos clubes, aliada à luta por justiça nas decisões, continua a ser um tema recorrente nas discussões entre fãs, analistas e jogadores. Enquanto a paixão pelo futebol permanece inabalável, a esperança é que, com o tempo, as tecnologias e novas gestões possam realmente promover um jogo mais justo e transparente, permitindo que todos tenham uma chance igual de brilhar nos gramados.
Fontes: Globo Esporte, ESPN Brasil
Resumo
A Conmebol enfrenta críticas por suposto favorecimento a clubes argentinos na Copa Libertadores, especialmente após a introdução do VAR, que prometia aumentar a transparência nas decisões. Torcedores relembram episódios históricos de controvérsias na arbitragem, como o caso do Corinthians em 2012 e decisões questionáveis em finais passadas. Apesar da expectativa de que o VAR traria justiça, apenas River Plate e Boca Juniors chegaram às finais desde sua implementação, levando a questionamentos sobre sua eficácia. A situação econômica dos clubes argentinos, que enfrentam desafios financeiros, também é um fator relevante nas discussões sobre a disparidade entre Brasil e Argentina. Críticos apontam que, mesmo com o VAR, decisões favoráveis a clubes argentinos persistem, gerando desconfiança entre os torcedores. Além disso, a falta de organização nos clubes brasileiros contribui para a desigualdade. A integridade do futebol sul-americano é colocada em questão, com a esperança de que a tecnologia e novas gestões possam promover um jogo mais justo e transparente no futuro.
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