08/10/2025, 18:23
Autor: Laura Mendes
A polêmica em torno do condomínio Morada da Praia, localizado na costa de Bertioga, São Paulo, tem atraído a atenção de moradores e visitantes pela discussão sobre sua legalidade e os possíveis impactos ambientais gerados. Criado entre as décadas de 70 e 80, o condomínio simboliza um exemplo de uma época em que a legislação ambiental era praticamente inexistente. A falta de regulamentação durante sua construção levantou críticas sobre a viabilidade de sua continuidade, especialmente frente aos avanços nas leis de preservação ambiental.
Com uma localização privilegiada entre Bertioga e São Sebastião, a Morada da Praia ocupa uma posição estratégica, mas também controversa. Apesar de ser o lar de muitas famílias que buscam tranquilidade à beira-mar, o acesso à praia se tornou um dos pontos mais discutidos. O caminho em frente ao condomínio apresentava uma passarela que levava os moradores diretamente à areia, mas a realidade é mais complexa. O acesso comum à praia é, na verdade, mais próximo de um camping adjacente, complicado por questões de infraestrutura e logística interna. Como relatado por visitantes, a experiência de se deslocar até a praia pode ser frustrante devido à distância exigida para correr o acesso e ao tamanho reduzido dos estacionamentos disponíveis.
A questão torna-se ainda mais pertinente quando se considera a crescente pressão sobre a faixa de vegetação nativa da Mata Atlântica. A expansão de condomínios, como o Morada da Praia, levanta preocupações sobre a legalidade da ocupação e a possível degradação ambiental. Moradores locais lembram que, ao longo dos anos, a urbanização na região teve que se adequar a um novo conjunto de leis que visam proteger o meio ambiente. Apesar disso, há percepções de que o condomínio continua a crescer e a ocupar áreas sensíveis, uma situação que contradiz as políticas modernas de preservação.
A insatisfação com a administração do condomínio também é um tema recorrente entre os frequentadores. Muitos expressam a opinião de que as comodidades são prejudicadas pela má administração do espaço, e uma das críticas frequentes é que a única portaria atende a um condomínio extenso, gerando congestionamento e tornando a experiência de lazer menos agradável. As dificuldades em recorrer a serviços básicos devido à distribuição inadequada da infraestrutura são lamentadas, especialmente em épocas de grande movimento, como o fim de ano.
Outros narram experiências pessoais que revelam um lado mais descontraído sobre as visitas e estadias no condomínio, mas que também refletem os desafios do local. Um relato de um visitante que ficou hospedado destaca as questões práticas em não conseguir acessar rapidamente a praia e as armadilhas do gerenciamento do condomínio. O fato é que, mesmo com algumas casas que oferecem boas condições, a estrutura e a acessibilidade requerem a atenção dos administradores e a vontade de melhorias.
Por outro lado, o Morada da Praia é visto por alguns como um espaço privilegiado, o que se contrapõe às críticas sobre seu impacto no meio ambiente. Os proprietários e seus representantes argumentam que um condomínio de grande porte também deve oferecer segurança e controle ao seu redor, trazendo uma sensação de comunidade. Ao mesmo tempo, a visibilidade dos problemas veio à tona em muitos comentários, onde as opiniões sobre a acessibilidade e as virtudes do espaço foram debatidas intensamente.
Em suma, a situação em torno da Morada da Praia destaca um conflito entre a preservação ambiental e o desenvolvimento urbano, refletindo questões mais amplas sobre como o litoral paulista lida com a realocação de propriedades e as responsabilidades associadas à vida em condomínios. Espera-se, por parte dos órgãos reguladores, respostas a essas perguntas fundamentais na forma de políticas mais eficazes e um melhor entendimento de como o crescimento urbano pode acontecer de maneira sustentável. Assim, a discussão sobre a sobrevivência do condomínio — que para muitos é um refúgio de tranquilidade — permanece aberta, com o futuro do espaço em jogo e a necessidade de harmonizar o desenvolvimento com a conservação ambiental.
Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Ministério do Meio Ambiente, Site do Instituto de Pesquisa Ambiental
Detalhes
O condomínio Morada da Praia, localizado na costa de Bertioga, São Paulo, foi construído entre as décadas de 70 e 80, em um período em que a legislação ambiental era limitada. O local é conhecido por sua localização privilegiada, mas enfrenta críticas sobre sua legalidade e os impactos ambientais associados à urbanização na região da Mata Atlântica. A administração do condomínio também é alvo de descontentamento entre os moradores e visitantes, devido à infraestrutura e acessibilidade.
Resumo
A polêmica em torno do condomínio Morada da Praia, em Bertioga, São Paulo, destaca questões sobre sua legalidade e os impactos ambientais. Construído entre as décadas de 70 e 80, o condomínio enfrenta críticas devido à falta de regulamentação na época e à crescente pressão sobre a vegetação nativa da Mata Atlântica. Apesar de ser um refúgio para muitas famílias, o acesso à praia é complicado, gerando frustração entre os visitantes. Além disso, a má administração do espaço tem gerado insatisfação, com congestionamentos e dificuldades em serviços básicos. Enquanto alguns veem o condomínio como um espaço seguro e comunitário, outros alertam para os problemas de acessibilidade e degradação ambiental. A situação reflete um conflito entre preservação e desenvolvimento urbano, com a necessidade de políticas eficazes para garantir um crescimento sustentável.
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