CNH sem autoescola pode gerar 300 mil desempregos no Brasil

Nova proposta de regulamentação da CNH sem obrigatoriedade de autoescola promete reduzir custos, mas gera preocupação com perda de empregos no setor.

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02/10/2025, 18:23

Autor: Laura Mendes

Uma rua movimentada com vários carros, um deles parado em um semáforo enquanto um instrutor de direção ensina um aluno a estacionar. Em segundo plano, pessoas observam a cena curiosas. O céu está limpo, e o ambiente apresenta uma atmosfera tensa, refletindo o debate sobre a mudança nas regras de obtenção da CNH.

A proposta em discussão no Brasil para permitir a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem a necessidade de frequentar uma autoescola, caso aprovada, poderá impactar diretamente o mercado de trabalho, colocando em risco cerca de 300 mil empregos associados a esse segmento. A polêmica em torno da mudança gerou uma série de reações, levantando questões sobre a qualidade da formação de motoristas e os efeitos desta nova realidade na segurança no trânsito.

Atualmente, o custo médio para tirar a CNH varia entre R$ 3.000 e R$ 4.000. Com a nova proposta, esse valor pode ser reduzido para R$ 750 a R$ 1.000, o que levanta uma série de preocupações. Enquanto alguns comemoram a possibilidade de acesso facilitado à habilitação e a redução de custos, outros alertam para os efeitos colaterais dessa mudança, que pode agravar uma situação já delicada no trânsito brasileiro.

Críticos da normatização afirmam que eliminar a obrigatoriedade das aulas práticas em autoescolas poderá resultar em um aumento no número de acidente e na ineficácia do aprendizado de motoristas iniciantes. Muitas das vozes contrárias à proposta ressaltam que o sistema atual é falho, mencionando o alto índice de reprovação nos exames e a corrupção que permeia as avaliações, uma máfia que muitos falam abertamente. Segundo alguns relatos, a troca de dinheiro por aprovações era prática comum, evidenciando uma fragilidade no sistema.

A mudança, além de ameaçar os postos de trabalho dos instrutores e donos de autoescolas, também levanta a questão sobre a responsabilidade e a preparação dos motoristas que, sem as aulas obrigatórias, podem não receber a formação adequada para enfrentar os desafios do trânsito. Dados de especialistas em trânsito sugerem que a qualidade do treinamento tem um impacto direto sobre a segurança nas estradas, além de aprofundar a discussão sobre a necessidade de uma formação robusta que prepare adequadamente os novos condutores.

Entretanto, defensores da nova proposta ressaltam que a flexibilização é uma medida necessária para modernizar o setor e torná-lo menos burocrático. A proposta visa seguir modelos de países desenvolvidos, onde as autoescolas não são obrigatórias e onde muitos aprendem a dirigir com familiares antes de se submeter às avaliações práticas. Assim, ao possibilitar que motoristas instruam-se de forma mais informal, pode-se também incentivar uma mudança na cultura de aprendizado do trânsito, buscando promover uma conscientização mais ampla.

Além disso, com a possibilidade de instrutores autônomos e a existência de cursos teóricos online e gratuitos, um novo cenário poderá surgir, permitindo que o conhecimento sobre trânsito e direção defensiva possa ser difundido de maneira mais abrangente e acessível. Alguns especialistas afirmam que a mudança pode democratizar o acesso à habilitação, porém é essencial garantir que o processo de avaliação prática realmente teste as habilidades dos candidatos de forma eficaz.

Esse debate ressoa em um contexto muito mais amplo, onde se discute o papel das autoescolas na formação e na segurança do trânsito, colocando em perspectiva as reais necessidades dos futuros motoristas e a habilidade dos instrutores. Interlocutores desse debate se dividem, mas a maior parte parece concordar sobre a necessidade de uma reforma positiva no sistema, que elimine as práticas corruptas, sem abrir mão da qualidade do aprendizado.

Observadores atentos da situação apontam para uma necessidade urgente de reformulação e modernização do sistema de habilitação brasileiro. A imagem do Brasil no cenário mundial enfrenta desafios significativos, e é vital que qualquer mudança avance com responsabilidade e compromisso efetivo com a segurança dos cidadãos e a ética nos processos envolvidos.

O futuro próximo permitirá que o país compreenda melhor as consequências de ser menos dependente das autoescolas. Porém, é fundamental que a implementação de tais mudanças venha acompanhada de um sistema que, de fato, avalie a capacidade de condução dos motoristas, evitando prejuízos para a segurança e o bem-estar das pessoas nas estradas. Enquanto isso, espera-se que o governo e as autoridades de trânsito sejam ágeis na resposta ao sentimento popular, buscando um equilíbrio que realmente beneficie a todos, sem excluir os que já foram impactados pela crise econômica.

Fontes: Folha de São Paulo, Estadão, Agência Brasil

Resumo

A proposta em discussão no Brasil para permitir a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem a necessidade de frequentar uma autoescola pode impactar cerca de 300 mil empregos no setor. Embora a mudança possa reduzir o custo para tirar a CNH de R$ 3.000-4.000 para R$ 750-1.000, críticos alertam que isso pode comprometer a qualidade da formação dos motoristas e aumentar o número de acidentes. Há preocupações sobre a eficácia do aprendizado sem aulas práticas obrigatórias, além de questões sobre corrupção no sistema atual de habilitação. Defensores da proposta argumentam que a flexibilização é necessária para modernizar o setor, seguindo modelos de países desenvolvidos, onde as autoescolas não são obrigatórias. A mudança poderia democratizar o acesso à habilitação, mas especialistas ressaltam a importância de um sistema de avaliação prático que teste efetivamente as habilidades dos candidatos. O debate destaca a necessidade de reformulação do sistema de habilitação brasileiro, buscando um equilíbrio entre modernização e segurança no trânsito.

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