16/10/2025, 12:13
Autor: Laura Mendes

Recentemente, uma proposta de lei foi apresentada, permitindo que o processo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deixe de exigir a contratação de autoescolas. Essa mudança regulatória, que está causando alvoroço no setor e entre os futuros motoristas, foi percebida logo após a divulgação das informações, levando muitos candidatos a interromperem suas tentativas de obter o documento.
Os críticos frequentemente apontam a exaustiva burocracia que envolve o serviço das autoescolas no Brasil, muitas vezes descrito como uma verdadeira "máfia". Comentários expressam descontentamento com o que percebem como uma exploração significativa: o custo financeiro e emocional das aulas, que muitas vezes não oferecem aprendizado efetivo, é um dos temas mais citados. O professor instrutor, que deveria ser um guia nesse caminho, é frequentemente descrito como indiferente e desinteressado, multiplicando as frustrações dos alunos que querem realmente aprender a dirigir.
Um dos participantes comentou que a frustração começou antes de sequer entrar no carro. "As aulas teóricas eram enfadonhas, apenas leitura de textos que a gente podia acessar em casa," desabafou um futuro motorista. Outro estudante fez coro: "As aulas práticas não ensinavam a realmente dirigir, só a passar na prova." Enquanto muitos lembravam com amargura dos altos custos que tiveram que enfrentar, outros estavam animados com a perspectiva de poder aprender a dirigir sem o ônus financeiro e emocional das autoescolas.
Com a mudança na legislação, muitos alunos se viram motivados a explorar novos métodos de aprendizado. A ideia de treinamento informal com amigos e familiares se torna cada vez mais atraente, especialmente quando se considera que a maioria dos comentaristas defendem que a verdadeira aprendizagem da direção se dá na prática real, longe das exigências e pressões das autoescolas. "Dirigir é uma questão de prática, não de teoria", comentou um dos alunos, que também enfatizou a necessidade de um aprendizado mais natural, longe do estresse que encontrou nas autoescolas.
Além disso, muitos alunos acreditam que a mudança no processo pode acabar por melhorar a segurança no trânsito. Até hoje, motoristas saíam das autoescolas sem a devida experiência prática e, consequentemente, viam-se despreparados para as dificuldades do dia a dia no trânsito. Os relatos de que muitos motoristas se sentem incompetentes para dirigir após sair da autoescola são comuns. A nova proposta pode proporcionar uma abordagem mais adaptada ao aprendizado de direção, onde cada um poderá se preparar da maneira que achar mais adequada.
Por outro lado, as autoescolas agora encaram um desafio sem precedentes. Com a perspectiva de perder uma parte significativa do seu público, as escolas responsáveis pela formação de motoristas temem a disparada no índice de candidatos a motoristas que não receberão a formação adequada. "É uma questão de tempo até que esses motoristas sem formação comprometam a segurança nas ruas", disse uma instrutora que percebeu nas últimas semanas uma queda dramática no número de novos alunos.
A proposta de acabar com a obrigatoriedade das autoescolas também toca em um ponto delicado: a corrupção no sistema. Muitas vozes ecoaram sobre a corrupção que, segundo eles, permeia os centros de formação de condutores e o Detran. Relatos de preços exorbitantes que aumentam a cada nova exigência do governo causam indignação. "É uma ladroagem sem fim," afirmou um comentarista, lembrando que o Brasil tem um dos piores trânsitos do mundo, mesmo com toda a restrição estabelecida pelas autoescolas e pela legislação.
Além de receios de um aumento nas ocorrências de trânsito por motoristas despreparados, outros comentadores transparecem a sua satisfação com a eliminação da "mamata" financeira que caracterizava a formação de novos motoristas. A liberdade de aprender a dirigir sem as obrigações formais levantou um debate interessante: o equilíbrio entre a segurança nas estradas e a necessidade de inclusão no acesso à CNH.
Se a princípio a proposta de lei pareceu atrativa para os usuários, a análise das consequências a longo prazo sobre o trânsito brasileiro ainda é incerta. Enquanto muitos celebram as novas possibilidades que surgem, especialistas alertam para a importância de um processo educacional que não sacrifique a segurança em nome da desburocratização. A comunidade continua atenta ao que as próximas semanas poderão revelar sobre a implementação desta nova legislação e suas repercussões no comportamento dos motoristas brasileiros e na a segurança no trânsito.
Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Diário do Transporte.
Resumo
Uma nova proposta de lei no Brasil visa permitir que a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não exija mais a contratação de autoescolas, gerando reações diversas entre futuros motoristas e o setor. Muitos candidatos interromperam suas tentativas de obter a CNH após a divulgação da proposta, enquanto críticos apontam a burocracia e os altos custos das autoescolas como problemáticos. Alunos relatam frustrações com as aulas teóricas e práticas, que não proporcionam aprendizado efetivo. A mudança legislativa poderia incentivar métodos de aprendizado mais informais, como treinar com amigos e familiares, além de potencialmente melhorar a segurança no trânsito, já que muitos motoristas se sentem despreparados após a formação nas autoescolas. No entanto, as autoescolas temem a perda de alunos e a consequente formação inadequada de motoristas. A proposta também levanta questões sobre corrupção no sistema de formação de condutores. Embora a ideia pareça atrativa, especialistas alertam para a necessidade de um equilíbrio entre desburocratização e segurança nas estradas.
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