19/12/2025, 12:36
Autor: Ricardo Vasconcelos

No dia 25 de outubro de 2023, o ex-governador do Banco do Canadá, Mark Carney, comentou sobre a dependência crescente dos Estados Unidos em relação aos minerais críticos canadenses, ressaltando que o acesso a esses recursos não é algo garantido. Essa declaração surge em um clima de crescente tensão nas relações entre os dois países, especialmente sob a administração do ex-presidente Donald Trump, que foi acusado de adotar uma postura isolacionista e agressiva nas relações exteriores.
Carney enfatizou que as políticas implementadas nos últimos anos provocaram uma reavaliação econômica e geopolítica, complicando a dinâmica entre essas nações tradicionalmente aliadas. "Os EUA superestimaram sua alavancagem e subestimaram a resiliência de seu vizinho", disse Carney, alertando que o Canadá está diversificando suas relações internacionais e estabelecendo novos laços, especialmente com países como Índia e Austrália, na tentativa de criar uma cadeia de suprimentos mais resiliente para os minerais críticos.
Os comentários de Carney vieram em resposta a um crescente sentimento entre os canadenses de que sua soberania e dignidade estão em risco diante das exigências dos Estados Unidos. Vários comentaristas expressaram seu descontentamento, argumentando que o processo de tomar os minerais do Canadá não deveria ser visto como um direito dos EUA. "Você não 'pega' minerais críticos aliados. O Canadá os controla, não a Casa Branca", afirmou um canadense, ressaltando que qualquer tentativa de forçar o acesso aos recursos essenciais seria vista como uma violação de tratados e poderia até gerar conflitos armados.
As relações entre os dois países estão se tornando cada vez mais complexas, especialmente em um contexto em que as políticas isolacionistas dos EUA podem alienar aliados próximos. Ao longo dos anos, a narrativa de "America First" se desenrolou como uma filosofia que incluiu a imposição de tarifas e a desconsideração das alianças tradicionais, levando à incerteza em torno de parcerias comerciais que antes eram vistas como estáveis. Uma comentarista destacou que "o verdadeiro custo das políticas America First" implica em alienar os aliados mais próximos e, em última análise, não construir um futuro viável.
A discussão em torno do acesso a recursos minerais críticos é intensa. A China, por exemplo, tem se destacado na inovação tecnológica com o desenvolvimento de baterias à base de sódio, que proporcionam uma alternativa viável e mais barata em comparação com as habituais baterias de íon de lítio. Ao enfatizar a necessidade de uma política que respeite as relações diplomáticas, Carney e outros críticos têm defendido que a abordagem dos EUA não é apenas ineficaz, mas também prejudicial para a política internacional e para a segurança econômica global.
O Canadá, preocupado com as consequências dessas tensões, está dando passos proativos para garantir sua soberania em relação a seus recursos naturais. Com acordos cada vez mais firmados fora da influência americana, há uma crescente percepção de que o país deve encontrar um equilíbrio entre o comércio e a proteção de seus interesses essenciais. "Os canadenses querem que Carney consiga um bom acordo para o Canadá, mas não à custa de nossa soberania ou dignidade", disse um comentarista, refletindo um sentimento generalizado.
Em suma, a mensagem central proveniente dos pronunciamentos de Carney e dos comentários de cidadãos canadenses é clara: uma relação saudável deve ser baseada em respeito mútuo e cooperação, e não em coerção ou demandas unilaterais. À medida que as relações entre os EUA e o Canadá continuam a ser testadas, fica evidente que ambos os países devem reavaliar suas posturas e trabalhar em conjunto para evitar uma escalada de conflitos desnecessários que poderiam prejudicar ambos os lados em um futuro próximo. O desafio será encontrar uma nova maneira de cultivar a parceria dentro de um cenário em mudança que exige uma maior colaboração para enfrentar questões globais emergentes, especialmente em um mundo cada vez mais competitivo e interdependente.
Fontes: The Globe and Mail, CBC News, Foreign Affairs
Detalhes
Mark Carney é um economista e ex-banqueiro central canadense, conhecido por seu papel como governador do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra. Ele é amplamente respeitado por suas contribuições à política monetária e à regulação financeira, além de ser um defensor da ação climática e da sustentabilidade econômica. Carney tem se envolvido em debates sobre a interseção entre economia e questões ambientais, promovendo a necessidade de uma transição para uma economia de baixo carbono.
Resumo
No dia 25 de outubro de 2023, Mark Carney, ex-governador do Banco do Canadá, destacou a crescente dependência dos Estados Unidos em relação aos minerais críticos canadenses, alertando que o acesso a esses recursos não é garantido. Sua declaração surge em um contexto de tensões nas relações entre os dois países, exacerbadas pela administração do ex-presidente Donald Trump, conhecida por sua postura isolacionista. Carney argumentou que os EUA subestimaram a resiliência do Canadá, que está diversificando suas relações internacionais, especialmente com a Índia e a Austrália, para criar uma cadeia de suprimentos mais robusta. A insatisfação entre os canadenses em relação às exigências dos EUA está crescendo, e muitos acreditam que a soberania do Canadá está em risco. A narrativa "America First" dos EUA tem alienado aliados e gerado incertezas nas parcerias comerciais. Carney e críticos defendem que a abordagem dos EUA é prejudicial para a política internacional e a segurança econômica. O Canadá está buscando garantir sua soberania em relação a seus recursos naturais e encontrar um equilíbrio entre comércio e proteção de interesses essenciais.
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