Canadá encerra programa de travessia de fronteira remota e muda regras

O Canadá encerra o programa de travessia de fronteira remota, substituindo-o por relatos telefônicos obrigatórios, afetando principalmente turistas americanos.

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26/12/2025, 14:30

Autor: Ricardo Vasconcelos

Uma paisagem serena de uma ilha em um lago que faz fronteira entre os EUA e o Canadá, com uma pequena cabana visível à distância. No primeiro plano, um grupo de turistas confusos se reúnem em um ponto de travessia, olhando para um telefone público, simbolizando as novas exigências e a mudança nas políticas de fronteira.

O Canadá anunciou recentemente a decisão de encerrar seu programa de travessia de fronteira remota, um sistema utilizado principalmente por cidadãos americanos que acessam áreas isoladas do país. A mudança visa uma maior responsabilidade e um controle mais rigoroso sobre as travessias de fronteira em regiões menos vigiadas. A nova política implica a implementação de relatos telefônicos obrigatórios em locais designados no norte de Ontário, com a expectativa de conclusão total do processo até setembro de 2026. As autoridades canadianas, através da Agência de Serviços de Fronteira do Canadá (ASFC), afirmaram que a mudança tem como objetivo garantir registros precisos das travessias, especialmente em pontos de fronteira não tripulados.

Este programa, que facilitava o trânsito entre os dois países, ao permitir que indivíduos, principalmente americanos, passassem pelas fronteiras em áreas menos populosas sem supervisão direta, agora está sendo reestruturado. Para muitos, especialmente aqueles que possuem propriedades em áreas remotas, como ilhas ou cabanas localizadas em lagos fronteiriços, essa medida pode resultar em significativas complicações logísticas. De acordo com comentários de cidadãos afetados, alguns não têm certeza se poderão acessar suas propriedades ao longo do lago que separa Minnesota e o Canadá devido às novas exigências.

À partir de agora, todos que desejam cruzar essas travessias remotas terão de se registrar por telefone, ligando para uma linha 24 horas antes de viajar. Apesar de ser um meio de assegurar um fluxo de informações sobre quem está entrando ou saindo do território canadense, existem diversas opiniões a respeito da eficácia e da praticidade dessa mudança. Críticos argumentam que o sistema atual, que foi caracterizado como "estranho" e "metade funcional", já criou uma série de confusões e insatisfações entre os usuários. Além disso, muitos estão céticos quanto à capacidade da nova abordagem atender às necessidades dos viajantes que frequentemente se deslocam entre esses espaços.

Um ponto que merece destaque é que a ASFC optou por fazer essa mudança devido à percepção de que um controle mais rigoroso é necessário, especialmente considerando a frequência com que cidadãos americanos utilizam essas travessias para acessar o Canadá e vice-versa. Essa medida provoca debates sobre a percepção da segurança na fronteira e até que ponto os governos devem intervir na movimentação de cidadãos, especialmente em regiões que há muito funcionavam com relativa liberdade.

O processo de transição significa que, futuramente, não apenas o motorista do veículo deve passar informações, mas também deve fornecer uma série de dados sobre a viagem, como a duração da estadia e o motivo da visita. Isso faz parte de um esforço maior de alinhamento das práticas de controle de fronteira que se espera serem mais eficazes em colaboração com o sistema da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP), embora o processo de registro do CBP seja mais automatizado e abrangente em relação às suas aplicações.

Críticas também surgem quanto à expectativa de adequação dessa nova abordagem aos viajantes. Para aqueles que têm uma relação íntima com as áreas remotas, a sensação de invasão à privacidade torna-se uma preocupação. Historicamente, famílias que possuem propriedades de verão em áreas isoladas desenvolveram uma profunda conexão com esses lugares, e a nova regulamentação pode ser vista como uma barreira que não só atrasará o acesso, mas também transformará a experiência do viajante em um momento mais rotineiro e regulamentado.

Além disso, a questão enfrentada pelo Canadá ecoa a preocupação global em relação ao controle de fronteira e à imigração. Com o aumento das tensões políticas e sociais em muitas regiões, as autoridades se veem frequentemente em uma posição desafiadora entre garantir segurança e facilitar a libre circulação. Esta decisão, embora vista por alguns como uma necessária medida de controle, levanta questões sobre a efetividade das políticas fronteiriças e o impacto que têm sobre a experiência dos cidadãos comuns.

Com as regras de travessia de fronteira em constante evolução, muitos se perguntam quais seriam os próximos passos das autoridades canadenses em relação à mobilidade e ao turismo nas áreas rurais. Para os residentes locais e para os que dependeram do programa de travessia de fronteira remota, o futuro ainda permanece uma incerteza, com mais perguntas do que respostas sobre como poderão continuar a acessar suas propriedades e desfrutar do que essas belíssimas paisagens naturais têm a oferecer.

Fontes: CBC News, The Globe and Mail, Agência de Serviços de Fronteira do Canadá

Resumo

O Canadá anunciou o encerramento de seu programa de travessia de fronteira remota, que permitia a cidadãos americanos acessar áreas isoladas do país. A mudança visa aumentar o controle sobre as travessias em regiões menos vigiadas e incluirá relatos telefônicos obrigatórios em locais designados no norte de Ontário, com conclusão prevista até setembro de 2026. A nova política pode complicar o acesso de pessoas que possuem propriedades em áreas remotas, como ilhas e cabanas em lagos fronteiriços. Cidadãos afetados expressaram incertezas sobre o acesso às suas propriedades, dado que agora será necessário registrar-se por telefone antes de cruzar a fronteira. Críticos apontam que o sistema atual já apresenta confusões, e a nova abordagem levanta preocupações sobre a privacidade e a experiência dos viajantes. A decisão reflete um movimento em direção a um controle mais rigoroso na fronteira, em meio a um debate mais amplo sobre segurança e mobilidade. Muitos questionam como essas mudanças afetarão o turismo e a vida dos residentes locais nas áreas rurais.

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