Atrasos e erros marcam enfrentamento da pandemia no Brasil

O manejo da pandemia no Brasil, cercado de questionamentos sobre decisões governamentais, deixou um legado de lições ainda não aprendidas, resultando em mais de 600 mil mortes.

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19/12/2025, 17:09

Autor: Laura Mendes

Uma aglomeração de pessoas sem máscara durante o Carnaval, em um clima festivo. No fundo, uma faixa diz "Cuidado! Pandemia". O contraste entre a festa e os avisos sanitários deve ser evidente, refletindo o descaso com as orientações de saúde. Adicione elementos como pessoas discutindo e outras usando máscaras em um canto, simbolizando a divisão de opiniões durante a pandemia.

A gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil continua a ser um tema de forte discussão, especialmente após o Carnaval de 2020, que foi marcado por aglomerações e relaxamento das medidas de prevenção. Em um contexto onde mais de 600 mil vidas foram perdidas, a análise das ações tomadas pelos governos e a resposta da população se tornaram essenciais para entender o que foi feito de certo e de errado durante este período crítico na saúde pública do país. Com várias vozes se manifestando acerca do ocorrido, a repercussão demonstra a enormidade da crise que o Brasil enfrentou e as desavenças sobre como lidar com a Covid-19.

Muitos apontam o Carnaval como um ponto de inflexão que poderia ter sido evitado. Há quem argumente que o fechamento do país naquele momento, similar ao que foi feito em nações como Japão e Vietnã, poderia ter mitigado o impacto da doença. No entanto, as decisões nesse período foram marcadas pela política e pela resistência da população em seguir rigorosamente as orientações de saúde. A crítica à condução do ex-presidente Jair Bolsonaro ressalta que, embora diversos fatores externos tenham influenciado a situação, a comunicação e as estratégias escolhidas pelo governo tiveram um papel determinante no aumento do número de mortes.

Pesquisas posteriores indicam que o tratamento precoce, muito discutido na época, não trouxe os resultados esperados e mesmo assim continuou a ser defendido por uma parcela da população. A aprovação inicial e a demanda por vacinas posteriormente mostraram que, mesmo com desacertos, há uma busca legítima por formas de conter a proliferação do vírus. Entretanto, a controvérsia sobre a eficácia do lockdown e a desinformação proporcionada por vozes influentes na mídia demonstraram que houve um grande vazio de comunicação nesse período que agravou ainda mais a crise.

Vários comentários online refletem a desilusão com a abordagem adotada, apontando para a "histeria coletiva" que tomou conta do país, alimentada não apenas pelo temor do vírus, mas por politicagens que prevaleceram sobre as orientações de saúde. Mesmo com a vacinação já disponível e a população sendo vacinada, questões como o controle das variáveis sociais e econômicas perduraram, criando um ciclo vicioso de culpa, críticas e incerteza. Muitos acreditam que a pontuação a favor do governo em algumas áreas de aquisição de vacinas é ofuscada pelos erros que foram cometidos, levando a um ceticismo profundo sobre a capacidade de governar em tempos de crise.

A seção de saúde pública e políticas de emergência precisa de uma reavaliação crítica e em tempo real. As lições aprendidas com a pandemia atual são fundamentais para a construção de um sistema de saúde resiliente capaz de enfrentar futuras crises. Discutir como a sociedade reagiu, como a mídia e as próprias autoridades manobraram as informações ao seu favor, e qual a responsabilidade que cada um tem na propagação de rumores e na luta pela conscientização é necessário para evitar erros semelhantes no futuro. A responsabilização por atos, tanto de cidadãos quanto do governo, não deve cair na vala da apatia, mas sim nos trilhos de uma reflexão construtiva que possa informar a forma como o país lida com emergências de saúde.

Nos próximos anos, à medida que o Brasil avança e se recupera, deverá haver um foco renovado na educação em saúde pública, na transparência das comunicações e na capacidade de se unir em face da adversidade. Cada decisão, desde a proibição de festas até a introdução de vacinas e discussões sobre o tratamento precoce, deixa um legado que precisa ser entendido e utilizado para construir uma sociedade mais informada e segura. A pandemia de Covid-19 não é apenas uma crise de saúde; é uma oportunidade de reavaliar nossos valores, práticas e, responsabilidade como cidadãos e governantes.

Fontes: Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Agência Brasil

Resumo

A gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil continua a ser amplamente debatida, especialmente após o Carnaval de 2020, que favoreceu aglomerações e relaxamento das medidas de prevenção. Com mais de 600 mil mortes, a análise das ações governamentais e a resposta da população são cruciais para entender os erros e acertos desse período. O Carnaval é visto como um ponto de inflexão que poderia ter sido evitado, com críticos sugerindo que um fechamento mais rigoroso poderia ter mitigado os impactos da doença. A condução do ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de críticas, destacando que a comunicação e as estratégias do governo influenciaram o aumento das mortes. Pesquisas indicam que o tratamento precoce não teve os resultados esperados, mas a busca por vacinas demonstrou um desejo de conter a proliferação do vírus. A desinformação e a politicagem agravaram a crise, levando a um ceticismo profundo sobre a capacidade de governar em tempos de crise. A reavaliação das políticas de saúde pública é essencial para enfrentar futuras emergências.

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