Abin alertou Bolsonaro sobre risco iminente da Covid-19

Documentos revelam que a Abin comunicou em dezembro de 2019 ao então presidente Jair Bolsonaro sobre o risco de disseminação da Covid-19 no Brasil, mas sem reação efetiva.

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17/12/2025, 11:52

Autor: Laura Mendes

Uma imagem impactante que mostra um grupo de pessoas em um ambiente hospitalar, com profissionais de saúde sobrecarregados, rodeados por materiais de proteção e sinalizações de emergência. Em segundo plano, retratos de vítimas da Covid-19 em grandes telas, simbolizando a luta contra a pandemia. Os rostos expressam a tensão e a urgência da situação no Brasil durante os piores momentos da crise sanitária.

Em uma revelação que reabre feridas sobre a gestão da pandemia no Brasil, documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontam que a instituição havia alertado Jair Bolsonaro sobre os riscos iminentes da Covid-19 desde dezembro de 2019. Essa informação, agora confirmada, puts um novo foco nas decisões tomadas pelo governo federal nos dias e meses seguintes ao surto que eclodiu na China. O alerta, que contradiz a narrativa oficial de que a situação foi subestimada apenas em março de 2020, mostra que o Brasil poderia ter se preparado consideravelmente melhor para o avanço do coronavírus.

O que se seguiu à chegada da pandemia foi um cenário caótico no qual a gestão do governo federal foi amplamente criticada. Durante o auge do surto, as imagens de vítimas em outros países, como caminhões levando corpos na Itália, deveriam ter servido como aviso. No entanto, muitos especialistas se lembram de que o presidente parecia ignorar as evidências e até minimizava a gravidade da situação, chamando a Covid-19 de "gripezinha". Essa postura foi considerada irresponsável e fatal pelo público e por muitos profissionais de saúde.

As consequências dessa falta de ação e premeditação foram devastadoras. Até o momento, estima-se que 700 mil brasileiros perderam a vida em decorrência da doença. O público em geral expressa indignação ao associar essas mortes à teimosia e às escolhas imprudentes de Bolsonaro, que não só ignorou alertas como também encorajou comportamentos arriscados, como aglomerações e a resistência ao uso de máscaras. Em diversas manifestações, o ex-presidente foi fotografado se opondo a tais medidas de proteção.

Ademais, a subnotificação de casos e a falta de insumos, como oxigênio em Manaus, agravam ainda mais a crítica à gestão. Profissionais de saúde lembram do desespero enfrentado nos hospitais, onde a falta de estrutura levou a mortes que poderiam ter sido evitadas com um planejamento mais robusto e sensato.

A revelação de que a Abin alertou o governo sobre os riscos desde 2019 traz à tona reflexões acerca da accountability do governo. Muitos se questionam se Bolsonaro, de fato, compreendia os dados e informações que recebia ou se se opôs deliberadamente a uma estratégia de contenção para favorecer o que chamam de “projeto de poder”. Erroneamente, o governo ignorou o papel da vacina como uma ferramenta essencial de saúde pública, levando a uma crise de vacinação que, segundo analistas, poderia ter sido revertida se houvesse uma postura proativa desde o início.

Em um cenário comparativo, alguns usuários de redes sociais destacam que mesmo cidadãos comuns já haviam tomado ciência da doença meses antes de elas chegarem ao Brasil. Foi amplamente discutido o crescimento do número de casos na China, e uma inquietação geral tomou conta, levantando a questão: por que o governo brasileiro não se preparou adequadamente, considerando o impacto que a pandemia poderia ter em uma sociedade já fragilizada?

Além das implicações diretas na saúde pública, essa crise de gestão também destacou questões mais profundas, como a polarização da sociedade e a ideologia que permeou a resposta ao surto. Especialistas observam que países que enfrentaram resistência a medidas coletivas de saúde, como vacinação, tendem a ter uma alta mortalidade relacionada às pandemias, revelando a complexidade entre individualismo e coletivismo na saúde pública.

Enquanto o momento ainda ressoa nas mentes dos cidadãos, muitos expressam a necessidade de justiça, acreditando que as ações - ou a falta delas - do ex-presidente devem levar a uma responsabilização em função dos danos causados. O clamor por justiça se alinha à esperança de que, embora a pandemia tenha exposto as fragilidades do sistema de saúde brasileiro e a ineficácia de sua gestão política, lições sejam aprendidas para que eventos como esse não se repitam.

Com essa nova revelação, a expectativa é que as apurações sobre a condução da pandemia pelo governo federal continuem e que, finalmente, os responsáveis por essas tragédias sejam chamados à responsabilidade, para que o Brasil possa reencontrar um caminho de esperança e reconstrução na saúde pública.

Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Estadão

Resumo

Documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelam que Jair Bolsonaro foi alertado sobre os riscos da Covid-19 desde dezembro de 2019, desafiando a narrativa de que a gravidade da situação foi subestimada apenas em março de 2020. Essa falta de ação resultou em um cenário caótico, com críticas à gestão do governo federal durante a pandemia, que culminou na morte de cerca de 700 mil brasileiros. A postura de Bolsonaro, que minimizou a gravidade da doença, foi considerada irresponsável e contribuiu para a propagação do vírus, com a resistência a medidas de proteção e a subnotificação de casos. A revelação dos alertas da Abin levanta questões sobre a responsabilidade do governo e a falta de uma estratégia de contenção eficaz. Especialistas apontam que a polarização e a ideologia influenciaram a resposta à pandemia, e muitos clamam por justiça em relação às ações do ex-presidente. A expectativa é que as investigações sobre a condução da pandemia avancem, buscando responsabilizar os envolvidos e promover melhorias no sistema de saúde.

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