12/12/2025, 11:24
Autor: Laura Mendes

Na última semana de outubro de 2023, um forte temporal atingiu a capital paulista, resultando em apagões generalizados que deixaram milhares de moradores sem energia elétrica, focando especialmente em áreas periféricas da cidade. A resposta da empresa fornecedora, a ENEL, não só foi tardia, mas também gerou grande insatisfação entre os moradores, que manifestaram suas frustrações quanto à gestão da empresa e o tratamento desigual de diferentes regiões da cidade. O descontentamento se concentrava nas áreas mais afetadas, que tradicionalmente enfrentam problemas de infraestrutura e serviços públicos.
Com a falta de eletricidade, muitos comércios, especialmente em regiões como Bela Vista e na Zona Sul, enfrentaram prejuízos significativos, com produtos deteriorando-se e negócios sendo forçados a fechar suas portas. Moradores relataram que alguns estabelecimentos, como açougues e supermercados, viram suas operações prejudicadas, enquanto outros, com geradores, conseguiram se manter abertos, exacerbando o sentimento de desigualdade entre os bairros da cidade. A insatisfação foi amplificada pelas redes sociais e outras plataformas de comunicação, onde muitos compartilharam suas experiências, destacando como esses apagões afetaram diretamente a rotina e o bem-estar da população.
Em várias exposições sobre o tema, destacava-se a urgência de um projeto de ação conjunta, citando uma possível mobilização junto ao Ministério Público para buscar reparação pelos danos sofridos. Ao longo dos anos, os moradores das periferias já se acostumaram a enfrentar falhas nos serviços básicos, e agora que regiões antes privilegiadas começaram a sofrer com quedas de energia, a indignação aumentou. Como se viu, o impacto do descaso da ENEL não foi apenas nas periferias, mas agora também nas zonas mais nobres, gerando um clamor por igualdade no tratamento das reclamações e no atendimento às demandas.
Um dos pontos citados por moradores e comerciantes é a política de poda de árvores adotada pela empresa. Críticas surgiram com relação ao que muitos chamaram de "poda preventiva inadequada", que, segundo testemunhos, não apenas não resolveu o problema da fiação em épocas de vento, mas também deixou árvores em estado vulnerável, causando ainda mais problemas e danos durante os temporais. Os relatos das intervenções mal planejadas geraram um efeito cascata que levou a novas quedas de energia e um prolongamento da falta de luz em muitos bairros.
Em meio a isso, a discussão sobre ações judiciais se intensificou. Vários cidadãos e empresários têm se mobilizado para processar a ENEL, buscando reparação pelos prejuízos acumulados durante esses apagões. A ideia de uma ação coletiva ganhou força, com advogados e moradores trocando ideias sobre como formalizar as reivindicações. Há uma percepção crescente de que a única resposta eficaz à total falta de atenção dada pela companhia de energia é pressionar pelo lado financeiro, utilizando a justiça como meio para obter atenção e mudança.
Contudo, à medida que as discussões progridem, muitos se perguntam qual é o impacto real dessas ações e se o dinheiro proveniente de indenizações rolarias para os cofres públicos, permanecendo distante de quem realmente sofreu as consequências. O sentimento de que a ENEL não prioriza a periferia, e que a justiça pode se mostrar lenta e ineficiente, alimenta um ciclo de desconfiança e insatisfação.
Tal cenário poderia ser evitado com um fornecimento mais eficaz de energia e uma melhor gestão da infraestrutura urbana. A questão central que os moradores levantam é: até quando as diferentes realidades de São Paulo serão distantes uma das outras em termos de serviços prestados? A disparidade no tratamento das áreas mais ricas em comparação às mais carentes, especialmente quando se trata de fornecimento de serviços essenciais como eletricidade, é um assunto que transcende simplesmente questões operacionais e se aprofunda em questões sociais, mostrando a necessidade de uma revolução no modo como as concessionárias e, por consequência, o governo lidam com as populações mais vulneráveis.
A indignação é palpável e a necessidade de mudanças prementes, fazendo advir a urgência de uma solução que trate as causas estruturais dos problemas urbanos, com ênfase na valorização e no respeito às comunidades que sofrem os efeitos das crises. O caso ENEL se transforma em mais uma face da luta por igualdade nas políticas públicas, refletindo a necessidade de melhorias significativas na forma como os recursos e serviços são distribuídos e geridos em São Paulo.
Fontes: Folha de São Paulo, G1, Estadão
Detalhes
A ENEL é uma multinacional de energia que atua em diversos países, incluindo o Brasil, onde é uma das principais fornecedoras de eletricidade. A empresa se destaca por seus investimentos em energia renovável e inovação tecnológica, mas enfrenta críticas em relação à qualidade do serviço e à gestão de infraestrutura, especialmente em áreas menos favorecidas. A insatisfação dos consumidores, especialmente em momentos de crise, tem gerado debates sobre a responsabilidade das concessionárias de serviços públicos e a necessidade de melhorias na prestação de serviços.
Resumo
Na última semana de outubro de 2023, um forte temporal atingiu São Paulo, causando apagões em várias áreas, especialmente nas periferias. A resposta da ENEL, empresa fornecedora de energia, foi criticada por sua lentidão e pela percepção de tratamento desigual entre diferentes regiões da cidade. Moradores relataram prejuízos significativos em comércios, com muitos estabelecimentos fechando devido à falta de eletricidade. A insatisfação se espalhou pelas redes sociais, levando à discussão sobre ações judiciais coletivas contra a empresa. Críticas também surgiram em relação à política de poda de árvores da ENEL, que não resolveu os problemas de fiação e deixou árvores vulneráveis durante os temporais. A indignação crescente revela um clamor por igualdade no atendimento e destaca a necessidade de melhorias na infraestrutura urbana e na gestão dos serviços essenciais, refletindo uma luta por justiça social em São Paulo.
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