18/12/2025, 10:47
Autor: Ricardo Vasconcelos

Na atual arena política dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump encontra-se no centro de uma intensa discussão sobre a possibilidade de um terceiro mandato presidencial. O advogado e professor de direito Alan Dershowitz divulgou uma declaração recente, ressaltando que a constitucionalidade de permitir que Trump concorra a uma nova presidência é incerta. Isso reacendeu debates entre juristas, políticos e cidadãos, à medida que o país se prepara para as eleições de meio de mandato em 2024.
O foco da discussão gira em torno da 22ª Emenda da Constituição dos EUA, que estabelece limites para a quantidade de mandatos que uma pessoa pode ocupar como presidente. Desde que a emenda foi ratificada em 1951, ela afirmava claramente que nenhum indivíduo poderia ser eleito para mais de dois mandatos. Entretanto, algumas interpretações sugerem que, em circunstâncias excepcionais ou por falta de precedentes específicos sobre a condição de inelegibilidade, Trump poderia tentar se apresentar novamente, o que é um ponto polêmico e complexo.
Comentários sobre a situação têm surgido de vários cidadãos, com muitos expressando ceticismo sobre a saúde e energia de Trump para uma nova corrida. Alguns afirmam que Trump, devido à sua idade avançada, não possui a vitalidade necessária para a pressão de outra campanha. Outros ainda questionam as implicações políticas de uma possível candidatura, lembrando que, se ele for indicado, o partido republicano pode encontrar dificuldades em realizar uma campanha sólida em muitos estados devido à sua polarização.
Certa parte da opinião pública, no entanto, continua a ver Trump como uma figura carismática e forte. Chamam-no de "o presidente mais velho", um título que é discutido em diversos círculos, ao mesmo tempo que refletem sobre sua habilidade de inspirar fervor entre seus apoiadores, apesar das suas controvérsias. Isso traz à tona o tema de como a história política americana se dividiu entre figuras ousadas e controversas, e qual será o legado que Trump deixará se sua candidatura se concretizar.
A complexidade da jurisprudência em torno do caso gera mais perguntas do que respostas. Alguns juristas sugerem que, para Trump estar inelegível, uma decisão precisaria ser unânime entre os diferentes estados, cada um decidindo individualmente sua posição com base no que consideram constitucional ou não. Isso poderia levar a um cenário onde os republicanos não tenham um candidato válido na maioria dos estados, fazendo frente a uma eleição altamente controversial.
Além disso, as opiniões sobre Dershowitz variam amplamente. Para muitos, seu papel como defensor de Trump durante o impeachment lançou uma sombra sobre sua credibilidade quando se trata de discutir questões constitucionais. Alguns críticos o rotulam como "escorregadio e mestre da mentira", sugerindo que suas interpretações estavam mais alinhadas com a defesa de interesses pessoais do que com a Constituição. Outros, por sua vez, veem suas posições como um importante alerta para a democracia dos EUA e preocupações mais amplas sobre a validade da Constituição em tempos contemporâneos.
Adicionalmente, outros comentaristas têm promovido discussões em torno da ambição de Trump e os paralelos históricos que podem ser traçados com regimes autocráticos, exemplificando a preocupação que muitos têm em relação ao destino da democracia americana. A troca de poder em nações ao redor do mundo muitas vezes gera consequências desconcertantes para a estabilidade de um regime. Trump, ao parecer, poderia almejar uma permanência na presidência por métodos não convencionais, como a busca de um terceiro mandato.
Por outro lado, enquanto Trump se prepara para o futuro político em um cenário repleto de incertezas, a possibilidade de uma “onda azul” nas eleições de meio de mandato destaca como a sua base de apoio pode estar se desmoronando. As enquetes atuais sobre Trump e seu impacto no GOP indicam que muitos, até mesmo dentro de seu próprio partido, estão começando a reconhecer a insegurança de sua permanência na política. Ao passo que seus adversários assimilem o potencial do elemento "pato manco", indicam um aumento nas premissas de que Trump não passará incólume por essa onda.
Dessa forma, as implicações da discussão sobre um terceiro mandato de Trump vão além de mero debate teórico; elas refletem questões mais amplas sobre democracia, liderança, e os desafios constantes enfrentados pelo sistema político dos Estados Unidos. Enquanto os tempos se movem rapidamente em uma direção incerta, observa-se a expectativa sobre o que virá a seguir com um dos mais polarizadores e controversos líderes da história americana recente.
Fontes: Folha de São Paulo, The New York Times, Politico
Detalhes
Donald Trump é um empresário e político americano que serviu como 45º presidente dos Estados Unidos de 2017 a 2021. Conhecido por seu estilo controverso e polarizador, Trump é uma figura central no Partido Republicano e tem uma base de apoiadores fervorosos. Sua presidência foi marcada por políticas econômicas nacionalistas, tensões raciais e uma abordagem agressiva nas redes sociais. Após deixar o cargo, ele continua a influenciar a política americana, com discussões sobre sua possível candidatura em futuras eleições.
Resumo
O ex-presidente Donald Trump está no centro de um intenso debate sobre a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato presidencial, com a constitucionalidade de sua candidatura sendo questionada. O advogado Alan Dershowitz destacou que a 22ª Emenda, que limita os mandatos presidenciais, não é clara em relação à inelegibilidade de Trump, o que reabriu discussões entre juristas e cidadãos. A idade de Trump gera ceticismo sobre sua capacidade de enfrentar uma nova campanha, enquanto outros o veem como uma figura carismática. A complexidade jurídica sugere que uma decisão sobre sua inelegibilidade precisaria ser unânime entre os estados, o que poderia criar dificuldades para o Partido Republicano. As opiniões sobre Dershowitz também são polarizadas, com críticos questionando sua credibilidade. Além disso, a possibilidade de uma "onda azul" nas eleições de meio de mandato levanta preocupações sobre a base de apoio de Trump e seu futuro político, refletindo questões mais amplas sobre a democracia e a liderança nos Estados Unidos.
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